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  TIO DUCA

    Anos 40 e 50

          COARACI - BAHIA

A chegada do Senhor Antônio dias às duas barras coincidiu com o início da primeira grande guerra mundial em 1914. Era casado com dona Silvina, com quem teve cinco filhos: - Manoel, o Duca, Antônio filho, o Dole, Maria, Elias e Lúcia.

         O Tio Duca, como era carinhosamente chamado Manoel, era amigo inseparável da informação e da leitura, e encontrava nela uma oportunidade de saber o preço do cacau, os destinos da política de Vargas, ou qualquer outro fato importante. Algumas leituras tornavam-se difícil ao encontrar palavras como Sir Winston Churchill, - primeiro ministro da Inglaterra. General Dwight Eisenhower, - presidente dos Estados Unidos. Dag Hammarskjold, - Secretário Geral das Nações Unidas, ele as lia como estavam escritas. Ali reunidos, ouviam atentamente, e a leitura só era interrompida para se ouvir os comentários e opiniões que fossem necessários. A palavra “bom”, pronunciada por Duca em alto e bom som, indicava que os comentários e opiniões estavam encerrados e à leitura iria continuar. Essa leitura e prosa acontecia dia após dia, sete dias da semana, 30 dias no mês. As leituras eram encerradas às 21 horas, quando os candeeiros eram apagados, indo cada um para o seu destino, depois de prolongadas despedidas.

- Até amanhã, capitão manezinho!

- Até amanhã, comandante penedo!

Sua coleção de cordéis atraía e despertava muita curiosidade naqueles que frequentavam sua casa. Com elas, muitas pessoas desenvolveram o gosto pela leitura, sempre acentuada em voz alta, e aplicando toda a cadência necessária a boa compreensão: Boi Misterioso, Pavão misterioso, O suicídio de Getúlio, A chegada de Lampião no inferno, são alguns deles, onde se destacava João Martins de Ataíde, um dos mais famosos cordelistas brasileiro. Histórias dos mais variados tipos eram contadas a meninada por seus pais, irmãos mais velhos e até trabalhadores rurais, que aprendiam em suas andanças pelas fazendas. Muitas delas começavam assim: - no tempo em que os bichos falavam... Isso ficava na mente da turma, aquela fantasia! Será que os bichos realmente falavam em épocas passadas?  E vinha a emocionante história de Juvenal e o dragão, contada de pai para filho. " Juvenal era um andarilho nas terras do oriente, e considerava-se imbatível ao lado de seus três cachorros: Vencedor, Rompe Ferro,  e Ventania. Sua fama tanto se espalhou que chegou aos ouvidos do rei.  Um grande dragão que habitava numa caverna na região montanhosa do reinado, exigia que a cada ano uma virgem lhe fosse entregue, para sacrifício. O poder destruidor do monstro superava a força de todos os exércitos, e ninguém se atrevia desobedecer as suas exigências. Das muitas virgens que existia em todo o reinado, só restava uma, a filha do rei.

Ao sentir a aproximação do dia fatídico, súditos e soldados foram enviados por todo o oriente. Tapetes mágicos, cavalos puro sangue da mais alta linhagem, tal qual a velocidade dos furacões iam viajando pelos desertos e oásis orientais a procura de Juvenal. Encontrado, logo estava diante do rei, e já ciente de toda a história. Pronto para destruir o palácio e todo o reinado, pelo não cumprimento de suas exigências, o monstro ao sair espantou-se ao se deparar com aquela pequena figura humana acompanhado de três grandes e sonolentos cachorros em frente à sua caverna. As discussões e ousadia de Juvenal logo irritaram o monstro, que reagiu expelindo línguas de fogo em todas as direções. Descontente, o dragão resolverá pôr fim às discussões, avançando sobre o andarilho com todos os recursos de sua força. Juvenal esquivou-se com alguns saltos mortais invertidos, enquanto gritava pelo nome de seus três cachorros. Rompe Ferro num voo fulminante conseguiu agarrar as vendas do monstro, que sem respirar, perdeu a força. Ventania numa mordida de duas toneladas, o impedia de usar uma de suas asas, enquanto vencedor imobilizava a sua cauda destruidora. Juvenal aproveitou-se da situação e com um golpe certeiro de sua espada decepava a cabeça do dragão.  Após comprovar sua vitória, Juvenal apresentou-se ao Rei e recebeu o que tinha direito, e voltou para as suas andanças, nas terras do oriente".

Almanaque do pensamento era outra literatura preferida de Duca, que  aguardava ansioso novos  lançamentos. Seus livros eram guardados, um ao lado do outro, em sua pequena estante, alguns já amarelados pelo tempo. Almanaque era um livro informativo que Duca lia e procurava seguir à risca seus conselhos sobre a agricultura, os fenômenos meteorológicos, e até como prever se o filho de alguma grávida seria menino ou menina. Nunca errou um prognóstico. 

Fonte: Livro Coaraci Ultimo Sopro de Enock Dias Cerqueira, págs. Nº60-61.

 

                                                                                        A  credite se quiser!

        1939

TRANSPORTES E ESTRADAS

 

Fonte: Livro Coaraci Ultimo Sopro de Enock D. Cerqueira,

Pgs.104,105

 

Em 1939 teve início à primeira linha regular de marinetes como eram chamados os atuais ônibus entre Ilhéus e à Vila de Guaraci. Era realizada pela ETU, Empresa de Transportes Urbanos de propriedade de Elísio Nunes que também era o representante da Ford para região sul do estado. Enquanto a rua da palha e atola tamanco estavam em fase final de urbanização, uma outra também ia tomando forma, acompanhando o rio Almada pela sua margem direita. Essa rua seguia em direção à atual Praça Régis Pacheco, e que posteriormente consolidou-se com uma saída para Pirangi, mais tarde Avenida Juracy Magalhães. Do lado esquerdo rio a partir do canteiro de obras em direção ao norte uma longa trilha perpendicular já se havia transformado numa estrada a céu aberto com várias casas esparsas em ambos os lados: era a Ruinha de José Ramos. Por este caminho atual Avenida Itapitanga chegava quase todo o cacau produzido do lado esquerdo do rio: nas fazendas do Ribeirão do Terto, Itamotinga, Palmeirinha e Ribeirão da Lagoa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SALÁRIO MINIMO

 

Em 1940, Coaraci tomava conhecimento da criação do primeiro salário mínimo do país.  Mais uma grande atitude e sensibilidade de Getúlio Vargas com o povo brasileiro, e tinha como objetivo garantir a sobrevivência do trabalhador, deveria cobriria as despesas básicas de uma família de quatro pessoas. Segundo estudiosos, esse salário tinha equivalência a 250 dólares americanos, cerca de 950 reais em novembro de 2002. 

Propriedade de PauloSNSantana, Rua José Evangelista de Farias, nº16, 1º

andar, Centro, Coaraci-Ba. Fones: (73) 8121-8056 - (73) 3241-2405.

Na Internet o site: www.informativocultural.wix.com/coaraciE-mail: informativocultural162@gmail.comDiretor Geral: Paulo Sérgio Novaes Santana. Produção: PauloSNSantana. Colaboradores: Dra. Suzy e M. Celia Cavalcante Santana, Artista Plástico Leonel Matos.Circulação: Coaraci, Almadina, Itapitanga, Itamutinga, Itajuipe, Internet.Impressão: GRÁFICA MAIS.

Os artigos assinados por colaboradores bem como de outras fontes nãorefletem necessariamente a opinião do Caderno Cultural de Coaraci.

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