
REVISTA CULTURAL
COARACI - BAHIA
"Caderno Cultural de Coaraci,cidadania à flor da pele"

Valdeque Nogueira e
GRUPO DE ESCOTEIROS CASTRO ALVES.
A foto mostra uma solenidade do GECA, onde jovens escoteiros são contemplados. Na foto Valdeque Nogueirae e ao fundo João do Jeep. (Postada por Roberto Povoas). (Valdeque Nogueira é um comerciante coaraciense, proprietário da Loja de Material para Construção – Comac.
Sua família tem um histórico de contribuição com projetos de desenvolvimento cultural da terra do sol, que inclusive consta no livro Coaraci Ultimo Sopro de Enock Dias Cerqueira.
Há trinta anos, tempo em que residimos em Coaraci, nós temos conhecimanto e acompanhamos os investimentos de Valdeque e de seus irmãos na cidade, hora patrocinando eventos, hora ajudando a pessoas carentes da comunidade, ou ainda apoiando financeiramente candidatos à prefeito, a vereadores e à seleção amadora de futebol da cidade, ou ainda realizando eventos culturais como bingos, sorteios, festas juninas e natalinas. São pessoas como este empresário de sucesso e seus irmãos que servem de exemplo e de alerta aos coaracienses sem compromissos com sua terra, de que é possível sim, residir em Coaraci, trabalhar e produzir aqui, colaborando para o desenvolvimento deste município e da região.
A família de Valdeque tem demonstrado amor a esta terra, como exemplo basta conferir o numero de empresas fixadas em Coaraci pertencentes a essa família.
Nós do Caderno Cultural de Coaraci somos gratos a Valdeque Nogueira e a sua Empresa Comac por acreditar no nosso trabalho e incentivar com patrocínios periódicos a impressão e distribuição gratuita do nosso informativo cultural.)
PauloSNSantana.
GILDART GALVÃO
Gildart Galvão contou aos amigos como foi obrigado a cometer um homicídio quando era muito jovem. Ele disse que costumava se banhar nas águas do rio Almada, em Pouso Alegre, quando um cidadão de nome Petronílio, dele se aproximou, e, de arma em punho ameaçou matá-lo, sem nenhuma explicação. Gildart, demonstrando muita calma e a princípio pensando tratar-se de alguma brincadeira, pediu permissão para sair e vestir-se.
Chegou a manter luta corporal com desafeto, que foi atingido pela arma de Gildart, escondida entre suas roupas. Gildart descontrolou-se com o fato. Mas o agressor que morreria pouco tempo depois, o isentou publicamente de qualquer culpa pelo ocorrido. Gildart era de extrema sensibilidade. Ele gostava de ficar em uma das portas do seu estabelecimento comercial para observar atentamente tudo que se passava no seu entorno.
Quando algum vendedor ambulante de água, produtos hortigranjeiros ou de pirulitos, passava em frente a sua sapataria, ele acompanhava com seu olhar significativo e profundo todos os seus movimentos, chegando, às vezes, a acompanha-los a certa distância.
Gildart, em muito enriqueceu arquitetura de Coaraci, quando, através do fruto de seu trabalho, construiu, por volta de 1949, um belo e espaçoso palacete de dois pavimentos e garagem, com requintes da época, na esquina da rua J.J. SEABRA, com a Juvêncio Peri Lima, em frente ao atual BRADESCO. Lamentava-se com frequência por não ter estudado, e tudo fazia para que seus filhos tivessem essa oportunidade. Mantinha em sua mesa de trabalho livros e dicionários onde sempre olhava a procura de palavras e de frases de significado filosófico, a exemplo de Solércia, Égide, Apanágio, aplicadas posteriormente em seus pronunciamentos políticos ou pregações religiosas. Tinha no sangue uma forte vocação política, e mesmo professando a religião Batista, na época, com fortes divergências com a Igreja Católica, filiou-se ao partido Trabalhista Brasileiro, PTB, visando a prefeitura, nas eleições de outubro de 1958. Deu início então a seu trabalho de conquista do eleitor, com sucessivas viagens por todo município, mas, fazendo do Distrito de Itamotinga seu maior reduto.
Depois de árdua batalha, ele não impediu que saísse vitorioso o senhor Jairo de Araújo Góes, com 68 votos de frente. Essa derrota política atingiu profundamente seu patrimônio, que resultou na perda de sua imponente residência. Mas ele retornou ao trabalho com todas as suas forças, e através de sua empresa, reergueu-se, recuperando boa parte de seu patrimônio.
Mais experiente cauteloso, Gildart retornaria à política, visando das eleições de 1962.
Nessas viagens, consultava demoradamente a relação dos eleitores analisando o perfil de cada um, e mantendo Itamotinga, como seu principal reduto. Ao se aproximar o dia da votação, Gildart, com suas largas passadas, rigorosamente milimetradas, repetia sorridente: - estou eleito! Foi um cidadão coaraciense da mais alta estirpe.
Fonte livro Coaraci o Último Sopro de Enock Dias Cerqueira, página 112.