
REVISTA CULTURAL
COARACI - BAHIA
"Caderno Cultural de Coaraci,cidadania à flor da pele"

DR. FARIAS FALA SOBRE
A MEDICINA E SUAS NUANCES
O Dr. José Antônio de Farias, é filho de Antônio Martins de Farias e de Joselita Carias de Farias, é natural de Salvador Bahia. Filho legítimo do Senhor do Bonfim, nascido nos pés dele (como ele mesmo diz). Dr. Farias é um senhor de bem com a vida e ele fala muito bem da sua esposa Vilma Carias de Farias, que ela é uma pessoa maravilhosa, boa mãe, boa dona de casa. Que eles têm quatro filhos: Leonardo, Daniel, Marta e Ana Carias de Farias. O Dr. Farias diz que são maravilhosos, direitos, honestos e trabalhadores.
Em 1982, Dr. Farias veio trabalhar nesta região por intermédio do Sindicato dos Médicos que tinha feito uma estudo em toda Bahia, e havia uma lista de cidades que não tinham médicos e ele quando tomou conhecimento, escolheu Almadina e veio pra região através do ex-prefeito, já falecido Almeida e sua Esposa que era vereadora na época. Transferiu-se mais tarde para Coaraci por questões politicas (perseguição politica partidária.).Veio para Coaraci através do Prefeito Janjão.
Onde foi bem recebido não só por Janjão na época dele, como depois por Joaquim entre outros prefeitos. Ele diz que a comunidade gosta dele, que assim parece, e que graças a Deus foi tudo bem. Dr. Farias é um especialista em Ginecologia Obstetrícia, mas trabalha com Clínica Médica. Já participou de vários cursos, congressos, principalmente quando residia no Rio de Janeiro. Trabalhou em São Roque, Itamotinga, hoje trabalha no Hospital Geral de Coaraci. Já prestou serviços no SESP. É um funcionário público municipal e estadual. Já esta aposentado pelo Estado.
Pedimos ao Dr. Farias para nos falar sobre a saúde no Brasil, e ele começou dizendo que em Coaraci o atendimento de saúde é bom. Agora em termos gerais a saúde no Brasil esta muito deteriorada. Os dirigentes não têm desempenhado adequadamente o seu papel, que é de dar qualidade, suprir com recursos e valorizar a classe, atender bem os pacientes, preparar os hospitais, postos de saúde para receberem a todos sem dificuldades. Que enquanto estiverem desviando os recursos da saúde para outros fins, a situação continuará do jeito que esta. Ele disse que quem acompanha as reportagens nas mídias televisadas, pode constatar a situação vexatória dos hospitais, clinicas postos de saúde totalmente desaparelhados e sem recursos humanos e matérias. Com os desvios dos recursos da saúde, os dirigentes não aplicam onde devem e muitas vezes embolsam os recursos. Se fosse um Administrador da Saúde, procurava dar toda a assistência, ver o que a saúde necessita para dar maior qualidade ao atendimento, faria uma analise profunda, para aplicar adequadamente os recursos financeiros, suprindo as áreas carentes, com pessoal especializado, material e equipamentos adequados, contrataria mais médicos, valorizaria os seus salários, porque não existe mau médico, e nem existe falta de médicos, o que existe em muitos casos é a falta de valorização e de condição de trabalho. Têm médico que não examina o paciente e isso aí é uma displicência, porque o atendimento deve ser adequado e responsável, deve-se pesquisar a origem da patologia através de entrevista, exames físicos e laboratoriais para se identificar a doença do paciente e tratá-la adequadamente.(o médico tem que examinar tocar no paciente, para saber onde se encontra enfermidade.) Que um dos problemas da saúde pública reside nas péssimas condições e valorização do trabalho do médico. Ter contrato de trabalho com mais de uma empresa, não é uma falha do médico, isso ai é consequência dos novos tempos, da situação econômica e da desvalorização do profissional e do aumento da demanda. O médico tem que ter um padrão de vida, um status, o médico não pode ser um pé de chinelo qualquer, ele não pode andar de ônibus, e para manter este status ele tem realmente que trabalhar em várias empresas para poder manter a família, e pagar os estudos das crianças. Com certeza cairá à qualidade no atendimento. Por outro lado, o médico que depende só do Estado, é um médico estressado, preocupado, inadimplente, que no final da história nem poderá cuidar bem da sua carreira. Um plantonista trabalha em quatro plantões em Itabuna, e recebe 4.800, descontando-se impostos e etc., vai sobrar bem menos. Sendo assim como ele manterá a sua família? O pobrezinho do médico que ganha pouco é um sofredor. É por isso que existe o médico nervoso, que atende mal, apressado, etc.
Olha Paulo eu nunca contei, mas o que sei é que ainda hoje atendo muitas pessoas carentes em minha casa, muitos casos são de hipertensão, são pessoas que antes de ir ao hospital vem aqui me procurar, acho que por confiança, não sei, eu então fico com pena e atendo sem problemas e sem cobrar nada. A mensagem que deixo aos coaracienses é que se qualifiquem para ter uma boa condição de trabalho e qualidade de vida, e procurem não se estressar, devem controlar a alimentação, comer bem, viver com qualidade, ter regras e disciplina, pensar no futuro e na família, caso contrário vão surgir patologias como hipertensão, diabetes, etc. E aí virão as dificuldades no tratamento e na aquisição de medicamentos, então é melhor evitar que remediar o problema!
Um abraço a todos.
UMA CRIANÇA QUE PENSA COM LÓGICA
De Roberto Alves Póvoas.
Quando eu achava que não poderia ver mais muitas coisas na vida no interior além de trabalho – casa – trabalho, encontrei uma criança, à qual vou chamar de Beto (diminutivo do meu nome), que me fez pensar que ainda temos uma luz no fim do túnel. Beto em sua casa, como qualquer casa deste mundo afora, tem os membros mais velhos que dominam e coordenam a vida dos pequenos. Ele mora em um bairro onde existe um grande número de cachorros e gatos que fazem suas necessidades fisiológicas nas áreas públicas, que são utilizadas pelas crianças para o lazer. Beto como grande parte das crianças é suscetível às micoses provocadas pelos dejetos destes animais, e por isso foi proibido de andar descalço.
Em sua casa, assistindo TV, viu nos intervalos das novelas um chamado do programa Globo Rural, onde o técnico falava sobre a vida das abelhas e informava que a colmeia de milhares de indivíduos, não resistia à morte da abelha rainha, morrendo todos. Ele ficou com aquela informação na cabeça. Ao chegar à escola onde cursa o 1° ano do ensino fundamental, indagou a um funcionário:- “Tio, como faço para encontrar a micose rainha?”. O funcionário curioso com a pergunta estranha, perguntou: - “E para que você quer encontrar a micose rainha?”. Ele então concluiu: - “Ah! Tio, quando a abelha rainha morre, também não morrem todas as abelhas? Se eu encontrar a micose rainha, matando ela, morrerão todas as micoses, não é? E assim vou poder andar descalço, certo?”
Conclusão: - Pois é, encontrei uma criança ainda no 1° ano do ensino fundamental empregando a lógica para resolver seu problema.