
REVISTA CULTURAL
COARACI - BAHIA
"Caderno Cultural de Coaraci,cidadania à flor da pele"



Quando só é um morador idoso quando ele morre, colocamos outro idoso carente na casa. As casinhas são muito bem feitas. Em uma casa mandei colocar o piso que a família comprou, foi na casa de Nido, lá no Bairro da Feirinha perto da Caixa D'agua. Nido é um feirante. A casinha dele ficou toda arrumadinha, eles têm um prazer com a casa. Já têm outros que não cuidam. O importante é que Deus viu as nossas intenções e quando concluímos uma casa é uma dadiva.
Às vezes penso em parar porque a situação não esta boa para empresários com eu, a crise esta batendo na nossa porta, e essas despesas saem todas do meu bolso, mais o meu sonho era construir uma avenida de casas populares, mas isto só se ganhasse na loteria. Quem quiser me ajudar que venha. Chico Galvão por exemplo, todo mês deposita cem reais em nossa conta para este fim, José Carlos Reis colabora muitas vezes com cinquenta reais, não importa o valor. “Rói Coco”, já colaborou com todas as casas, ele doou duzentas telhas para cada casa construída até hoje. Duzentas telhas hoje custam em torno de cento e dez reais. Todas as casas têm o nome de “Rói Coco”, ele fala sempre que pode fazer o vale e colocar no seu nome e avisar. Nós temos a foto de todas as trinta e cinco casas. Uma vez nós fomos reformar uma casa e caíram as três vizinhas, nós então construímos as quatro de uma só vez. Este fato aconteceu no Distrito de São Roque. E todas ficaram bonitas. Eu peço a Deus que me dê forças, porque quando vamos visitar as casas das pessoas que vem nos pedir para reformar ou construir, elas estão em péssimo estado, cada uma pior que a outra.
A Associação Nogueirão, se reuni nos dias de terças e quintas feiras para jogar futebol. E foi dai que surgiu essa ideia, lá se o associado receber um cartão tem que colaborar com um quilo de alimento, ai nós criamos cestas básicas e doamos a um velhinho e a uma mulher doente de um câncer. Hominho me ajuda muito nesta tarefa. A nossa associação contribui para dar uma vida melhor a famílias carentes da região. Uma vez fomos entregar a cesta básica para um velhinho, e vimos que a sua situação era caótica, a casa estava quase caindo, tiramos umas fotos, lá não havia cômodos, o banheiro era no lado de fora, a casa estava em péssimo estado, o telhado estava caindo, depois da reforma ficou ótima, pronta para receber a família dele. Colocamos uma lavanderia e uma pia. A casa ficou com três quartos, cozinha, sala, área pra lavar roupas e banheiro.
O Nogueirão foi resultado de um sonho que eu queria realizar, um campo para bater uma bolinha com os amigos. Uma organização com árbitros, churrasqueiro, visitantes que vão assistir aos jogos e depois ouvir às resenhas. Os árbitros são remunerados.
O regulamento é rígido, temos até uma gaiola, se o jogador receber um cartão azul ou vermelho, terá que ficar preso dentro da gaiola por três minutos, tomando banho, é uma brincadeira que todos têm que participar obrigatória-mente. Se for um cartão azul ele entra e depois dos três minutos volta ao jogo, se for vermelho entra e depois dos três minutos, estará expulso. Os associados colaboram pra comprar bolas e pagar aos juízes. O resto das despesas eu banco.
Eu amo a minha terra. Fui embora uma vez, passei vários anos fora, mas com intuito de melhorar de vida e na primeira oportunidade retornei pra ficar. Um abraço a todos os conterrâneos.’’(Tel).