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OS CINÉFILOS DE COARACI DOS ANOS 30

 E OS FILMES DE FAROESTE AMERICANO

 

 Foi o faroeste americano um dos gêneros de filmes que mais empolgava os coaracienses, especialmente a garotada e os moradores da zona rural. Os primeiros filmes exibidos aqui por volta de 1934, 1935, eram mudos e de curta metragem, onde assaltos a bancos, assaltos a diligências, estouros boiadas, roubos de gado, eram uma rotina em quase todos eles, mas, nem por isso deixava de empolgar a rapaziada. Quando o artista em nome da lei iniciava uma perseguição ao bandido, tinha que se taparem os ouvidos, os gritos eram ouvidos no raio que incluía a Praça Getúlio Vargas, Praça Elias Leal e a Igreja Católica. Essa explosão de gritos e assobios tornava se maior quando esse artista era um cavaleiro mascarado, roupa chapéu pretos, montado em seu cavalo faísca, branco como neve e rápido como um raio, era nada mais nada menos que o Durango kid. A plateia vinha abaixo ao ver o Durango colocar quadrilhas inteiras em fuga, apenas fazendo o seu cavalo, devidamente encilhado, circular nas proximidades em alta velocidade.

- Olha o cavalo do Durango! Vamos dar o fora daqui!!! - Diziam os bandidos. Vez ou outra um fora da lei desafiava o artista para um duelo à bala, com o Durango isso nunca acontecerá. Nenhum bandido queria encrenca com ele. Sua presença na tela deixava a meninada imensamente feliz, e sem saber se gritava, sorria ou esmurrava as poltronas. Durango kid foi um personagem representado unicamente por Charles Starrett, e tinha como coadjuvante um gorducho desajeitado, representado por Smirley Burnettte, que colocava quase tudo perder, e que deixava Novenal Quinto, outro assíduo frequentador dos cinemas, vermelho de raiva. Na pressa, esse gorducho montava numa cela sem cavalo, outras vezes, num cavalo sem sela, quando não de costa pra frente, atirava antes da hora, acertava em quem não devia, executava as instruções às avessas. Planos traçados sobre sigilo fracassavam, ao tropeçar em panelas, derrubar tudo em volta, espantar animais e espalhar galinhas por todos os lados. 

Ao todo, foram 165 filmes exibidos nos cinemas de Coaraci. Em quase todos estes filmes, eram incluídas apresentações de música country do oeste americano, às vezes para distrair a bandidada. 

Por volta de 1948, Raimundo Madureira com seus 10 ou 12 anos, filho de José Rollemberg, gerente do Instituto de Cacau, era dentre todos o mais agitado, e deixava o cinema imitando o artista, utilizando-se  do dedo como arma, escondendo-se detrás de postes, portas ou qualquer objeto, tentando atingir alguém, repetindo as cenas vistas na tela. Renato Rebello, filho de Valdomiro, não fazia por menos, chegou a urinar nas calças pra não perder 2 ou 3 minutos daquela gritaria para ir ao banheiro. Outros grupos falavam em voz alta, achando que o artista teria melhor resultado caso tivesse agido dessa ou daquela forma, pra se livrar desse ou daquele perigo. José Valdomiro Vila Nova era outro grande frequentador de cinema, um dos maiores conhecedores de sua história.

Foi na tela do Cine Rio Branco de Alípio Guerra  e de José Bento  que Itacaré conheceu o legendado Tom Mix, cowboy que realizou suas primeiras filmagens no tempo do cinema mudo. Mais tarde, já como Guaracy,  fórum conhecendo Tim Holt, Rocky Lane, Gene Autry, Roy Rogers,  Buster  Crabbe,  e um número cada vez mais crescente de outros que surgiam a cada ano.

O cinema em pouco tempo transformou-se numa escola, e teve muita importância no comportamento dos moradores de nossa cidade. 

         Fonte Livro Coaraci Último Sopro de Enock Dias Cerqueira,197,198. 

Propriedade de PauloSNSantana, Rua José Evangelista de Farias, nº16, 1º

andar, Centro, Coaraci-Ba. Fones: (73) 8121-8056 - (73) 3241-2405.

Na Internet o site: www.informativocultural.wix.com/coaraciE-mail: informativocultural162@gmail.comDiretor Geral: Paulo Sérgio Novaes Santana. Produção: PauloSNSantana. Colaboradores: Dra. Suzy e M. Celia Cavalcante Santana, Artista Plástico Leonel Matos.Circulação: Coaraci, Almadina, Itapitanga, Itamutinga, Itajuipe, Internet.Impressão: GRÁFICA MAIS.

Os artigos assinados por colaboradores bem como de outras fontes nãorefletem necessariamente a opinião do Caderno Cultural de Coaraci.

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