
REVISTA CULTURAL
COARACI - BAHIA
"Caderno Cultural de Coaraci,cidadania à flor da pele"
CADA PALAVRÃO UMA SENTENÇA!
Caro Paulo
Depois de instalado e bem acomodado em Ilhéus, onde estamos residindo, retorno ao convívio salutar do Informativo Cultural. Outras historias estão na forma. Oportunamente as enviarei para sua analise Recentemente, encontrei por aqui, o Sr. Zeca Gomes, de família tradicional de Coaraci, que com seus janeiros próximos de 90, deve ter muitas historias para contar. Vou ver se consigo extrair alguma coisa dele. Quem sabe uma bela matéria semelhante que você fez recentemente com o Pastor Jessé. Quando lhe envio um texto, deixo você a vontade para adapta-lo a linguagem jornalística. Abraços
CADA PALAVRÃO
UMA SENTENÇA
De Zé Leal
(Os nomes dos personagens da discussão são fictícios!)
História adaptada por PSNS
Eu (Zé Leal), Renatão e Bitonho, após uma manhã de atividade etílica no Bolacha, depois de muita conversa, roda de samba e tudo mais que por ali acontece, achamos que chegara a hora de bater em retirada para um descanso merecido. Sem antes, contudo, ir tomando a saideira pelos bares que estivessem a caminho.
Até que chegou a vez de um Bar de um amigo, que seria o último ponto antes da subida da Rua da Favela, que nos conduziria à casa de Bita. Se tivesse um bafômetro no percurso, seríamos multados com certeza.
Ao entrarmos no Bar, o clima estava muito tenso, pois rolava uma discussão acirrada, regada naturalmente com muita cerveja gelada, entre; Proprietário, Bozo e Jonas. das pessoas aqui citadas, três já estão no andar de cima, e não poderão testemunhar quanto a veracidade do fato.
Bozo encarnando em Jonas, os dois do lado de fora do balcão, e o Proprietário do bar, que pedia a Bozo para deixar Jonas em paz. Mas Bozo continuava enchendo a paciência de Jonas. Porque ele não se casava de novo? Que ele (Bozo) logo que enviuvou tratou de se casar novamente...Será que Jonas não dava mais nos couros? E Jonas dizia; Bozo me deixe em paz pelo amor de Deus. O dono do bar que era amigo de Jonas, não aguentando mais as provocações de Bozo, disse; Bozo sabe porque você não deixa Jonas em Paz? Vou lhe dizer; porque você é um corno.Bozo foi à loucura, e disse ao dono do bar: - como você pode dizer uma coisa dessas comigo? Logo eu, Bozo, homem de confiança do ex-Prefeito da cidade, que dirigia o Simca Chambord dele, levava sua esposa a Itabuna, e quase aos prantos indignado, invocava sua amizade com o ex-prefeito. Ele avalizava pra mim em branco e dizia; Bozo se no vencimento você não puder pagar, me fale. Sempre paguei com os lucros de meu comercio.
Agora quanto a você amigo ingrato, que me dirigiu palavrão tão agressivo, que prefiro não repetir, lhe digo que você é um homem morto, amanhã vou chegar aqui neste bar, com meu 38, e vou lhe dar seis tiros. Seu caixão já está separado. O proprietário do bar retrucou dizendo. Pois então, lhe digo que além de corno, você é xibungo. Aí Bozo, enfurecido, aumentou a sentença para 12 tiros.
Chamei Bitonho e Renatão, e caímos fora, subimos a Favela e fomos filar o gostoso pirão de minha sogra D. Zilda. Não sei se novos palavrões ocorreram, nem se a promessa da sentença foi ampliada. Mas sei que Bozo e o proprietário do bar, continuaram bons amigos. Ainda bem.