
A PODOLOGA ADEI ANGÉLICA SHOCÊ,
FALA DE SEU PROJETO PROFISSIONAL
“Nos meses de abril e maio tive um problema com a unha do pé, no dedo halux, e passei apertado. Sempre que a unha encravava, eu mesmo a cortava dos lados e pronto o problema estava sanado, mas da última vez não foi assim, e houve uma inflamação que me impedia de calçar tênis. Fui a um médico e ele passou um anti-inflamatório e pediu que aplicasse gelo no local para diminuir o abcesso, mas o problema persistiu, até que uma amiga indicou a Podologa Adei Angélica Shocê, que exerce a sua profissão em Coaraci, ela com muita competência e conhecimento, extraiu cartilagens profundas que estavam causando a inflamação e dor e o problema foi resolvido.
Abei Angélica Shocê é Técnica em Podologia. Escolheu esta área justamente porque já foi vitima de uma “Unha encravada”:
- Quando eu tinha este problema fui várias vezes ao Dr. Scholl em Salvador, porque eu mexia demasiadamente nas minhas unhas encravadas e sofria muito com isso, chegando a extrair uma unha, fiz a Podoplastia outra vez e só andava com a unha inflamada, ai pensei: - Ainda vou fazer um curso de Podologia, pois o tratamento com Dr. Scholl é muito caro. Fez este curso no SENAC em Bauru no Estado de São Paulo. O curso teve uma duração de um ano e meio e ela voltou de lá como uma profissional da saúde.
- Quando eu retornei de São Paulo, pensei em abrir uma clinica em Vitória da Conquista, mas quando cheguei aqui encontrei a minha mãe que residia em Coaraci, adoentada e resolvi ficar pra cuidar dela. Depois que ela faleceu eu continuei aqui, e pensei: - vou ficar onde estou. O tempo foi passando e a essa altura não da mais pra arriscar-me com uma mudança de vida.
Os Podologos são profissionais da saúde aptos a tratar dos pés das pessoas, tratam das patologias superficiais dos pés. Fazem assepsia das unhas dos pés, e não receitam medicamentos. Também cuidam dos calos e das calosidade, e das unhas encravadas.
Ter unha encravada pode ser um fator genético, algumas pessoas nascem com esse problema, têm crianças que já apresentam este tipo de problema. Mas na maioria das vezes o problema surge pela maneira errada como as pessoas cortam as suas unhas. Também pode ser consequência do calçado que se usa diariamente, calçados bico fino ou calçados apertados por exemplo. Não se deve cortar os cantos das unhas. É aconselhável cortar as unhas retas, caso contrário corre-se o risco de sofrer os incômodos de uma unha encravada. E se por ventura a unha começar a encravar, é bom não mexer nela, e deve-se procurar um especialista:
- Eu estou em Coaraci pela misericórdia “Do Senhor”, eu faço de tudo para ficar aqui, mais confesso que várias vezes já pensei em mudar-me para Vitória da Conquista, mas minha família encontra-se residindo aqui e em Itabuna e isso me prende a Coaraci, embora eu goste muito das pessoas e da cidade. Em Conquista eu fico muito só, caso contrário já teria ido embora. Quando os rendimentos ficam apertados aqui, vou lá dou uma trabalhada e volto.
A maior dificuldade que enfrento aqui é a pequena margem de lucro. O poder aquisitivo das pessoas aqui em Coaraci é muito baixo, eu não posso nem cobrar um valor mais elevado. Um exemplo das dificuldades econômicas que passo é que tenho que trabalhar também como manicure e não deveria estar fazenda este tipo de atendimento, pois o profissional da saúde não pode misturar as duas coisas; o trabalho técnico-cientifico com outra atividade. Muitas vezes tenho que fazer outros trabalhos além da podologia e manicure. O conselho que dou para as pessoas é que procurem dar mais atenção aos seus pés, muitas pessoas se desligam e esquecem que os pés são importantíssimos para uma boa qualidade de vida. E muita atenção para aquelas pessoas que são diabéticas ou hipertensas, cuidem bem dos seus pés para evitar problemas graves que podem levar até as soluções extremas, Espero que passem a cuidar bem dos seus pés e de suas unhas.
Abraços.
VALDEQUE NOGUEIRA E O GRUPO DE ESCOTEIROS CASTRO ALVES.
A foto mostra uma solenidade do GECA, onde jovens escoteiros são contemplados. Na foto Valdeque Nogueira e ao fundo João do Jeep. (Postada por Roberto Povoas). (Valdeque Nogueira é um comerciante coaraciense, proprietário da Loja de Material para Construção – Comac.
Sua família tem um histórico de contribuição com projetos de desenvolvimento cultural da terra do sol, que inclusive consta no livro Coaraci Ultimo Sopro de Enock Dias Cerqueira.
Há trinta anos, tempo em que residimos em Coaraci, nós temos conhecimento e acompanhamos os investimentos de Valdeque e de seus irmãos na cidade, hora patrocinando eventos, hora ajudando a pessoas carentes da comunidade, ou ainda apoiando financeiramente candidatos à prefeito, a vereadores e à seleção amadora de futebol da cidade, ou ainda realizando eventos culturais como bingos, sorteios, festas juninas e natalinas. São pessoas como este empresário de sucesso e seus irmãos que servem de exemplo e de alerta aos coaracienses sem compromissos com sua terra, de que é possível sim, residir em Coaraci, trabalhar e produzir aqui, colaborando para o desenvolvimento deste município e da região.
A família de Valdeque tem demonstrado amor a esta terra, como exemplo basta conferir o numero de empresas fixadas em Coaraci pertencentes a essa família.
Nós do Caderno Cultural de Coaraci somos gratos a Valdeque Nogueira e a sua Empresa Comac por acreditar no nosso trabalho e incentivar com patrocínios periódicos a impressão e distribuição gratuita do nosso informativo cultural.)
PauloSNSantana.
TROVA ESCRITA POELO PAI DE JAILDA GALVÃO AIRES
Momento nebuloso que há muito estamos atravessando. Segue uma trova inspirada na frase em que meu querido pai se referia ao Brasil, nos tempos da minha juventude. Isto mostra que a corrupção é quase um fato consumado, corriqueiro, perene e sem esperanças de regeneração.
“Podre de rico” é o Brasil
Mas também “rico de podres”
Nada muda no covil.
"Vinho novo em velhos odres"
UM TRECHO DO TEXTO DE JAILDA G. AIRES SOBRE
A REDUÇÃO DA MAIOR IDADE PENAL NO BRASIL
...Reafirmo que não adianta a polícia matar, prender ou a justiça reduzir a maioridade. Não adianta ficarmos felizes e protegidos com a exterminação dos infratores desde que os nossos dedinhos não estejam manchados de sangue. O coração está. Por alguns anos até diminuiria a criminalidade dos menores infratores, mas, surgiriam mais e mais como acontece com os insetos em nossas casas. A solução vem de cima aonde se encontram os grandes ninhos que a cada ano de mandato desovam desgovernos. É o que penso e como penso. Ainda voltarei com mais analogias. Rio, 24 de junho de 2015. Fonte Facebock de Jailda Galvão Aires. Jailda Galvão Aires.
ZÉ LEAL ESCREVE SOBRE ANTÔNIO DA BALA FUNCIONÁRIO DO CEC NA DÉCADA DE 60.
FOI BALEIRO, E VASCAÍNO E VENCEDOR.
Todo mundo sabe que eu sou tricolor de coração. Mas hoje, quero homenagear um vascaíno de raiz. Na verdade, um homem simples e de muito caráter, que levou a vida inteira em Coaraci, durante seus mais de 60 anos bem vividos. Seu nome Antônio José de Souza, conhecido pela alcunha de Antônio da Bala. O conheci na Pensão de D. Maria Anita, que ficava na rua onde reside Dona Edelzuíta. Seus hóspedes eram de pessoas ilustres da nossa sociedade, dentre eles, o Dr. Pimenta, João Fóbica e outros. Da Bala atendia a todos indistintamente e foi um importante auxiliar naquela Pensão . Na verdade ele viveu muito tempo ao lado de D. Maria, daí, ter sido foi influenciado a torcer pelo Vasco da Gama.
O apelido de Antônio da Bala deu-se porque ele circulava na cidade com uma cesta de balas, e fazia a alegria da criançada. Era um balaio muito sortido, e vendia de chicletes até chocolates. Durante a semana em qualquer lugar, e na porta do cinema, lá estava ele servindo de forma inteligente, a comunidade coaraciense. Destacava-se na sociedade como esportista, torcedor do Vasco e, quando perdia um jogo, a galera tirava o couro dele, que sempre encontrava uma forma de justificar a derrota do seu time. Dizia: - “O outro fez gol impedido ou o juiz ajudou o adversário”.
Ele nunca aceitava pacificamente a derrota de seu Vasco. Quando era exibido no cinema no Canal 100 um jogo que o Vasco vencia, ele gozava os adversários como se fosse um jogo daquele dia. Ele gostava também de bater uma bolinha. Era quarto zagueiro. Dominava a bola, levantava a cabeça e tocava para o companheiro com o lado do pé, sempre com muita classe. Apelidei-o de Laerte, um craque que jogava no Vasco, e ele ficava muito envaidecido quando eu o chamava assim. Usava um vocabulário muito próprio daquela época em alguns lances. Respondeu a um companheiro de jogo do porque que ele furou aquela bola. Ele respondeu: - A bola veio cheia de goma. E de outra vez disse ao goleiro (eu): -Bota a bola aí que eu vou bater esta birraindi.
Autor De Zé Leal
ETELVINO RIBEIRO
Etelvino Ribeiro dos Santos chegou a Coaraci em 1954, pra trabalhar com Gildarte Galvão do Nascimento em uma celaria e sapataria onde trabalhou por quatro anos e meio, quando Gildarte passou a ser prefeito, foi trabalhar com Juarez Feitosa, na loja Dragão dos Tecidos e nos fundos funcionava uma celaria, trabalhavam lá Etelvino, Antonio Doca e Sansão, foi quando Etelvino fez 110 celas para Antonio Barbosa, uma troca que Juarez fez das 110 celas por um caminhão. Quando Gildarte enricou e acabou com o comércio, e Etelvino continuou a trabalhar com celaria por uns três anos por conta própria, mas não deu certo, acabou com tudo e começou a consertar sapatos, e fazer alpercatas de couro. Sua oficina fica localizada até os dias atuais na Rua 21 de Abril a pelo menos 51 anos, iniciou suas atividades a partir de 1964. Na época o prefeito era Gilgarte Galvão.
Etelvino contou ao Caderno Cultural que nunca se esqueceu de um falso testemunho contra ele, que quase o leva à justiça. O pegaram e o levaram quase preso, acusando-o de estuprador de menores. Mas o prefeito Gildarte o ajudou a esclarecer e sanar o problema. Foi tudo um boato, procuraram provas, mas nada acharam que pudesse incriminá-lo. Procuraram testemunhas e não acharam e o deixaram de mão. Hoje com mais de 80 anos, diz que foi um inventor de brinquedos e que os criava artesanalmente, as crianças na época curtiam muito. Uma ocasião uma cliente vizinha lhe deu um aviãozinho de brinquedo que tinha sido usado pelo neto, e que não lhe servia mais, ele deu um grau e presenteou aos meninos de sua família, este brinquedo fez sucesso e todas as tardes lá estavam os meninos brincando na praça da feira, alugando o brinquedo a outras crianças por dez centavos, vinte centavos, quinhentos reis. Ele também construiu muitos quebra-ventos, e os colocava no telhado da sua oficina para chamar atenção da freguesia. Também construía carros de madeira, e sempre foi um criador de chinelos de couro. Nos dias atuais concerta alguns tipos de sapatos, sandálias e ainda faz chinelos de couro sob encomenda.
LIVRO “COARACI ÚLTIMO SOPRO”
DE ENOCK D. CERQUEIRA
O Livro de Enock Dias Cerqueira concede a Coaraci, seu CPF, sua Identidade, para ser reconhecida em todos os rincões deste País, por onde for divulgado, distribuído e lido. O Livro é um resgate da Cultura Coaraciense. Um trabalho minucioso de pesquisas, com a colaboração dos pioneiros e contadores de história. É um merecido tributo aos pecuaristas, cacauicultores, farmacêuticos, médicos, comerciantes, professores, barraqueiros, candomblezeiros, prostitutas, barbeiros, pedreiros, pintores, parteiras, que aqui chegaram e desenvolveram às suas atividades, cheios de ideais, oferecendo a sua colaboração, dominados pelo desejo de crescer junto com a nova terra. A comunidade foi desenvolvendo-se, ruas e praças foram surgindo, e os coaracienses marcharam juntos, de mãos dadas, almejando transformar a Terra do Sol numa Coaraci desenvolvida, progressiva.
Obrigado Enock Dias Cerqueira por essa iniciativa brilhante, fantástica, que resgatou aos filhos de Coaraci a sua história.
BIOGRAFIA (NÃO AUTORIZADA) DE LUIZ ANTONIO CAETANO DA SILVA .
PROFESSOR CAETANO
Talvez por ser o mais novo, ou por sentir que há uma enorme dificuldade em transformar num relato biográfico as diversas memórias e recordações que se misturam e se perdem na memória, deixo está como uma tentativa inicial que aguarda dos irmãos as contribuições que a tornarão mais digna do biografado. Em todo caso, seguimos aqui anotações e relatos autobiográficos de acontecimentos marcantes ou situações de particular interesse. Dessa forma tento sintetizar a vida de um homem que em 80 anos viveu e trabalhou em 16 estados diferentes e constituiu e criou duas famílias.
Nasceu em 18 de Maio de 1928, no Rio de janeiro, primogênito do casal Antonio Luiz Caetano da Silva e Marina Leite Caetano da Silva. Seu pai era ferroviário e Sua mãe trabalhava em um banco. Seus primeiros anos de vida foram em casas perto de Vila Izabel e Grajaú; lá nasceram seus irmãos Antonio Henrique Caetano da Silva (Badico) em 1932 – ele relata por escrito suas memórias deste dia -, Márcia Caetano da Silva e Marcos Caetano da Silva. Até 1940 viveram no Rio, mas em outubro deste ano seu pai foi transferido para Vitória do Espírito Santo pela Companhia vale do Rio Doce. Mudaram-se para uma casa que seu pai comprara na rua Barão de Mauá, próximo ao Estádio Major Bley; nessa época fez o curso de admissão e começou a estudar no Colégio Estadual do Espírito Santo, onde ficou até o 3º ano Científico. Dessa época ele relata muitas histórias e recorda-se (por escrito) dos professores e colegas. Eles tinham um Jornal da Escola onde publicavam matérias jornalísticas e poemas, ele conseguiu trabalhar como locutor na Radio Club e ainda no terceiro ano começou a trabalhar na ETUC – Empresa de Topografia e Construções Urbanas. Como assistente de topógrafo e desenhista, entre novembro de 1945 e junho de 1947 desenhou toda a ilha de Vitória em escala e 1:500 e fez cadastro imobiliário de mais de 10000 casas, iniciando assim sua carreira de topógrafo. Em 1948, já pelo meio do ano ele encontrou um amigo que ia para uma entrevista de trabalho; perguntou se poderia ir e seguiu com o amigo para uma entrevista com dois topógrafos conhecidos que estavam recrutando pessoas. Ao ser entrevistado pelo seu futuro chefe ele revelou sua experiência com desenho e disse que sabia fazer os cálculos necessários – embora ainda não tivessem estudado aqueles conteúdos. O chefe disse para ele voltar no dia seguinte para fazer uma prova prática. Ele nem foi para a escola, voltou pra casa e foi estudar os cálculos; no dia seguinte fez a prova, foi contratado e surpreendeu a todos quando chegou a casa e disse que trancaria a matrícula e iria embora para Londrina trabalhar como topógrafo.
Nessa sua experiência no Paraná ele aprendeu muito sobre sua profissão e enfrentou grandes desafios, pois estavam abrindo estradas e construindo ferrovias e cidades onde só havia mato. Em muitos casos era preciso abrir uma picada a facão para passar um homem, depois vinha um grupo e alargava a passagem para passar animais, em seguida começavam a derrubar árvores e limpar terreno para passar carros de boi e depois jipes. Nesses trabalhos precisava saber não só os atributos do cargo, mas também gerenciar os 30 trabalhadores que comandava, desde os responsáveis pelo acampamento e pela comida até aqueles que se encontravam feridos ou acidentados. Construíram lá uma das primeiras cidades planejadas do Brasil: Guaporema (primeiro um distrito de Peabirú - PR, este município era tão grande que depois foi desmembrado em 17 cidades) Embora não tenha sido construída no ritmo de Brasília, sua organização e planejamento prévio com plantas e estudos topográficos são muito semelhantes e demonstram um avanço significativo para a época. Lá no Paraná ele foi vereador e também trabalhou com rádio, pois numa cidade que está nascendo as pessoas acabam acumulando funções. Nessa primeira etapa da sua vida casou-se com Alícia Caetano da Silva e teve dois filhos: Luiz Roberto Caetano da Silva e Paulo Roberto Caetano da Silva.
Depois dessa época no Paraná ele retornou com a família para o Rio de Janeiro e nas empresas da capital viajava para várias regiões do Brasil fazendo sondagens para portos, prédios e refinarias de petróleo. Nesse período trabalhou em 16 estados diferentes e conheceu todos os estados entre Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, mas apaixonou-se pela Bahia. Assim, depois de separar-se da primeira esposa veio morar em Salvador e trabalhar numa empresa de terraplanagem, sondagem e construção; viajava pelo estado e trabalhou na sondagem para obras do Porto de Ilhéus, Banco do Brasil de Itajuípe, Ponte sobre o Rio de Contas e muitas obras do Polo Petroquímico.
Em 1968, já se encontrava casado com Catarina de Souza França, e resolveu voltar a estudar para concluir o 3º ano científico e cursar uma faculdade de engenharia. Assim, em 1969 foi aprovado no vestibular de Geologia da UFBA e nasceu seu primeiro filho do segundo casamento: José Luís Caetano da Silva. Era uma época boa e na universidade ele construiu relações com outros Geólogos e engenheiros, pois tinha experiência e já até trabalhava com alguns deles, como o ex-governador Paulo Souto que foi seu professor na universidade e colega de trabalho. Segundo minha mãe, a casa tinha um clima de juventude e tanto os “peões” como os “estudantes” faziam parte de um mesmo universo de cultura acadêmica e suburbana. Eles se mudavam pouco para que ele estudasse e trabalhasse. Em 1974 Paulo Souto e ele trabalhavam juntos em uma empresa recém-criada pelos dois e meu pai estava no último semestre da universidade. Nesse ano nasceu seu Segundo filho: Jorge Luiz Caetano da Silva. Nesse ano começaram seus problemas de vista, a princípio interpretados como catarata, e ele passou a fazer viagens para o Rio em busca de tratamento.
Em 1977 ele já morava com a família no Rio de janeiro quando nasceu seu terceiro filho: Antonio Luiz Caetano da Silva. A situação já não era boa, pois sua vista havia piorado e (em uma cirurgia para catarata mal sucedida por não saberem que ele também tinha glaucoma) ele perdeu a visão do olho esquerdo. Foram anos difíceis e sem uma solução para seu problema – pois os médicos temiam operar o outro olho e o perderem devido ao glaucoma – sua visão foi piorando. Do Rio mudaram para Barcelos, mas diante da crescente dificuldade viria com nascimento do quarto filho, se mudaram para Coaraci em 1979.
Ao chegarem aqui foram morar numa casa alugada ao senhor Joaquim (Quimquim vendeiro) na Avenida Itapitanga, onde nasceu Luiz Antonio Caetano da Silva Junior, quarto e último filho do casal. Dois anos depois ele adquiriu uma casa na Avenida Juraci Magalhães e aguardava por um milagre, pois ainda não havia esperanças de cura para o glaucoma. Sua visão se perdeu de todo antes do nascimento do último filho e ele só foi ver o rosto do filho graças a um tratamento experimental realizado em 1984. Nessa época ele viajara para Salvador a fim de fazer novos exames e saber se já havia algo que pudessem fazer pelo seu olho. Por sorte sua, naqueles dias um médico de Campinas estaria em Salvador para demonstrar em uma aula para cirurgiões a nova técnica que ele desenvolvera para tratar/curar o glaucoma. Sabendo disso, o médico do meu pai perguntou se ele se ofereceria para ser “cobaia” nesse experimento – a técnica ainda nem tinha sido divulgada suficientemente – e ele aceitou. Foi uma alegria imensa para ele voltar a enxergar depois de cinco anos na escuridão. Embora sua visão não tenha ficado 100%, com auxílio de óculos ele conseguiu ter cerca de 80% da visão de um dos olhos e pode voltar a ler e, claro, trabalhar.
Entretanto, com sua visão limitada não era possível voltar a atuar nos serviços que fizera durante sua vida inteira, mas conseguiu dois trabalhos. O primeiro gerenciando a extração de Manganês aqui em Coaraci e o segundo lecionando inglês no Centro Educacional de Coaraci. Esse trabalho para ele foi especial, pois a escola carecia de um professor com registro na secretaria de educação estadual e na época só o professor Omar Farias lecionava no CEC e não tinha licença. Caetano então foi a Salvador, apresentou seu histórico do curso de geologia da UFBA constando 5 semestres de língua inglesa e fez uma prova que lhe assegurou uma habilitação oficial para lecionar. Com essa habilitação fechou-se o quadro de professores que era preciso para a escola. Depois disso, foram 20 anos de trabalho na educação de Coaraci e Almadina. Lecionou entre outras disciplinas: Inglês, LPLB, Redação, Secretariado, Serviços Bancários, Técnicas Agrícolas, Administração etc.
Em 1988 fundou o PSC (Partido Socialista Cristão) e foi candidato a vereador na coligação que elegeu o Sr. Aldemir Cunha para prefeito. Em 1989, com seus colegas Norberto Ribeiro e professor Gildásio, iniciou uma das promessas de campanha e levou o ensino de 5º e 6º séries para o distrito de Itamotinga num prédio anexo do CEC. Esse projeto cresceu e hoje Itamotinga tem ensino da alfabetização ao 3º ano do ensino médio. Entre 1989 e 2006 lecionou também na cidade de Almadina em turmas da 5º ao 3º ano de magistério; tendo deixado lá muitos discípulos que hoje são professores de excelência em suas áreas. Enfim, viu seus filhos crescerem e partirem para outras cidades. Alguns ficaram com ele até mais tarde e puderam desfrutar de sua companhia rica, tanto em teoria como em experiência. Era um apaixonado pelo trabalho e pelos livros. Em 2004, já com 76 anos, foi dispensado de sala de aula, mas propôs à direção do SEC dar aulas preparatórias de inglês para alunos da 4º em uma das manhãs. Não queria parar. Tinha prazer em ver as pessoas aprendendo e crescendo culturalmente. Não era muito de sair de casa, mas tinha seus amigos mais chegados (Sr. Antonio Ribeiro Santiago, Paulo Santana, Vila Nova, Cizenando, Omar Farias e professor Orlando – posso estar sendo injusto de não lembrar de todos) e apreciava que fossem à nossa casa para almoçar e provar uma cachacinha “Velho barreiro”, ouvindo LPs da melhor MPB e discutindo política e literatura. Assim, viveu entre seus familiares, amigos, livros e discos até o dia 29 de Junho de 2008, quando seu coração resolveu descansar!
PREMIAÇÃO PERSONALIDADE MUNICIPALISTA
Em uma noite de muito Glamour e Poesias, o Correio dos Municípios, reuniu Personalidades dos diversos seguimentos da Sociedade Coaraciense e conferiu o Título “Personalidade Municipalista” às pessoas que contribuíram para o desenvolvimento da cidade.
A Noite de 27 de Fevereiro ficou marcada, pela presença de Médicos, Advogados, Comerciantes, Profissionais Liberais, Políticos e Professores, entre eles o Diretor Presidente do Caderno Cultural de Coaraci, Professor Paulo Sérgio Novaes Santana que recebeu o Título de Personalidade Municipalista.
Os poetas do Clube do Poeta Sul da Bahia, ilustraram a noite declamando um recital de poesias, com muito lirismo provocando um momento único, o que deverá ficar marcado na memória dos homenageados e convidados, como um encontro que permanecerá na história de Coaraci. “Personalidades Municipalista” é um evento que vem ganhando conceito em várias cidades da região sul da Bahia, graças a competência de seu idealizador, diretor do Jornal Correio dos Municípios, Adeildo Marques Santos.
Premiação Personalidade Municipalista
Em uma noite de muito Glamour e Poesias, o Correio dos Municípios, reuniu Personalidades dos diversos seguimentos da Sociedade Coaraciense e conferiu o Título “Personalidade Municipalista” às pessoas que contribuíram para o desenvolvimento da cidade.
A Noite de 27 de Fevereiro ficou marcada, pela presença de Médicos, Advogados, Comerciantes, Profissionais Liberais, Políticos e Professores, entre eles o Diretor Presidente do Caderno Cultural de Coaraci, Professor Paulo Sérgio Novaes Santana que recebeu o Título de Personalidade Municipalista.
Os poetas do Clube do Poeta Sul da Bahia, ilustraram a noite declamando um recital de poesias, com muito lirismo provocando um momento único, o que deverá ficar marcado na memória dos homenageados e convidados, como um encontro que permanecerá na história de Coaraci. “Personalidades Municipalista” é um evento que vem ganhando conceito em várias cidades da região sul da Bahia, graças a competência de seu idealizador, diretor do Jornal Correio dos Municípios, Adeildo Marques Santos.
LUIS MARFUZ
Trabalhou na empresa UFBA - Estudou na Instituição de Ensino Escola de Administração UFBA - Anterior: ESCOLA DE COMUNICAÇÃO UFBA E ESCOLA DE TEATRO DA UFBA - Reside em Salvador – natural de Coaraci. Data de nascimento 11 de maio de 1954. É diretor, dramaturgo e pesquisador.
Biografia
Luiz Cesar Alves Marfuz, ou apenas Luiz Marfuz é doutor em Artes Cênicas (2007) e Mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas (1996), ambos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). É graduado em Administração de Empresas (1976) e em Comunicação com Habilitação em Jornalismo - pela UFBA. É professor-adjunto da Universidade Federal da Bahia, diretor teatral, arte-educador, dramaturgo e pesquisador sobre encenação contemporânea e estratégias de encenação no teatro de Samuel Beckett.
É líder-fundador e coordenador do Grupo de Pesquisa PÉ NA CENA - Poéticas de Encenação e Atuação, vinculado ao CNPq. Na área de Artes, destacam-se experiências em direção teatral, teatro contemporâneo, teatro na educação, direção de espetáculos musicais, processos de criação artística, matrizes estéticas brasileiras na cena teatral contemporânea e o teatro de Beckett.
Dirigiu espetáculos a partir de textos próprios ("A Última Sessão de Teatro", "Bodas de Prata", "No tempo do R-Quero", "Meu nome é Mentira" e "Cuida Bem de Mim" coautor), criações coletivas ("Solta Minha Orelha", "Aves de Arribação", "Cartão de Ponto"), peças de dramaturgos contemporâneos (Beckett, Arrabal, Brecht, Nelson Rodrigues, Lourdes Ramalho) e transcriações teatrais da literatura (Boccaccio, Beckett, Lima Barreto, Saul Below).
Dirigiu espetáculos musicais com artistas e grupos nacionais, entre estes: Maria Bethânia, Gilberto Gil, Dorival Caymmi, Nana Caymmi, Elza Soares, MV Bill, Zeca Baleiro, Chico César, Jards Macalé, Geraldo Azevedo, Arnaldo Antunes, Daniela Mercury, Susana Baça (Peru), Maria João (Portugal, Paulo Flores (Angola), Orquestra Sinfônica da Bahia, Grupos Olodum e Ilê Ayê).
Seu trabalho em teatro na educação foi tema e objeto de estudo da dissertação "Do silêncio ao grito: as estratégias do encenador-educador Luiz Marfuz para os jovens do Liceu no espetáculo Cuida Bem de Mim", defendida pelo pesquisador Paulo Henrique Alcântara, no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas - PPGAC.
Teve sua tese O teatro de Samuel Beckett: poética da implosão e estratégias de encenação “escolhida para representar a Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA no Prêmio Capes de Tese 2008”.
Seus trabalhos mais recentes na área de direção teatral são: "Policarpo Quaresma", texto de Marcos Barbosa, baseado no romance de Lima Barreto e selecionado para o I Festival Internacional de Artes Cênicas na Bahia, 2008; "Atire a Primeira Pedra, 2008, espetáculo com textos de Nelson Rodrigues que integrou a pesquisa sobre matrizes estéticas brasileiras na encenação contemporânea, junto a atores-formandos do curso de Interpretação da Escola de Teatro da UFBA e estudantes do PIBIC, indicado em quatro categorias ao Prêmio Braskem de Teatro 2008; "A Última Sessão de Teatro", de sua autoria, em 2009, em homenagem aos 70 anos do ator e diretor Harildo Déda que recebeu o Prêmio Braskem de Melhor Ator do Ano, em 2009; "As Velhas", em 2010, de Lourdes Ramalho, indicado em quatro categorias ao Prêmio Braskem de Teatro; e "Meu Nome é Mentira", escrito a partir de uma fábula de Brecht (2011).
Em 2009, recebe o Prêmio Braskem de Teatro de Melhor Diretor e Melhor Espetáculo do Ano pela montagem de "Policarpo Quaresma", também indicado em mais cinco categorias Melhor Texto, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Cenografia.
Atualmente, coordena o projeto Estudo das ações físicas na construção da cena, junto a graduandos, mestrandos e alunos do PIBIC-UFBA, escreve o texto "Senhora dos Infiéis", contemplado no Edital de Estímulo à Dramaturgia, da SECULT/FUNCEB-BA e estreou seu mais novo espetáculo "Meu Nome é Mentira", com atores-formandos em Interpretação da Escola de Teatro da UFBA, em 18 de dezembro de 2011, que entrou em circulação em fevereiro e março de 2012.