top of page

COARACI EM VERSOS

 

Ainda no século 18

As margens do “Ribeirão do Terto”

Instalaram-se os primeiros moradores

Em busca de terra fértil.

 

Mas especificamente

Na região de “Itamotinga”.

Onde a terra era boa

E a água cristalina.

Mas somente os escritos

Familiares  é que comprovam

Que esses desbravadores

Deram início a historia.

 

Os registros históricos, porém

Consolidam a sua versão

Que em mil novecentos e dezenove

Iniciou-se a povoação

 

Oficialmente João Maurício

E José Laudelino Monteiro

Construíram, de taipa, uma casa

Que servia de comércio

E pousada para os tropeiros.

 

Às margens do Rio Almada

Era a exata localização

Da casa/comércio que vendia

Açúcar, sal e sabão.

 

Fumo de corda. jabá

Não podia faltar cachaça.

Enfim, os artigos necessários

Às cozinhas de roça

 

Por se tratar de um trecho raso

Do Almada que, garantia

Aos animais e transeuntes

Uma segura travessia

 

Uma trilha perto de casa

Que servia de caminho

Inspirou o nome do lugar

Conhecido por “Beira-do-Rio”.

 

Ao crescer o povoado

O nome foi logo mudado

Deixou de ser “Beira do Rio”

De macacos, foi chamado.

 

Segundo moradores antigos

Esse nome, foi devido

À grande população

De macacos, que havia

No início da povoação.

 

Neste período já havia

Dez ou doze casas construídas

Que em forma de um grande circulo

Foram todas distribuídas.

 

Como também uma ponte

De madeira que permitia

Apenas aos pedestres

Fazer a travessia

 

Com a presença de tropas

E viajantes no local

Aumentou a concorrência

No ponto comercial.

Começou a funcionar

Duas lojas no povoado.

Uma era de ferragens

A outra, de secos e molhados.

 

E em mil novecentos e vinte e cinco

Chegou um progressista, à região.

Explorando terras virgens

Criando vasta plantação.

 

Formou um fazenda

Denominada “Berimbau”.

Manoel Peruna, que investiu

Na cultura do cacau.

 

O então prefeito de Ilhéus

Eusíno Lavigne, designou

Para o povoado de “Macacos”

O primeiro  administrador.

 

Juvêncio Peri Lima

Que aqui chegou

Em mil novecentos e trinta

Com um futuro promissor.

 

Conheceu Manoel Peruna

Que se tornou aliado

Nos assuntos referentes

Aos problemas do povoado.

 

Peruna foi quem sugeriu

Um outro nome para o lugar.

“Itacaré do Almada”

Passaria a se chamar.

 

Reconhecido o seu trabalho

Dentro do povoado

Foi, a propósito, agraciado

Com o cargo de Subdelegado.

 

Após a criação do distrito

O nome foi simplificado

“Itacaré” simplesmente

Passou então a ser chamado.

 

Com a chegada constante

De famílias e desbravadores

Nesta época a população urbana

Chegava a cinco mil moradores.

A categoria de Vila

Foi elevado, o distrito

Em mil novecentos e trinta e oito.

Assim comprovam os registros.

 

“Itacaré” por sua vez

Sofre mais uma alteração.

“Guaraci” passa a ser

Sua nova denominação.

Através de um Decreto-lei

Posteriormente ratificado

Mais  uma vez o distrito

Teve o nome alterado.

 

Nesta época, Peri já havia

Encerrado, com a inauguração

Da ponte principal,

Sua longa administração.

Um período de doze anos

De trabalho eficiente

 

Com uma população urbana

Cada vez mais, crescente

Nesta época já chegava

A dezesseis mil habitantes.

 

Finalmente em doze de dezembro

De mil novecentos e cinquenta e dois

A vila eleva-se a cidade

Quatorze anos depois.

 

Coaraci em versos, hoje

Venho com satisfação

Contar como se deu

Tão marcante evolução.

 

Acrescentando um detalhe

Que não consta  nos registros:

Foi meu avô quem construiu

Aqui, o primeiro Edifício.

 

Antonio Rodrigues da Silva

Também um dos pioneiros

A explorar terras virgens

E se tornar grande fazendeiro.

 

Segundo meu pai contava

Três fazendas foram vendidas

Para que a construção

Pudesse, então ser erguida.

 

O prédio foi inaugurado

Em mil novecentos e quarenta e nove.

Um marco da época que ainda

Permanece nos dias de hoje.

 

Coaraci faz parte de mim

Da minha história de vida.

Somam mais de trinta anos

Entre chegadas e saídas.

 

Até finalmente fixar

Raízes nesta cidade.

Construindo família

Conquistando amizades.

 

Coaraci terra amada

O teu solo fértil atraiu

Às margens do Almada, um comércio

Rústico, que contribuiu

Audaciosamente

Com o  progresso deste lugar

Iniciado nas proximidades de um rio.

 

Autora Coaraciense da Família

Rodrigues da Silva

 

 

SOU BRASIL

 

Nordeste, centro ou sulista

Sou da bola um artista

Vou singrando o mar anil

O meu nome é BRASIL

 

Não importa a profissão

O que vale é o coração

Cavalgando ou arremessando

Vou honrando esta NAÇÃO

 

Sou na escola, o professor

Quadra ou campo, treinador

Educando alunos mil

O meu nome é BRASIL

 

Limpo as ruas, sou gari

Planto coco açaí

Cuido de nossas crianças

Do futuro, a esperança

 

Sou piloto, tratorista

Operário, sou um artista

Jangadeiro varonil

O meu nome é BRASIL

 

Sou bancário, nadador

Pela sorte um corredor

Não importa a profissão

Auriverde é o coração

 

Sou sem terra, sou sem teto

Guitarrista, ou arquiteto

Vou galgando as glorias mil

O meu nome é BRASIL

 

Não me importa a posição

Se sou último ou campeão

Eu sou forte eu sou viril

O meu nome é BRASIL

 

De nascença grapiuna

Coaraci tem meu perfil

Nasci perto de Itabuna

O meu nome é BRASIL

 

Ser baiano ou ser paulista

Ser patrão ou manobrista

Basta não ser um homem vil

Tenho orgulho em SER BRASIL

 

Por. Carlos Bastos

 

 

 

Brinquei de Deus e um homem então criei

Forte, valente, intrépido, audaz.

Não um Adonis e nem tão pouco um rei

Mas nele havia de algo, muito mais

 

Não teria a força hercúlea de Sansão,

Nem de Davi vencendo os Filisteus

Mas teria a força de um feroz leão

Para defender o lar e os filhos seus

 

Não ergueria torres, monumentos,

Nem seria tão pouco um imperador,

Mas construiria o maior invento,

Um lar honrado onde reinasse o amor.

 

No seu peito, não haveria medalhas,

Nem distintivos, ornando-lhe o coração.

É que a justiça, neste mundo falha,

Não premiando heróicos cidadãos,

 

Veja-lhe as mãos da incessante lida

Conte-lhe os calos, e então verão,

Medalhas, troféus, que a própria vida,

Deu como prêmio bordando-lhes as mãos.

 

Não teria fama nem somaria riquezas

Mas daria conta do trabalho que plantou

E ao caminhar todos diriam com certeza

-Eis que passa pela rua um vencedor

 

Não seria arrogante, nem pretensioso,

Mas seguro em tudo o que fizesse

Bom companheiro, amigo generoso,

Pois o servir era a sua maior prece

 

E quando a dor, esta cruel inimiga,

Por três vezes lhe ferisse o coração

Choraria, blasfemaria contra a vida,

Sem jamais perder a fé nem a razão.

 

Amaria os filhos incondicionalmente

E a esposa, companheira amada,

Reconhecendo que ela bravamente

Lutou com ele, de igual, nesta jornada.

 

Embalaria os filhos numa rede branca

Cantando valsas à luz de um candeeiro

Aconchegaria-os depois em suas camas

Tangendo insetos em cada mosqueteiro

 

Faria brinquedos, casinhas pequeninas,

Carrosséis, gangorras, cavalinhos de pau,

A maior fogueira, nas noites juninas,

E a melhor festa nas noites de Natal

 

Assim, brinquei de Deus em minha mente,

Mas que surpresa!  Não esqueço mais.

Clonado estava, ali na nossa frente,

A figura amada de você meu pai.

 

Em 13/8/08,

 

Aires de Almeida - Jailda Galvão

<jailda.galvao@aalmeida.com.br>

 

 

Minha Mãe

Minha mãe é tão bonita,

Poema que os olhos dita

Puro amor em profusão.

Minha mãe é tão bonita

Que mesmo o maior artista,

Não lhe pinta a perfeição.

 

Suas mãos tão calejadas

Escondem dedos de fada,

Que o tempo não mudou não

Trabalho, luta, jornada,

Suas mãos foram talhadas

Pra servirem ao coração

 

Seu cabelos soltos, leves

Parecem fios de neve,

Branquinhos como algodão,

Nas marcas que a vida tece

São como contas de prece

De um rosário de oração.

 

Seu olhar negro profundo,

Em prece, pede que o mundo

Tenha mais paz e união,

Seu amor é oriundo,

Dá fé em Deus que no fundo,

Enobrece-lhe o coração.

 

Minha mãe que embalou berços,

Seus conselhos não esqueço,

E sigo sem hesitação

Orando com todo apreço

Em prece a Deus, agradeço.

Minha mãe, minha canção.

 

Minha mãe está mais bonita,       (12/05/2007

Hoje, aos pés do Grande Artista

O “EU SOU” da Criação,

Na cidade prometida

Todo o esplendor ela fita,

Na mais feliz comunhão.

 

 

Aires de Almeida - Jailda Galvão

<jailda.galvao@aalmeida.com.br>

 

 

 

Fim dos dias.

 

Ondas gigantescas

Invadem as praias,

São lágrimas de revolta

De nossa mãe gaia.

 

Furacões são lamentos,

Gritos de dor,

Destroem o homem,

Matam o destruidor

 

O sol escaldante

Castiga a terra,

Fim dos dias.

Uma triste era.

Animais extintos,

Graças á temível fera,

Que mata, destrói, dilacera.

 

Aquecimento global.

Derretimento de geleira glacial,

Devido ao dito

Ser racional.

 

No ar,

A poeira,

A poluição,

Que causa morte,

Destruição.

 

As florestas viram cinzas,

Queimadas pela arrogância

Do cruel homem,

E toda sua ganância.

Fim dos tempos.

Fim do homem.

 

Robinson Silva Alves

Prêmio UFF de literatura 2008 1 lugar poesia.

 

Consolo na prisão

 

Pare e pense

Os ladrões estão fugindo

Os policiais estão correndo

para prendê-los, mas ainda

não venceram a batalha.

 

O primeiro ladrão passou,

O segundo ladrão passou,

O terceiro ladrão passou,

Mas a perseguição continua.

 

Perdeste a dignidade

A esperança de seguir em frente

Distribui drogas, bebidas e muito mais

E não tens dignidade.

 

És um fugitivo da polícia

Te procuram, mas não te acham

Tu te escondes na escuridão

porque não tem paz no coração.

 

A malandragem aumenta cada vez mais,

Os jovens caem nas drogas e na prostituição,

pois não há quem os defendam.

 

De tudo tens a dúvida,

A incerteza e a tristeza.

Toma conta do teu coração

Procuras a luz e sairás das trevas!

Serás liberto! Liberto!

 

Autora:

Alana Marques,

12 anos - 6ª série B Educandário Pestalozzi

 

 

COARACI Paraiso Multicolorido

 

Rasgado por uma cortina

De água doce e cristalina,

Batizada com o nome de Rio Almada

Que desliza suavemente para o oceano.

 

Quando pousei

Meu olhar maravilhado

sobre suas terras férteis e macias,

Foi que descobri toda a nobreza

Da poesia que brota desse lugar iluminado.

 

Serras encantadas

Habitadas por frondosas árvores

Que exalam suave perfume,

E aves de rara beleza

Que emitem melodioso canto sobre teus habitantes.

 

Quando vi pela primeira vez

O fascinante Rio Almada

Livre, amamentando as fartas baronesas,

Senti a presença contagiante de uma constelação

 

Sob a regência tênue de uma lua cheia...

Com o pensamento nas águas do mar,

Jamais esqueceu de banhar as terras de Coaraci;

 

À vezes alegre e transbordante,

Outras tantas triste e vazio,

Mas sempre presente em todos os momentos.

Relembro-me de tua igreja branca

E imponente, cenário natural

Que nos serviu tantas vezes

De palco para nossas serestas

Que se estendiam pela madrugada.

 

Também do brega,

Refúgio inesquecível, sempre concorrido

Pelos candidatos ávidos a uma vaga

No curso de iniciação sexual,

Ministrado por graduadas professoras da região.

 

De teu luar indiscreto

Sempre a nos vigiar por todos os cantos:

Na rua... em casa... em qualquer lugar...

Mas sempre na mesma direção:

Seguro e sem andar na contramão.

 

Dos velhos coronéis insaciáveis

E das cortejadas e indiferentes mulheres

A dilacerar insistentes corações.

Sempre foste a bandeira resistente

De um reino de anjos radiantes.

 

És o carrossel da esperança,

O retrato fiel da natureza,

Com cores deslumbrantes

E olhar firme no horizonte:

Elo perfeito entre teus habitantes.

 

Ely Sena

 

POETA MODERNO

Nesta Era

Em Que O Homem Esquece

O Canto Dos Pássaros

Perdendo Sua Passos

Não Voando Mais

No Espaço

Vasta Imaginação

Neste Tempo

Onde Flores

Viram Espinhos

O Menino Perde O Caminho

Na Estrada Que Conduz

A Luz Inspiração

Que Leva A Novos Rumos

Rumos Emoção

Neste Século

 

Em Que Se Perde A Esperança

Crescendo Sem Ser Criança

Desaprendendo A Conjugar

O Eterno Verbo Amar

Neste Tempo Moderno

É Preciso Sonhar

Buscar Acreditar

Ser Poeta

Dois Jogos Florais Do Século XXI Uruguai

Menção Especial

Robinson Silva Alves

 

Filho De Coaraci

 

Concurso Nacional De Poesias Colatina Obra Poeta Concurso De Poesia Da Universidade Federal Fluminense

- 1 Lugar Nacional : Fim Dos Dias 2 Jogos Florais Do Sec. XXI Obra. Poeta Moderno  Além Disso Foi Agraciado Em Diversos Concursos Realizados Por Todo Pais E No Exterior Como Por Exemplo Portugal E Uruguai Levando Assim O Bom Nome Da Nossa Terra.

 

 

REVOLTA DAS PALAVRAS COM A NOVA REFORMA ORTOGRÁFICA

 

 

Chegou à reforma da ortografia...

Para facilitar à gramática...

Tirando toda a agonia...

De uma forma lunática!

 

Mas esta reforma sem volta...

Gerou confusão e revolta...

No mundo das letras encantadas...

Que ficaram muito assustadas!

 

Para resolverem um problema...

Mataram o inofensivo trema!

Só porque ele virava um bicho chocante...

Para muitos preguiçosos estudantes!

 

Assim com a força de um poema...

Surgiu o movimento dos sem trema:

Linguiça, cinquenta, frequência,

Arguição, pinguim e eloquência!

 

Nos ônibus dos ditongos,

Que não são nada mongos,

Tiraram todos os assentos...

Sem penas e sem sentimentos!

 

Hifens foram retirados de palavras puras...

Com brigas cruéis e muito duras!

 

Os hiatos “oo” e “ee” perderam os chapéus,

Que foram para o reino do beleléu!

Para serem vendidos em algum brechó...

Toda esta situação é de dar dó!

 

Hifens foram retirados de palavras puras...

Com discussões cruéis e muito duras!

 

Chegou à reforma da ortografia...

Para facilitar à gramática...

Tirando toda a agonia...

De uma forma lunática.

 

Luciana do Rocio Mallon

 

SOL A SOL

 

Tenho o corpo cansado

Dos dias perdidos

Tenho o sono roubado

E um coração aflito

Eu e os outros

Toda essa gente

Filhos da terra

E como ela carente.

Sol a sol

Abrindo covas

Enterrando sementes

Não falta coragem

Apesar de tudo

Mesmo podre esse fruto

É tudo que nos resta

Amargo, azedo e carente

É a parte do bolo que sobrou pra gente.

Sol a sol

Abrindo covas sepultando semente.

Jackson Cunha <jacksoncunha_11@yahoo.com.br>

Ouviram

 

Ouviram as margens plácidas

Um grito retumbante.

Menos nos ouvidos

Moucos dos governantes.

 

De um povo heróico

Ouve-se o brado, de dor,

Fome e sede.

Fome de pão e de saber.

E a justiça quede?

 

Ó Pátria amada salve!

Salve nossas florestas e rios

E teu filho homem

Que está à mercê da fome.

 

Ordem no congresso!

Ordem e progresso,

Progresso da inflação

Progresso de recessão,

Progressão de retrocesso.

 

Gigante por natureza,

Gigantesco amazonas,

Gigantesco São Francisco,

Gigante o analfabetismo,

Gigantesca zona.

Deitado em berço esplêndido,

Vejo na televisão:

Histórias, novelas tortas,

Vejo minhas raízes mortas,

Vejo a globalização.

 

Teus risonhos lindos campos,

Tem mais flores e mais guerra

Tem mais mortes,

Tem mais sangue

Na peleja contra a fome,

Na labuta pela terra.

 

Terra, hereditária por rico,

Fome, herança do pobre.

Deus fez a terra.

O homem, a partilha.

Terra, herança pro nobre.

 

Se é que a justiça

Crava forte,

No peito de um cidadão,

Grita vigário geral,

Carandiru, candelária,

Grito de exterminação.

 

No teu céu risonho outrora,

A constelação resplandeceu.

E a gananciosa fumaça,

Subiu, apagou as estrelas

Até o sol escureceu.

 

Essa nação teve sorte!

Independência sem morte,

Que liberdade fajuta.

E seus habitantes carregam

Uma vida de filhos da luta.

 

Ó grande Pátria gentil!

Se tu não és madrasta,

Nos livre da dor nefasta,

Não deixe morrer teus filhos

Pelos cantos do Brasil.

 

Autor: Waldir Amorim

Coaraci Bahia

 

 

COARACI MUSICAL

Contei um dia que no sangue deste povo o futebol corria.

Agora venho dizer que como o clima tropical, no sangue do coaraciense corre também o gosto musical.

Os jovens coaracienses como os artistas circenses, conseguem fazer malabarismos. Tocando de ouvidos lindas melodias, em um autêntico ritual,

muito profissional.

Paulo SN Santana

Coaraci Ba. 04maio11

 

Patriotismo

 

Fisionomias duras,

Faces enrugadas,

Pés descalços,

Roupas em frangalhos,

Braços rígidos

Ativando o progresso.

 

Filhos pálidos,

Sedentos, famintos

Entregues ao desconforto.

Peitos curados

De tantas decepções

E humilhações

A caminho do futuro?...

 

Reunidos na roça

Num rico feriado:

Cantando com bravura

O hino nacional.

 

Coaraci, 23/09/87

Alfeu Amaral

Poema do noivo para noiva.

 

Que feliz sou eu, meu amor.

Já, já estaremos casados.

O café da manhã na cama

Um bom suco e um pão torrado.

 

Com ovos bem mexidinhos.

Tudo pronto bem cedinho.

Depois irei para o trabalho.

E você para o mercado.

 

Daí você corre pra casa.

Rapidinho arruma tudo.

E corre pro seu trabalho.

Para começar o seu turno.

 

Você sabe que de noite.

Gosto de jantar bem cedo.

De ver você bem bonita.

Alegre e sorridente.*

 

Pela noite minisséries.

Cineminha bem barato.

Nada, nada de shoppings.

Nem de restaurantes caros.

 

Você vai cozinhar pra mim.

Comidinhas bem caseiras.

Pois não sou dessas pessoas.

Que gosta de comer besteiras...

 

Você não acha querida.

Que esses dias serão gloriosos.

Não se esqueça meu amor.

Que logo seremos esposos.

 

A resposta da noiva ao noivo

 

Que sincero meu amor.

Que oportunas tuas palavras.

Esperas tanto de mim.

Que me sinto intimidada.

 

Não sei fazer ovo mexido.

Como sua mãe adorada.

Meu pão torrado se queima.

De cozinha não sei nada.

 

Gosto muito de dormir.

Até tarde, relaxada.

Ir ao shopping fazer compras.

Com o Visa tarja dourada.

 

Sair com minhas amigas.

Comprar só roupa de marca.

Sapatos só exclusivos.

E os lingeries mais caros.

 

Pense bem, que ainda há tempo.

A igreja não está paga.

Eu devolvo meu vestido.

E você seu terno de gala.

 

E domingo bem cedinho.

Pra começar a semana.

Ponha aviso num jornal.

Com letras bem destacadas:

 

Homem jovem e bonito.

Procura escrava bem lerda.

Porque sua ex-futura esposa.

Mandou ele ir à merda!.

 

Enviado por: Mª Célia Cavalcanti

Consciência...

Tem dias que eu quero

Apenas fechar a porta

E dizer que nada,

Nada que esteja

Do lado de fora

Me importa...

 

É nessa hora

Que ouço uma voz

Que chega de mansinho

E fala no meu coração,

Convidando-me pra ficar...

Dessa voz

Eu só consigo identificar

O amor...

Ela me diz:

- Deixa de ser ingrata,

Agradeça a Deus,

A família,

Os amigos,

E o alimento farto...

E de joelhos, obedeço

E agradeço.

Ao fechar os olhos

Vejo minha consciência,

De olhos marejados,

Do meu lado,

A orar...                Teresa Cordioli
                                 26/04/2011

VENTRE CARCERÁRIO

 

Se um dia ao nascer

Fizer brotar um prazer

Regozijo e festa a brindar

Emoções e garantia de paz

Engano frequente demais.

 

Vai engatinhar na calçada

Neófilo produto do nada

Sem vacinas, nem merenda.

Cresce um exímio pedinte

Que aparece inocente e carente.

 

Unindo-se à mesma gente

Cadete do vício explícito

Trocando rosa por cola

Aspira ao desejo do cheiro

E no servil abandono ele implora

 

Marginal à sociedade

Injusta, indecente e covarde.

Que com requintes de crueldade

Tem um propósito latente.

 

Na pedagogia carcerária

Conflito de gerações

E vociferando se esconde

Pois, é comum a ação.

De devolver às ruas, uma fera.

Na iminência da execução.

Wanderley Ramos dos Santos

Coaraci (BA)

 

POETA

Robson Silva Alves

(Coaraci/BA)

 

Sentado,

a beira da estrada,

vendo tudo,

em nada

 

Fazendo poemas,

na madrugada,

voando com pássaros,

na revoada

 

Luta com versos

contra canhões,

quebra muros,

corrente e grilhões

que aprisionam homens

e corações

 

Transformam sua dor,

na mais bela flor

na noite amante,

da lua, trovador

um poeta,

um sonhador

 

Voa com o vento

nas asas pensamento

poesia, palavras, lamento

sentindo vários sentimentos

 

Transforma mundos,

transforma eras,

busca com palavras,

uma nova terra

 

Planta sementes,

na letra esperança,

colhendo os frutos

da grande mudança

poeta, sonhos, criança.

Vagando

pela vida incerta,

amores,

emoções,

um poeta.

 

POEMA DE UM ALUNO DA APAE

ILUSÕES DO AMANHÃ

'Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de eu esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.

Eu quero apenas viver, se não for para mim, que seja pra você.

Mas às vezes você parece me ignorar,
Sem nem ao pior olhar,
Me machucando pra valer.

Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.

Se a vida dá presente pra cada um, o meu, cadê?

Será que esse mundo tem jeito?  
Esse mundo cheio de preconceito.
 
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.

Talvez eu seja um tolo, que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer, eu fiz brotar a flor.

Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.

E como príncipe sonhador...  
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor. '

Ele tem 28 anos, com idade mental de 15 e peço que divulguem para prestigiá-lo. Se uma pessoa assim acredita tanto, porque as que se dizem normais não acreditam?

PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE) Este poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade, de excepcional.
Excepcional é a sua sensibilidade!

LOUVAÇÃO DO AMIGO

 

De: José Almiro Gomes

 

É meu, é teu,

é nosso este fiel amigo.

Brilhante mais que o sol mais puro que o trigo.

 

Sua carne é o pão da vida, seu sangue é o vinho antigo.

Que salva a quem o bebe do mais cruel perigo.

 

Mais nobre que um rei,

mais simples que um mendigo,

Seu nome já o sabeis e enquanto não o digo.

 

De logo vos revelo que os passos dele sigo.

E os seguirei do berço até meu frio jazigo.

 

Por Ele eu vivo e morro,

sou seu soldado e brigo.

Com todo meu valor contra quem for inimigo Dele

E por seu amor sofrerei meu castigo.

 

E esta criatura

a quem tanto me ligo,

Verbo encarnado e santo a quem louvo e bendigo,

É Nosso Senhor Jesus Cristo, o nosso melhor amigo.

 

Coaraci, dezembro de 1985.

 

QUANTUM

(Autor: Anderson Almeida Ribeiro)

Perdido no espaço – tempo

Dualidade onda – partícula

Quem pode supor

A órbita dos pensamentos?

Não penso em nada

E no que deveria pensar?

O tempo é a incógnita

A ideia é a solução

É possível crer no invisível

Basta libertar as amarras

Nós somos livres

E o mundo é vasto

Quantum de energia temos

Se somos matéria?

E para onde vamos

Ao emitirmos luz?

NICKNAME

(Autor: Anderson Almeida Ribeiro)

Estamos todos juntos

E ao mesmo tempo separados

Neste ciberespaço

Onde não existem barreiras

O “eu” desapareceu

E o que sobrou está conectado

Nas páginas irreais

Não nos olhamos de frente

Existe uma máquina

Que nos limita

A dois estranhos juntos

Na mesma emoção

Falta a lágrima, o sorriso, o sal

Num mundo repleto

De nicknames falsos

E os corações?

Onde poderemos analisar?

MEU PAI

 

Brinquei de Deus e um homem então criei

Forte, valente, intrépido, audaz.

Não um Adônis e nem tão pouco um rei

Mas nele havia de algo, muito mais

 

Não teria a força hercúlea de Sansão,

Nem de Davi vencendo os Filisteus

Mas teria a força de um feroz leão

Para defender o lar e os filhos seus

 

Não ergueria torres, monumentos,

Nem seria tão pouco um imperador,

Mas construiria o maior invento,

Um lar honrado onde reinasse o amor.

 

No seu peito, não haveria medalhas,

Nem distintivos, ornando-lhe o coração.

É que a justiça, neste mundo falha,

Não premiando heroicos cidadãos,

 

Veja-lhe as mãos da incessante lida

Conte-lhe os calos, e então verão,

Medalhas, troféus, que a própria vida,

Deu como prêmio bordando-lhes as mãos.

 

Não teria fama nem somaria riquezas

Mas daria conta do trabalho que plantou

E ao caminhar todos diriam com certeza

-Eis que passa pela rua um vencedor

 

Não seria arrogante, nem pretensioso,

Mas seguro em tudo o que fizesse

Bom companheiro, amigo generoso,

Pois o servir era a sua maior prece

 

E quando a dor, esta cruel inimiga,

Por três vezes lhe ferisse o coração

Choraria, blasfemaria contra a vida,

Sem jamais perder a fé nem a razão.

 

Amaria os filhos incondicionalmente

E a esposa, companheira amada,

Reconhecendo que ela bravamente

Lutou com ele, de igual, nesta jornada.

 

Embalaria os filhos numa rede branca

Cantando valsas à luz de um candeeiro

Aconchegá-los-ia depois em suas camas

Tangendo insetos em cada mosqueteiro

 

Faria brinquedos, casinhas pequeninas,

Carrosséis, gangorras, cavalinhos de pau,

A maior fogueira, nas noites juninas,

E a melhor festa nas noites de Natal

 

Assim, brinquei de Deus em minha mente,

Mas que surpresa!  Não esqueço mais.

Clonado estava, ali na nossa frente,

A figura amada de você meu pai.

 

Jailda Galvão Aires

(Rio,11/08/2008

 

O PRECONCEITO EM VIAS REAIS

As janelas da realidade se abrem
É chegada a hora do crepúsculo
O sol se deita:
Suas faíscas vêm revelar faces obscuras
É retirada a venda do mundo
É desmascarada a crueldade de um olhar...

Daqui, homens se reconhecem
Nas caricaturas da intolerância
Por aqui, desfila o desrespeito
Estampado, etiquetado
Valorizado em última instância

Vagam por essas estradas cruzadas
Passos de preconceito e de dor
As ruas se chocam e projetam exclusão...
As vias são, na verdade, os corações humanos
Guiados, roubados, petrificados
Pelo horror da discriminação

Lara Mangieri

Preconceito maldito!

 

 

Um dia quando ia passando

na rua da abolição,

ouvi alguém gritar,

pega o ladrão!

 

Um negro ia caminhando pensativo,

como andava apressado alguém gritou:

- “é ele o bandido!”

O prenderam então.

 

Era o único suspeito.

Enquanto o ladrão  fugia,

Era um inocente quase linchado,

Por causa dos  preconceituosos

que comemoravam a prisão daquele injustiçado.

 

Paulo SN Santana

histórias de Coaraci

População estimada 2014 (1)20.183

População 201020.964

Área da unidade territorial (km²)274,500

Densidade demográfica (hab/km²)74,17

Código do Município2908002

Gentílicocoaraciense

Prefeito

JOSEFINA MARIA CASTRO DOS SANTOS

Socialize-se conosco

 

Compartilhe este site com seus parentes, amigos e colegas de trabalho,ajude adivulgar a história desta bela região. Rica em cultura e que muito contribui para o desenvolvimento do Estado da Bahia e do Brasil

  • s-facebook
  • Twitter Metallic
  • s-linkedin
Compartilhe ideias

 

Compartilhe suas  idéias e projetos enciando para nossos enderêços: textos, imagens sobre a cultura de Coaraci.

Participe deste projeto que tem como meta principal levar a você  uma boa parte do que realmente aconteceu aqui em Coaraci ao longo destes 63 anos de existência.

 

 E-mail: informativocultural162@gmail.com

 Celular: (73) 8121 - 8056

 Fixo: (73) 3241 -2405

bottom of page