
CRONOLOGIA HISTÓRICA DE COARACI
ADMINISTRADORES E PREFEITOS
AS ORIGENS DE COARACI
As terras que pertencem ao município de Coaraci começaram a ser exploradas por volta de 1889 na região de Itamotinga. A sede urbana que foi povoada, vila e cidade foi fundada em 1919 com a abertura de um entreposto comercial às margens do Rio Almada. O povoado se formou em torno de uma área rasa do Rio Almada na atual Praça Getúlio Vargas e dali as ruas, casas residenciais e comerciais foram surgindo. Coaraci neste período foi chamada de "Beira do Rio", "Macacos", "Itacaré do Almada" e "Itacaré". O município de Ilhéus enviou ao povoado o Sr. Juvêncio Pery Lima para organizar a urbanização da cidade. Ele usou máquinas pesadas para abrir ruas, aterrar o largo da Praça Getúlio Vargas e construir a ponte principal ligando a cidade ao outro lado do rio. Por sair escavando a cidade ele ficou conhecido como Dr. Tatu. Foi dele a ideia urbana que a cidade tem até os dias atuais no centro da cidade.
O CRESCIMENTO DAS RUAS DA PALHA E ATOLA TAMANCO
Nos primeiros anos de 1930, as ruas da Palha e Atola Tamanco cresceram juntas, paralelas, até se encontrarem num outro largo, 600 metros acima, dando origem a uma pequena praça, chamada de Caramuru (hoje Praça Elias Leal). A Rua Atola Tamanco ultrapassou essa praça, prosseguindo reta através de sua linha de ação até encontrar a sede da fazenda de Elias Leal, já com diversas pequenas casas construídas, e com o nome de Rua do Cacau.
A meio caminho das ruas Atola Tamanco, onde atualmente está a agência do Banco do Brasil, era o Cemitério de Macacos. Peri Lima achando da inconveniência de sua localização aceitou e agradeceu a oferta de uma área gentilmente cedida por Manuel Peruna, em cujo local funciona até hoje o Cemitério Campo Santo.
A partir do momento em que o povoado mostrou que era uma realidade, continuou a receber apoio e investimentos de agricultores e pecuaristas, que mantinham seus lucros guardados em suas fazendas. Itacaré (Coaraci) continuava crescendo rapidamente, e empurrando para trás as diversas sedes de fazendas que estavam em seus limites.
COARACI NASCEU NA BOCA DA CONVERSA
Valmir Negrão afirmou em uma entrevista ao Caderno Cultural, que Coaraci nasceu no local chamado pelos tropeiros de a ’’Boca da Conversa’’, onde ainda hoje existem algumas barcaças na Fazenda de Joaquim Moreira localizada na entrada da cidade. O primeiro morador de lá, foi o Sr. Nelson Barros, na área havia um pontilhão e durante as enchentes colocava-se uma tábua para atravessar com segurança! Era um ponto escolhido pelos tropeiros para descansar e dar de beber aos animais. Cada animal pagava quinhentos reis para beber água, vinham seis animais, entre a ida e volta se pagava seis mil reis. Quando virou povoado já pertencia a Joaquim Torão, depois Joaquim Moreira comprou e passou a morar na propriedade, constituindo família com dona Helena Alves que ficou doente e depois com Dona Dalva Santos.
PORQUE COARACI
Segundo os historiadores e os antigos desbravadores, o primeiro nome de Coaraci foi arraial dos macacos, vês que na formação do arraial construiu-se uma pequena rua bem na beira do ribeirão dos macacos depois de onde está a sede do fazendeiro do Sr. Joaquim Moreira com o nome de “boca da conversa” que já não existe mais. Depois o arraial dos macacos passou a se chamar Itacaré talvez por causa da fazenda Itacaré que tinha sua sede, hoje nas imediações do hospital. Nos idos de 1938, o prefeito de Ilhéus, Dr. Eusine Lavigne mandou para aqui para administrar o arraial de Itacaré (elevado a categoria de distrito) o engenheiro agrônomo de nome Juvêncio Peri Lima, vês que o distrito já tinha um bom comercio, com coletoria, pois antes os impostos eram cobrados por um preposto mandado pelo administrador de Pirangi que era bem mais desenvolvido. Os comerciantes mais avantajados eram: José Augusto de Souza, José Bento, Alípio Guerra, quem também explorava um cinema (com energia própria) Pinheirão, seu Catú, Eurípedes Leão, Pedro Rocha, João de Deus, Zeca Costa e varias firmas compradoras de cacau sendo também já bastante notabilizado o numero de caminhoneiros que transportava cacau para o porto de Ilhéus, podendo se notar Ernesto Lampião, Isaac, Varú os irmãos Zequinha e Tarcísio, Betonho, Zé Lima, João Oliveira entre outros. Dr. Pery como era chamado, passou a cavar outeiro, aterrar baixios e calçar a pedra bruta as primeiras ruas do Distrito, primeiro a rua de palha, hoje Ruy Barbosa depois pedaço da Rua Atola Tamanco hoje JJ. SEABRA e por diante. Ai vem então à construção da ponte que hoje tem seu nome. Vem ai então à mudança do nome do Distrito para Guaracy, que não se sabe por que demorou pouco tempo, depois mudou para Coaraci. O nome não pegou bem. Como era a época da 2° Guerra Mundial o gás (querosene) passou a ser racionado e só a prefeitura distribuía através de cupom previamente conseguido. E quando o coitado do tabaréu chegava para pegar o gás que era ali, hoje bar de Moises, ali estava o Dr. Peri para perguntar pelo nome do lugar. Aquele que dissesse Guaracy levava um litro de gás e aquele que falasse Coaraci recebia 2 litros do querosene. E assim o nome do Distrito foi sendo divulgado e pegou definitivamente.
Solon Planeta 21 de abril 2011