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O SÃO JOÃO EM COARACI II

 

Ignorar o folclore da própria cidade é o mesmo que desconhecer a própria herança dos seus familiares, sua história, seu passado. Na nossa família, somos, na grande maioria das vezes, o que foram nossos ancestrais. A educação, o respeito ao outro e o nosso caráter, herdamos dos nossos antepassados.

A cidade é uma fábrica de proposições. Contudo, não devemos nos esquecer de onde vieram os nossos costumes. A cultura, que é a tradição de uma cidade, não poderá jamais ser violada ou substituída, ou esquecida. Caso contrário, perdemos nossa identidade enquanto sociedade organizada e tradicional.

Temos nossa formação popular, isto é, o nosso folclore; ''folclore'' do inglês, cultura do povo. O povo brasileiro é produto, em principio, de três raças: branca, negra e indígena. Essa mistura de corres e raças nos faz um povo que a antropologia, ciência que estuda o homem enquanto ser, e as ciências sociológicas, definem ter sido miscigenados, e que, pelo sangue mesclado das misturas de raça, nos faz irmãos. Desta mescla e fusão racial resulta também nossa cultura.

Centralizando para nossa região geográfica, que é tão citada nos livros do escritor Jorge Amado, como ''Terras-do-sem-fim'', temos raízes contidas no coronelismo, e desses herdamos a tradição familiar de uma grande região entrelaçada por historias e estórias que vem desde os tempos antigos.

Das fazendas, podemos nos recordar das crianças e adolescentes brincando de cantiga de roda de mãos dadas em círculo, o que era muito comum nas ruas da nossa cidade tempos atrás.

Deixamo-nos, contudo, influenciar por músicas que são uma verdadeira apologia a violência, as drogas e pornografia, que de forma absurda está na boca de nossos adolescentes.

Podemos sentir o cheiro da canjica, do amendoim e o milho assando, mas nem de longe a tradição daquele forró pé de serra, ao som do rei do baião, Luiz Gonzaga, ou mesmo o som  de Amelinha. Tampouco podemos ver nossos compadres sair pelas ruas a falar nas casa: ''São João passou por aí?''

A manifestação cultural do São João em Coaraci é muito importante. No Brasil a data é comemorada desde 1583. Podemos destacar como  comidas típicas: a canjica, milho cozido, amendoim, mungunzá, e os licores de jenipapo, cacau e jabuticaba. A noite é fria nessa época, e nada melhor que esquentar-se ao pé da fogueira, comendo milho assado, vendo  a quadrilha com seus  personagens típicos, com calça remendada, e as comadres bem maquiadas, com vestidos quadriculados e cabelos amarrados com fitas coloridas.

Nessa época, a cidade é tomada pelo cheiro de mato e a roça é trazida para o centro do comércio - os chapéus de palha, nesse momento, viram moda. E época de arrumar o milho nos tabuleiros das feiras livres porque a festa vai começar. A iluminação é tomada por cores fortes e na decoração das ruas o destaque é resgatar a época do São João. Cada rua faz a sua arrumação. Os moradores, com orgulho enfeitam suas ruas e casas e é comentado nos bairros qual  delas ficou mais bonita.

 

QUE FIM LEVOU A FANFARRA

E OS ESCOTEIROS DE COARACI?

 

O Sr. Ricardo Estevão dos Reis, é um Agente Voluntário de Proteção ao menor, foi membro do Conselho Tutelar Coaraciense, por quatro anos, é Conselheiro Municipal do Meio Ambiente e de Segurança Pública do Município de Coaraci. Conheceu a filarmônica quando ainda era jovem, lá estavam o Sr. Joaquim Torquato o Sr. Popo, e Antônio Pimenta o presidente e pai de Joel Pimenta.

O presidente convidou Ricardo para ajudá-lo nas atividades da agremiação e para acompanhá-lo até Itapetinga, onde participaram de um concurso de filarmônicas, quando ganharam em segundo lugar.

O maestro na época era o Sr. Evangelista. Outro presidente que muito contribuiu com a filarmônica coaraciense foi a Senhora Martinha, uma espécie de faz tudo, era  tesoureira, diretora, auxiliar, contadora. Ela realmente amava a filarmônica e a tratava com se fosse sua. Antes de falecer entregou a Ricardo um caderno com um histórico da sua gestão e pediu que ele conservasse e mantivesse em seu poder. Carlos Maia também foi Presidente da Filarmônica, foi nesse período que chegou a  Coaraci o maestro Marcelino, passando a dirigir a aquela agremiação.

Marcelino viajava constantemente com o grupo da filarmônica, em uma das viagens à Canavieiras, convidou Ricardo para acompanha-lo, pois era um conselheiro tutelar e poderia ajudá-lo com as crianças.

Em Canavieiras classificaram-se em segundo lugar, em mais um concurso de Filarmônicas.

Sobre a tutela de Maestro Marcelino, a Filarmônica sobreviveu até o dia da sua morte.

O grupo foi extinguido os músicos foram tocar nas bandas das escolas municipais e alguns em bandas de rock e axé. Ricardo não sabe onde se encontram os instrumentos da filarmônica.

 

 

OS ESCOTEIROS DE COARACI

 

O Sr. Ricardo não entendia  de escoteiros e nem sabia como dirigir uma agremiação daquela, foi convidado por Dágno Cavalcante e Carlos Fernandes para uma reunião, onde os dois o convidaram para ser o presidente da agremiação, Carlos iria afastar-se do cargo.

Ricardo passou então a ser o presidente tampão, sem secretário, sem tesoureiro sem nada, proforma, para não ficar sem a comissão executiva e Dágno permaneceu Diretor.

Mais tarde Dágno afastou-se e Ricardo assumiu definitivamente a presidência.

A primeira ação importante do presidente Ricardo foi registrar a agremiação.

Outra iniciativa importante foi uma campanha para adquirir a sede própria com ajuda da CEPLAC, Instituto de Cacau e de Waldeck Nogueira que foi o pivô de todo o processo. Waldeck foi o secretário de obras do grupo, ele contratou um engenheiro para fazer a planta do terreno, que fora doado pelo Sr. Zeca Branco.

Ricardo foi orientado por Simplício a procurar o Sr. Zeca Branco para pedir um terreno para o grupo dos escoteiros,  o resultado foi positivo e Ricardo conseguiu um próximo à sua residência.

Simplício elaborou um documento de posse em nome dos escoteiros e depois fez a escritura do terreno e passou ao grupo.

Iniciaram então outra campanha  para construção da sede que existe até hoje.

Foram trinta anos de escotismo, muitos escoteiros hoje já são pais de família e homens de sucesso entre eles o Ex-Prefeito Janjão e Samuel Nascimento.

Ricardo registrou a agremiação dos Escoteiros Coaracienses até 1989. Em 1990 houve um desfalque em um grupo da região e foram encerradas as atividades em Coaraci e em outros municípios baianos.

Depois disso o escotismo entrou em descrédito, mas mesmo assim Ricardo foi a uma reunião em Salvador e lá fundaram um novo grupo na cidade de Santo Antônio de Jesus. Logo depois em Coaraci houve uma reunião e na   oportunidade criou-se uma nova comissão executiva, quando foi eleito para Presidente o Sr. Gilberto Salmeiro. Mas nada de importante foi executado, e o grupo de escoteiros de Coaraci encerrou as suas atividades definitivamente.

É urgente resgatar a Filarmônica e o Grupo de Escoteiro da Cidade de Coaraci, pois são duas instituições de suma importância na formação do caráter de nossos jovens e uma página que não deve ser rasgada do livro da nossa cultura.

 

QUE SÃO E O QUE FAZEM OS ESCOTEIROS

 

De PauloSNSantana

Fonte Ricardo Reis

 

Um dia desses conversando com o Sr. Ricardo Reis, voltamos a falar sobre a Fanfarra e o Grupo de Escoteiros, e ele mais uma vez reclamou da inatividade desses dois eixos culturais em Coaraci. É que nem a fanfarra e muito menos os escoteiros existem mais.

 

Uma péssima constatação.

E para os coaracienses, uma prova de que não estão ligando a mínima aos projetos culturais.

 Na oportunidade Ricardo Reis me passou um pequeno texto que ele mesmo escrevera sobre a importância do escotismo na formação dos jovens coaracienses. Começou escrevendo que a juventude é uma fonte inesgotável de energia que deve ser canalizada para o bem, e que o escotismo seria uma excelente ferramenta para ajudar a queimar energia e contribuir para o desenvolvimento das qualidades físicas, espirituais e morais dos jovens.

Dizia o seu texto que a missão do escotismo era ajudar estruturar a personalidade dos jovens, criando condições para a harmonia entre o social e o ambiental. Ricardo continuou dizendo que o escotismo era uma possibilidade a mais para o amor a vida e a natureza, e o respeito aos valores da família, e que os adultos ajudariam passando aos jovens a suas experiências, transmitiriam conhecimentos e bons  exemplos de vida.

E quando isso deixou de acontecer os jovens ficaram expostos às drogas, à prostituição, ao sexo precoce, ao antissocialíssimo, distanciando-se dos valores familiares, tornaram-se sedentários frente às telinhas das tevês  e monitores de computadores. É uma pena que o grupo de escoteiros de Coaraci e a Fanfarra estejam inativos agora, justamente quando vem aumentando consideravelmente o numero de mães solteiras menores, jovens viciados e marginais mortos ou presos nas cadeias da região. Um município sem cultura, não possui alma, é uma terra fria e de ninguém.

                        Acredite se quiser!

 

 

Negro, questão de identidade!

Pe Laudelino José Neto

 

            A Pastoral do Negro deve privilegiar aspectos presentes na própria sociedade brasileira para realizar a atividade que possa servir no processo evangelizador e libertador de tantos irmãos que ainda não descobriram a alegria de ser negro em meio aos entraves impostos pela sociedade que gera a separação e o racismo. Podemos falar em prioridades que deverão ser trabalhadas no sentido de possibilitar o que nos sugere o tema dessa comemoração dos 15 anos da implantação da Pastoral do Negro em nossa Diocese de Ilhéus: Negro, questão de Identidade!

             Estas prioridades deverão ser trabalhadas na ação pastoral que colabore para que através da evangelização dos negros das nossas comunidades para que sejam o que são, não buscando subterfúgios fundamentados na mentalidade separatista e opressiva da sociedade brasileira. Estas prioridades são: Conhecimento das expressões e memórias do Negro, surgimento de Grupos e Comunidades Negras e enegrecimento da ação pastoral e das celebrações.Quais seriam então os elementos constitutivos da Memória Negra capazes de elucidar o surgimento de Comunidades Negras? Uma vez que cada grupo, cada comunidade se encontra reunida no meio de elementos que lhe dê consistência organizativa, entre tantos outros, pode-se ressaltar dois que se encontram presentes na própria luta dos movimentos de negritude na busca de sua livre expressão: a história e a educação!

1 – A história está ligada a vida, ao cotidiano, aos fatos e acontecimentos. Por isso torna-se importante para o negro, mesmo sendo ele escravo ou marginalizado, conhecer a sua história. Podemos aqui compreender como a religião, os festejos populares, as lutas e expressões da vida dos negros encontram-se inseridos no seu cotidiano.

E aqui vamos ter que assumir a vida do Negro, nos Terreiros de Candomblé, no Batuque, no Bumba-meu-boi, nas Congadas, nas Confrarias, nas Revoltas e nos Quilombos como expressões da sua história, que sempre foram negados como fatos. O desejo de reconstruir sua história faz com que o Negro também redescubra em cada instante do exílio e da exploração a alegria de ser gente, ser comunidade, tornando-o ainda um constante interessado na busca da sua identidade que foi reprimida e modificada.

              2 – A educação como processo que possibilita ao negro recuperar e recompor sua história através da memória e das lutas, fazendo com que ele se eduque para aceitar-se como negro. Os artifícios que formularam a necessidade do embranquecimento foram acompanhados de tantos outros que possibilitam a perda de identidade. Surgem desse fato que deve ser ultrapassado, os mulatos e mulatas, os morenos e morenas, os cor de canela, os pardos e sapotis, os café-com leite e chocolates de todos as matizes e gostos, mas que por causa do ideal que apresenta o ser branco como protótipo, não possibilita que o negro apareça como ele é: Negro!

             E aqui vamos ter que trabalhar a reconstrução de uma identidade que foi perdida na existência e na história dos negros. Se no passado ele foi escravo, hoje é um sem feições, é um desfigurado que deve buscar sua própria identidade. Este aspecto da educação do negro para que assuma sua identidade negra é ainda muito incipiente comparado a carga de preconceitos e ações discriminatórias presentes em tantos dizeres e ações.

            E a Igreja, como Comunidade de Irmãos não pode ficar fora dessa luta contra as atitudes e ações que relegam o negro a ocupar o seu lugar como marginalizado. Por isso mesmo a Pastoral do Negro deve colaborar e incentivar através de ações evangelizadoras, para o aparecimento de uma conscientização baseada na história e na educação do Negro fazendo-o emergir do descaso e da falta de identidade tão próprios em nosso meio. Recompor as feições negras dos homens e mulheres é sem duvida o grande desafio da Pastoral do Negro em seus entraves com uma sociedade que ainda descrimina muito!

E aqui não é demais mostramos como a própria caracterização de Jesus Cristo e de Maria sua mãe estão longe daquilo que eles foram realmente. E isso se deve ao modelo branco-europeu pelo qual a fé cristã foi revestida desde suas origens, fora da Palestina.                     

            Que não tenhamos vergonha de redescobrir nosso passado de lutas e de demonstrações do quanto a cultura negra deve ser conhecida e vivenciada por nós: Negros com identidade Negra!

 

OS MALAS SEM ALÇA

 

Texto adaptado por PauloSNSantana

Fonte Maladalista

 

Na verdade, ”O MALA SEM ALÇA” é alguém que é considerado pelos outros como chato, ou seja, que perturba, “pega no pé”, quer levar vantagens em tudo, fala quando não deve, prejudica o outro, não tem palavra, incomoda, aparece em todas as fotos, “adora” se mostrar, não “chega pra lá”, está sempre em volta e nem sempre admite que é “mala”.

A psicóloga Eliza Fortuna diz que “uma pessoa mala é aquela que está sempre buscando ser notada por outrem, ela tem a necessidade de chamar a atenção para si mesma, custe o que custar”. E justamente essa necessidade de aparecer é que faz do mala uma pessoa repudiada pelos outros, isto é, quando ela chega, muitos dizem: – Ih! Lá vem aquele chato! O Mala pode ser tanto uma Mulher com um Homem!

Existe aquele “mala” que ganha o troféu de chato por unanimidade, é absoluto, todo mundo concorda que ele realmente irrita.

Mas por que existem pessoas consideradas “malas-sem-alça”?

Segundo a psicóloga Eliza Fortuna, muitas pessoas são consideradas “malas” porque precisam de uma identidade. “O mala se não fosse taxado como tal, não seria notado, passaria despercebido. A pessoa assim tem a necessidade de ser vista. Precisa ser destaque, pois é uma forma que encontra para criar uma identidade e se inserir no grupo”. Se não tivermos muito cuidado também podemos nos tornar uns malas! Não há dúvidas de que existe aquele dia em que não estamos emocionalmente bem. Nestas horas somos “malas”. As pessoas ao nosso redor têm que nos aguentar. Quantas vezes já não magoamos o nosso próximo com nossas chatices? Quem não colocou um som muito alto em casa e acabou recebendo a reclamação dos vizinhos? Qual a esposa já não “pegou exageradamente no pé” de seu marido e vice-versa? Quantos jovens não aprontaram na escola, “azucrinando” a vida dos professores? Quantos pais não chatearam a seus filhos um dia? E os filhos que na fase de adolescência deram muito trabalho à família? Sem contar os patrões, que tiram o dia para chatear a vida de um dos seus funcionários. Não há como escapar. Todos nós somos “malas-sem-alça” em certas ocasiões.

As crianças também não escapam dessa classificação. Quantos já não viveram a seguinte situação: a criança vem e dá vários socos, pontapés, faz caretas para você, te xinga, grita faz  anarquia na vizinhança, toca a campainha de sua casa e quando você vai atender ele corre e se esconde. Os pais, muitas vezes, veem essas situações e ficam rindo, achando lindo! Você então acaba sem fazer nada, é claro! Pois cabe aos pais chamar a atenção e disciplinar os seus filhos.

Ser rotulado como chato realmente não é algo interessante! Um dos objetivos dessa matéria é justamente alertar aos nossos leitores sobre como incomodamos o nosso próximo e muitas vezes não damos conta disso. Chateamos, entristecemos as pessoas e não respeitamos o direito de cada um. É preciso parar, respirar profundamente e contar até dez antes de chatearmos alguém. Acredito que nenhum de nós gostaria de ser lembrado como “mala-sem-alça”. Conheça algumas classificações de “malas-sem-alça”: O Mala pirotécnico é aquele que faz gracinhas o tempo todo, tudo para ele é festa. Faz brincadeiras do tipo 1º de abril e conta piadas sem graça. O Mala do celular conversa alto ao celular na fila de banco, em festas e até mesmo na igreja. Quando o pastor está pregando, o celular toca e ele começa a falar, atrapalhando o “andamento” do culto e tirando a atenção das pessoas. O Mala eletrônico enche a caixa de e-mails das pessoas com mensagens inconvenientes todos os dias. O Mala extraviada está sempre perdido e no lugar errado, vive sobrando. O Mala tecla Sap não consegue conversar sem citar uma palavra ou expressão em inglês. O Mala absoluto ganha em unanimidade. Todo mundo o acha chato. O Mala relativo somente alguns o acham chato. O Mala pidão, vive pedindo algo, dá, dá, dá. O Mala comparativo: vive comparando as pessoas ou as situações. Mas ainda existem outras denominações para os malas, use sua criatividade!

 

 

10ª FESTA

DO CAVALO EM COARACI

 

Antônio Carlos Jesus Carvalho, conhecido como Tom Chéla, além ser professor de equitação, ele organiza anualmente um evento de montaria, “A festa do Cavalo”. No dia 17 de Maio estará realizando a 10ª Festa do Cavalo. Antônio convida a todos, que tragam seus animais, aqueles que não têm cavalo, podem alugar, ou andar em cavalos emprestados durante a festa. A entrada é franca, quem vai para festa apenas paga o que consome. Não é uma competição é uma festa de largo é mais um eixo da cultura local. Vêm muita gente de fora, com seus belos cavalos, desfilam nas ruas de Coaraci durante os dois dias da festa. A festa é familiar, com muitas meninas, crianças e mulheres bonitas. Nesta festa durante o dia muitas crianças montam em cavalos mansos e pode-se observar  amazonas e cavalheiros vestidos a caráter. A festa será realizada nos dias 9 e 10 de maio. Coaraci é considerada a melhor pista da região, plana, asfaltada com água boa para os animais, lugares para dar banhos nos cavalos, é uma festa segura, na área de shows não entra cavalo, na área de montaria não entra carro nem moto, é um circuito agradável.

A empresa de Antônio oferece cavalos para andamento para adultos, cavalos de marcha a 20,00 reais a hora. Tem também charretes para passeio, se tiver eventos eles levam cavalos pôneis, eles oferecem berrantes pra eventos.

O aluguel de cavalos para adultos em um turno das 7 horas até o meio dia, nos finais de semana fica por 50,00. Quem aluga um cavalo recebe orientação, instruções de como conduzir e interagir com  o animal. Como sair com o animal, como parar e descer.

Os cavalos são dóceis e adestrados. De duas em duas horas são hidratados.

Se o cliente quiser a empresa sede um acompanhante para o passeio, um orientador, para segurança do cavaleiro. O telefone para contato é o Celular número: (73) 9164-9117.

Antônio convida os coaracienses para nos dias 16 e 17 de maio, participarem da 10ª Festa do Cavalo.

 

 

FAMÍLIA: DO ONTEM AO HOJE

 

Qual é a primeira coisa que se passa pela sua cabeça quando você ouve a pronúncia da palavra FAMÍLIA? O incrível é perceber que quase nunca as respostas a esse questionamento são iguais ou semelhantes. Cada um responderá a seu modo, de acordo com a sua subjetividade, de acordo com o seu vivido, pois a ideia de família tem um significado único para cada um; falar sobre Família e tudo que envolve essa temática torna-se um problema tanto complexo quanto instigante, e é justamente aí que toma início a nossa discussão.

No ano de 1905, a jornalista Carmem Dolores escreve um artigo para o jornal O País, que tem como início a seguinte frase: “FAMÍLIA NÃO SE USA MAIS”, explicitando sua indignação pelos efeitos que o chamado “desenvolvimento” trouxe à humanidade, o que a mesma caracterizou também como sendo parte característica da “febre amarela da civilização”. O interessante é que mesmo tendo passado um século, essa afirmativa ainda é considerada por muita como verdade, e a ideia de família fica associada à de uma instituição falida. Contudo, nosso questionamento é: diante de tais contextos, a que ideia de família temos nos referido hoje?

A ideia de família desperta no ouvinte um turbilhão de lembranças, emoções, saudades e acima de tudo expectativas que nem sempre foram correspondidas ou que por sua vez foram um tanto contraditórias. Mas, segundo a escritora Anna Maria N. de Souza em seu livro A Família e seu Espaço, Família é algo universal, e até hoje não foi ainda descoberta outra formação humana capaz de substituí-la em sua totalidade. A família é por sua vez o grupo que origina a todos os outros, todas as instituições. Ela é o grupo primário.

Talvez nesse momento venha a pergunta “mas a família teve tantas mudanças ao longo dos séculos, o que pode então ser considerado como família HOJE?” A esse questionamento respondemos explicitando que não existe mais uma estrutura fixa no que se pode considerar como sendo família, ou seja, as estruturas mudaram, e hoje, podemos considerar a família não como uma estrutura, mas como um arranjo. Os arranjos familiares por assim dizer, são concebidos e dados de várias formas, por exemplo, hoje temos vários tipos de famílias constituídas apenas pela mãe e os filhos, pelo pai e os filhos, pelas avós e os netos, pelos padrinhos e os enteados, pelos parentes e vizinhos que participaram e participam da educação e cuidado das crianças e adolescentes, etc. Ou seja, a família abrange muito mais do que somente a ideia anterior de pai, mãe e filhos, ela está para, além disso, para além de meras e simples concepções. Se pararmos para analisar, por exemplo, você já pensou naquelas pessoas que estiveram do seu lado e participaram e/ou participam da sua vida mais do que seus pais ou irmãos biológicos? Pois é, será que eles também não podem ser considerados também como família? As famílias hoje em dia são um conjunto de enredamentos, pessoas que estão ligadas por mais do que laços de sangue. Com isso observamos que temos e teremos sempre várias famílias – a família da infância, da adolescência, a do casamento, e até a da velhice – pois mesmo mutilada, permanece com a mesma função básica: o cuidado com a preservação física e moral daqueles que a pertencem, mesmo tendo seu espaço aumentado ou diminuído de acordo com as circunstâncias vividas como as crises, por exemplo; a família pode ser mutável, mas ela é permanente, está lá e faz parte da história de cada um.

Entretanto, nossa proposta após a tentativa de responder o questionamento lançado é atentar para o fato de que sendo o ser humano um ser biopsicossocial, a saúde na relação indivíduo-família torna-se necessária para a constituição de uma linha saudável no tocante a estrutura emocional de cada indivíduo. Digo isso por observar os altos índices de adoecimento causados por crises familiares e desavenças entre seus membros. É evidente que no encontro entre o “eu” e o “tu” no caminho de chegar a um “nós”, conflitos, ajustes, adequações, acordos e desacordos surgirão, e essa é a dinâmica das relações humanas que ao longo dos séculos tem perpassado gerações. É essa dinâmica que mantém esse sistema familiar vivo e presente. Lembro-me do que li há algum tempo sobre ter uma família e estar numa família; ter uma família seria a definição para possuir uma identidade civil, ter um nome de pai e de mãe no documento de identidade, ao ponto que estar numa família seria algo totalmente diferente, seria sentir-se enraizado (a) e ter para onde voltar diante de tantas tormentas vividas no dia-a-dia.

Logo, estando diante de tantas e tamanhas concepções e saberes que perpassaram séculos e chegaram até nós nesse breve relato, pode ser então percebido que do ontem ao hoje a família permanece e é necessária para a constituição e estruturação psíquica de um indivíduo, a questão chave é saber como através dela ou ainda estando nela se pode melhorar de alguma forma ou construir de forma melhorada um derredor diferenciado e superior àquele esperado em nosso hoje para o futuro de nosso amanhã.

Chris Albuquerque

 

PALESTRANTE, GRADUANDA NO CURSO DE PSICOLOGIA E PÓS-GRADUANDA EM NEUROPSICOLÓGICA.

OS ESPAÇOS DAS RELIGIÕES DE MATRIZ

AFRICANAS NA SOCIEDADE BAIANA

 

*JOSÉ LÁZARO DE CARVALHO SANTOS

 

As comunidades negras tradicionais que cultuam o Candomblé na Bahia trouxeram, sem dúvida, inestimável contribuição à cultura deste Estado e deste país, entretanto, sempre tiveram o legado de resistência e luta pela preservação das suas tradições, diante da perseguição por parte daqueles que não toleram a liberdade cultural e religiosa, desde meados do séc. XVI quando se iniciou o tráfico de negros (iorubas, bantos, etc.) para o sistema escravocrata no Brasil Colônia. Destaque-se que a perseguição perdura até hoje no séc. XXI, mas numa nova roupagem pros elitista de fanáticos perseguidores.

Após a Lei Áurea, em 1888, um numeroso contingente negro, antes escravizado e agora “livre”, era a principal força de trabalho que fazia mover as engrenagens da economia brasileira, e ao mesmo tempo, havia o temor de setores da “elite brasileira” que reclamavam o fim do que consideravam de “desordens” e ao “fetichismo africano”, e assim setores dominantes racistas e escravocratas continuaram a perseguir esta população negra excluída, sem terras e sem direitos. Esta população “livre” numerosa, predominantemente negra e pobre, recorreu à cidade em busca de ocupação, e passou a habitar áreas periféricas. Cidades como Salvador, Maragogipe, Cachoeira, Santo Amaro e outras do Recôncavo Baiano, desde o Brasil Colônia, foram palco de cenários como estes e são depositárias de significativos acervos etnoculturais do Brasil, seja pela música, pela culinária, festas populares, etc. Sabe-se, contudo que todas estas manifestações culturais são ligadas à cultura afro-brasileira, ligadas à cultura difundida por estas comunidades tradicionais que cultuam o Candomblé na sua essência. Tais manifestações culturais foram por séculos consideradas como abusos de liberdade pela sociedade brasileira, e reprimidas pelo Estado e pela Igreja. Por isto muitas vezes tiveram que se camuflar diante da perseguição e adotado um sincretismo religioso. O candomblé se fragmentou e se camuflou e mesmo assim foi o instrumento sutilmente utilizado pelo povo negro para recuperar a sua origem, identidade étnica e se proteger das formas de dominação, não abrindo mão de suas crenças ancestrais, e resistiu.Com o passar do tempo, e após muitas lutas, estas comunidades, através dos terreiros de candomblés e grupos culturais ligados às religiões de matriz africana, mesmo marginalizados, conseguiram alcançar espaços singulares na cultura baiana e lutado pela promoção da inclusão social. Lideres religiosos do Candomblé de várias gerações tiveram papel fundamental, verdadeiros embaixadores e guardiões pelo respeito e preservação à tradição, à cultura ancestral. Muitos deles passaram com o tempo a superar a perseguição e a discriminação, conquistar espaços e a abrir seus espaços à visitação de pessoas de fora e assim passou a haver também lentamente um maior diálogo. Não se pode negar que ritmos como o Ijexá, o Samba, etc. influenciaram na formação de grupos culturais como afoxés, escolas de samba, etc. e comidas trazidas da culinária africana como o acarajé, o vatapá, etc. são parte da culinária brasileira. Vale destacar ainda o trabalho sociocultural que desenvolvem nas áreas de cultura, educação, saúde, geração de renda, etc., algumas vezes com apoio do Estado, que até as reconhece em parte, como patrimônio cultural, e que deveria ser um aliado mais presente nestas comunidades, na realização de trabalhos em parceria em prol da redução das desigualdades sociais e da marginalidade, num trabalho de reparação do que já sofreram historicamente. São séculos de exclusão, sem oportunidades. Muitas vezes, porém, ainda é o próprio poder público o algoz. Muito falta ainda para que se supere o “abismo” e se chegue a um cenário mais favorável que culmine no reconhecimento do valor cultural destas comunidades, que fizeram e sempre farão parte da vida e da cultura baiana e brasileira. É preciso, contudo, conquistar espaços e haver melhor representação política para reivindicar direitos, ações reparativas, que contemplem aqueles que ajudaram a construir esta Bahia e esta Nação Brasileira. Axé!

 

*Urbanista, com especialização em Gestão Pública Municipal e mestrado em Engenharia Ambiental Urbana.

 

 

histórias de Coaraci

População estimada 2014 (1)20.183

População 201020.964

Área da unidade territorial (km²)274,500

Densidade demográfica (hab/km²)74,17

Código do Município2908002

Gentílicocoaraciense

Prefeito

JOSEFINA MARIA CASTRO DOS SANTOS

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