
Amizade
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Celinha.
RIO ALMADA
Cada dia que se passa,
O rio Almada está morrendo.
Vamos socorrer correndo
Para não se prolongar
Essa coisa tão malvada,
Pois estão a poluir
A água que nós bebemos
E de onde beberemos,
Se agora morre o Almada?
Esse rio que passa aqui,
Já jogaram até veneno;
Foi tanto peixe morrendo!
A maldade humanizada.
Mas por enquanto,
Ele vai subvivendo,
Quase todos se esquecendo
Dessa água que nos lava.
Você que lavou as mãos
Nas águas rio Almada...
E se esse rio morrer?
Irá ficar a mercê,
Não poderá lavar
A consciência pesada.
Almada lava essa população!
Consciência pesada queremos não!
Vamos amar o Almada, irmão!
Essa água que nos lava.
Vamos todos salvar sem descriminação.
Quantas famílias desse rio
Se alimentaram, se alimentarão...
Quantos jovens aqui transaram
Aquela cor de verão
E depois o abandonaram?
Tamanha obscuridão!
E depois o abandonaram.
Tremenda escuridão!
Já que cara pintada é símbolo
De protesto e de defesa,
Vamos pintar nossas caras
E defender essa beleza.
S.o.s. ao rio Almada,
Amantes da natureza!
Autor: Dircinho Amorim
ARAPONGA
Eu queria ser um pássaro
uma araponga. Mas queria viver longe da gaiola.
Cantar livre em cima das árvores bem altas.Com um canto lindo que ela tem.
Seria eu uma das grandes cantoras da floresta
Sabia eu que a natureza é uma beleza. E com certeza a araponga preserva a natureza.
Também queria ser uma garça
Ela é muito elegante, branca, representa a paz.
Bonita, pisando leve em cima das baronesas.
Parece uma deusa encantada
Ela é a própria natureza preservada.
Com seu pescoço comprido
Como se estivesse mostrando sua elegância, suas pernas magrinhas, mas, é tão bonitinha
Suas asas parecem asa delta pegando voou.
Ela é filha da natureza
Não polui, vive na água dos rios
Se alimenta de peixinhos e insetos
Não causa danos a flora,
Eu penso assim: se eu fosse esse pássaro aquático lindo
Com essas asas grandes eu ia voar, voar, até cansar no ar.
Nome: Olinda Bernades Costa
POR UM GESTO DE AMOR
Nós temos cá, valas
onde tantos cavalos
pisam com seus cascos,
das bananas, às fartas cascas,
para fabrico de alimento
para famintos, ali minto?
Onde bananas são jogadas fora
pela destruidora fera.
Vamos usar da sabedoria, a manta, clarear mais a mente,
e não desperdiçar tanto mantimento, você não mente, minto?
Nesta terra rica de bananas e boninas vamos plantar e oferecer bananas para a felicidade dos bons ninos.
Esclarece o teu português, Omar. Vamos ouvir o grito bravio do mar:
Pedindo um gesto de amor.
Alfeu Amaral.
HISTÓRIA DE FAMÍLIA
Coloco esta caneta
Nesse rascunho de papel
Para citar minha família
Que é bonita como o céu,
Espero que quem leia,
Goste, e para ele tire o chapéu.
Começo pela minha irmã mais velha,
Que é toda invocada,
Depois que passou dos 18
Foi morar fora de casa.
Ela mora com a prima
Que é sobrinha do meu pai
A danada é muito feia
E tem espinha até demais.
Mas isso não importa
É assim que ela é legal
Não reclama da minha irmã
E nem se acha toda a tal
Tem também o meu irmão
Que é um pouco mas novinho
É mais alto que eu
Mas também meio burrinho.
Muitos tiram sarro de mim
Pode ele ser mais alto do que eu,
Me perguntam muitas vezes
Menino tu não cresceu?
Tem o meu irmão mais velho,
É metido a pegador,
Diz que é bonito e gostoso
E se acha jogador.
Mas falando na real
Ele, não é nada do que diz
Pois saiu com uma menina,
Com os dentes do tamanho do nariz.
Essa menina aqui citada
Com ela ninguém pode,
Amigos tiram sarro dele,
Falando que ela é dragão e ele São Jorge.
Ainda bem que essa já se foi
Agora ele se armou
Encontrou uma princesinha
E por ela se apaixonou.
A parte mais graciosa desse cordel,
É falar da minha velhinha
Que me da muito carinho
E é fera na cozinha.
Ela aumenta minha auto estima
E abafa o meu sofrer
Com relação a minha mãe
Eu não tenho o que dizer.
Sempre ela me ajuda
Quando estou de sua precisão,
Não evita de vim até mim
Se doando de corpo e alma e coração.
Dela não tenho o que dizer
Pois quase morreu pra me por no mundo,
a ela não quero dar desgosto,
de me tornar vagabundo.
Chegou a parte mais dramática
Que tenho que citar
É falar sobre meu pai
Que é duro de aguentar.
O cara não aguenta beber
E logo fica doidão
Chega em casa bêbado
E casando confusão
Mas passando o efeito
Ele é um cara bem legal
Brinca com todo mundo
E até com nosso amigo Val.
Val é um cara gente fina
Gosta de tomar sua cervejinha
Faz cera quando trabalha
E é gamado numa loirinha.
Já citei minha família
De pais a meus irmãos
Falei de seus defeitos
E de toda confusão.
Vou falar um pouco de mim
Para que não role enganação
E saiam dizendo por aí
Que só citei os meus irmãos.
Eu sou um pouco regressivo ,
com relação a minha idade.
Muitos criticam meu tamanho ,
e falam logo a verdade.
Que não vou mais crescer
E não passo mais da atualidade.
Dizem que eu esqueci de crescer
Outros que não vou crescer mais não.
Mas o que ronda a boca de todos,
que sou um verdadeiro anão.
Minha aparência não demonstra isso,
pessoas custam acreditar,
Mas eu lanço o papo reto
Pois não gosto de enganar.
E se perguntam muitas vezes
Já começo a me zangar.
Aqui se foram essas histórias
Espero que tenham gostado
Possui o melhor que tenho
Para se sentirem alegrados
Não critiquei minha família
Pois sempre irei amá-los.
Estes versos aqui citados
Me servirá para mais tarde
Pois quando estiver pensando neles,
poderei matar a saudade.
Jadson Neres dos Santos
Aluno do 3º ano do Colégio Almakazir Galy Galvão
COARACI
POUCO DE COARACI
Aqui eu nasci, aqui eu me criei
Cidade bem tranquila, um pouco contarei
Coaraci surgiu tem pouco tempo, mas tem história
Pessoas aqui se formaram, isso é uma vitória
Aqui tem de tudo ,cidade de paz
Aqui foi a cidade do cacau, isso há tempos atrás
Cidade de um povo sonhador
Muita gente boa, outros não dão valor
Muita gente foi embora, em busca de emprego
Mas eles perderam o nosso aconchego
Coaraci, a terra do sol, terra do povo
lugar de alegria, de um tempo novo
Foi povoada depois de uma casa de taipa
Serviu de residência, o povo chegava
Aqui tinha trabalhadores progressistas
Dando um bom lugar para nossas vidas
Falei um pouco de Coaraci
Que por sinal já foi Guaracy
Foi bom falar da minha cidade
Mas tem muita coisa, não falei nem a metade.
Emanuelle S. Fonseca ,
8ª série da Monteiro Lobato
HOMENAGEM AO PROFESSOR
Se os livros alimentam o saber
O mestre proporciona-lhes sabor
Se são enigmas a resolver
O educador é o codificador.
Que seria do livro e do leitor
Sem orientador a despertar
Ideias e sentidos, corpo e cor,
Na relevante ação de mediar?
Se há na escola uma qualquer contenda
O docente é o reconciliador
Se há conflito que obstrua a senda
O mestre mostra-se apaziguador.
Que seria de uma escola sem docentes?
Salas vazias e paredes nuas
Prédio deserto, árido e silente
Portal do nada, a esmaecer nas ruas.
É que a jornada, sem apoio e guia
É trilha escura, sem norte e sem destino,
Pois falta o rumo da sabedoria,
Facho de luz, clarão para o ensino.
Sendo os alunos pássaros que tentam
Os seus primeiros voos do saber
É pelas mãos dos mestres que alimentam
A fome insaciável de aprender.
Se, entretanto, as agruras são gaiolas
Que encarceram o aluno em estupor,
A porta que liberta é a escola
E a chave que a destranca é o professor!
Oldney Lopes
APOLOGIA A RITA
Rita, nós somos cópias únicas;
Você não poderia ser diferente.
Jamais veremos outra igual!
Com tanta criatividade...
Mãos de fada nos teus ensinamentos;
E com eles, levavas o aprendizado
Para preparar o futuro de cada criança
Que era entregue nas tuas mãos,
MENINA GRANDE!
Tua paixão maior, as crianças;
E por elas, muita ternura, zelo e carinho.
Ninfa sublime, iluminada por anjos de luz!
Rita, você foi uma chuva de flores
Numa eterna primavera;
Uma estrela brilhante
Em pleno sol de verão; verão infindo.
Foste dona de um tesouro,
E ele jamais será roubado
Ou passado para outro ser.
Nos ensinamentos, nos aprendizados
Para preparação da própria vida;
Vidas se acabam a sorrir.
Para o riso constante de outras tantas vidas.
Porém, são luzes que não se apagam,
Porque são eternas...
De repente, ouço uma voz que diz:
Sim, que maravilhoso e fantástico “amado” amigo...
Num pedestal de luz teu busto,
E na outra dimensão seguirás tua caminhada,
ESTRELA BRILHANTE!
Amaral Ferreira (Alfeu)
PARAGUAÇU
Água bate até que fura
Paraguaçu arrebenta rochas e
Pinta poço de azul.
Rasga por entre as montanhas
Os secretos afluentes nas pegadas dos
Garimpos, praias desnecessárias...
Buscas entre a chapada e o recôncavo
Outros beléns.
Discreto de nascença,
esbarra em Mucugê
e vai Andaraí
Por baixo de pontes de ferro
Até a beira-mar.
Maisa Miranda
Não Matarás
Tolo ser
Dito racional
Ages como o mais selvagem animal
Não matarás, feroz homem teu igual
Ingênuo descobridor
Esquece o ódio e cultivas o amor
Não matarás, esquece-te da guerra
Que se inicie na terra uma nova era
A era da paz
Não matarás
Pois matas a ti mesmo
Seu coração não tem clemência?
Torna-se escravo da violência
Não matarás, homem o homem
Não matarás jamais
Não matarás a paz.
Hiato