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HOMENAGEM A TÂNIA GUIMARÃES

 

Tânia Cristina Farias Guimarães ou simplesmente professora Tânia Guimarães como era conhecida, nasceu em 05/02/1961 na cidade de Ibicaraí. Segunda filha do casal José Alves Guimarães (seu Zé Guimarães) e Agentil Farias do Nascimento ( Dona Gringa), mudou-se com a família para Coaraci aos 3 meses de idade, permanecendo aqui durante toda sua vida até seu lamentável falecimento ocorrido em 18/07/2009.Em 1980 ao concluir o magistério no Colégio Municipal de Coaraci, ingressa no município como professora e neste mesmo ano prestou concurso para professora do Estado passando em 1°lugar. Mas, o seu projeto de formação profissional iria mais além e numa época em que era bastante difícil estudar fora de Coaraci ela passa no vestibular para o curso de letras na antiga FESP hoje UESC concluindo o mesmo em 1984. Foi professora de língua portuguesa, literatura brasileira e redação, trabalhando em vários estabelecimentos de ensino da nossa cidade como: Colégio Municipal de Coaraci, Paulo Américo, Escolas John Kennedy e Ligia Fialho, Educandário Pestalozzi e colégio Almakazir. Atuou também como técnica na Secretaria Municipal de Educação e na Secretaria de Cultura e Esporte onde teve uma atuação de destaque acompanhando e ajudando a promover todos os eventos desta secretaria durante todo o período em que nela trabalhou, contribuindo portanto para consolidar as atividades esportivas e culturais no nosso município. É importante salientar não só o seu longo período como professora bem como as suas outras atividades, mas, sobretudo, a qualidade com que desempenhava as suas funções, a sua firmeza de caráter, o seu carisma, o seu amor pelo conhecimento e pelo ensino, a sua lealdade para com os outros. Enfim, foram estas e outras características que a tornaram uma pessoa querida, respeitada e admirada por todos aqueles que tiveram a oportunidade da sua convivência e que até hoje lamentam o seu desaparecimento. É esta pessoa emblemática da nossa comunidade que o Caderno Cultural de Coaraci presta nesse momento uma singela homenagem, estendendo para todos as demais mulheres, pelo 8 de março data em que se comemora o dia Internacional da Mulher...

 

Maria Anita do Vasco

 

Ela se reconhecia assim: “Do Vasco”. E assim reconhecida pelos amigos.

E muitos os foram, torcedores ou não do seu querido time. A maior Vascaína de todos os tempos. Hospedou Roberto Dinamite, Romário e o time na sua formosa pensão de Coarací. A sua maior glória. Minha primeira lavadeira em Coarací. Quando me soube torcedor ferrenho do clube da cruz de malta e admirador, como ela, do cantor Orlando Silva, para nós o maior cantor do Brasil de todos os tempos, pronto!

Cultivamos, anos sem fim, um amor leal, sincero, intenso, imorredouro. Amor vascaíno. Nossa amizade persiste, o Vasco sobrevive e a voz de Orlando Silva ainda é ouvida. Repouse em paz, grande guerreira. A lembrança é de sua querida cidade, pranteando a sua falta. Insubstituível

A saudade está contida aqui dentro de peito do seu grande amigo, minha grande e querida “eleitora”. Logo depois do desenlace encontrei aqui no Largo Dois de Julho com Nino. Ele me fitou e disse: Acabou a torcida do Vasco.

- Nem tanto Nino.

Quem conviveu e quis bem àquela torcedora não vai deixar cair a bandeira tremeluzente da muito querida Maria Anita - Do Vasco

Sincera homenagem do amigo

Eldebrando Moraes Pires

 

Quem sou eu Jailda Galvão Aires

Rio de Janeiro

 

Sou baiana, professora, formada pela Faculdade de Filosofia de Itabuna.

Nasci em Cafundó, migrando aos dois anos para Itamotinga, onde vivi a mais doce infância. Amante da arte em todas as suas formas, ainda criança, cantava, declamava e representava em todos os lugares onde vivi. Na cidade de Coaraci, continuei meus estudos, concluindo o magistério na cidade de Ilhéus. Ensinei no Educandário Pestalozzi onde garimpo até hoje momentos rememoráveis vividos ao lado dos inesquecíveis alunos, colegas e diretores. Hoje, resido no Rio de Janeiro ao lado do meu querido esposo onde tive a chance de ensinar aos meus quatro filhos que além do arco-íres existe um lugar, mais doce que Passárgada, onde conseguimos realizar todos os mais ricos e belos sonhos.

Bem-vindo a CIDADE DAS ESMERALDAS, onde a magia passeia de mãos dadas com a inspiração.

 

APELIDOS ANTIGOS

 

Texto de PauloSNSantana

 

A sociedade é determinante no desenvolvimento de uma comunidade. Pessoas relacionam-se, heterogeneamente, discutem ideias, divergem de opiniões, amam-se e odeiam-se, pedem paz, vivem na busca desenfreada pela independência que nunca vem. Mas vivem, respiram, passam o tempo. Os dias passam as pessoas envelhecem e ficam apenas as lembranças, boas ou ruins. Tudo devidamente historiado, documentado e registrado nas mentes mais vazias. Os homens e mulheres têm suas características próprias, e são conhecidos por elas, através de nomes ou apelidos. Em Coaraci como em toda região é assim.

 Estava lendo o livro de meu amigo Enock Dias, quando na página 139 me deparei com uma dezena desses apelidos afetivos sarcásticos e comuns, mas que determinaram a historia de personagens que viveram aqui muito tempo atrás. Resolvi então relacionar para vocês leitores do Caderno Cultural: Cipoada, Pomada, Arrependido, Farinha-Boa, Mendegue, Curinga, Júlia Doida, Gogó-de-sola, Calça-Frouxa, Calça-Pura, Cabeça-de-Pule, Pé-de-banda, Pão, Pão quente, Maria-Sapeco, Quebra-Banco, Periquito, Massa-Bruta, Frasco, Rolete, Ioiô, Bago, Bago-mole, Legume, Tureba, Cabeção, Jegue-Manso, Deca, Piau, Pombinho, Maninho, Zé Cima... Nomes que jamais serão esquecidos e muito interessantes de serem lembrados.

 

JOAQUINZINHO, UM HOMEM A SER LEMBRADO.

 

Há alguns meses escrevi sobre dois personagens que povoaram as minhas lembranças e citei, apenas como referência, o nome de uma das mais importantes personalidades da religiosidade e da cultura de Coaraci.

Nascido Joaquim França e conhecido pela alcunha de Joaquinzinho, era um homem de baixa estatura física, mas um gigante pela força dos seus Orixás. Era modesto e ao mesmo tempo poderoso. Chegou a Coaraci trazendo na sua bagagem os ensinamentos e a sabedoria dos antepassados africanos da nação Ketu - um local histórico, hoje República do Benin situado na África Ocidental. O seu Dijina era Ossanha Katendê. Um nome poderoso, condizente com o sacerdote fiel e devotado que o Pai de Santo sempre foi.

No início da sua caminhada sofreu a perseguição reservada aos sacerdotes da religião de matriz africana. Pela intolerância da época, chegou a ter o seu primeiro terreiro incendiado, este localizado no alto da Colina.

Mesmo assim, o pequeno grande homem não se deu por vencido, continuou resoluto para fazer cumprir a sua missão. Instalar o seu Axé na cidade de Coaraci. Por fim a força da fé e a determinação subjugaram a intolerância e o preconceito. Joaquinzinho firmou-se como um babalaorixá respeitado na cidade. O querido Pai de Santo poderia até ter proferido a famosa frase latina supostamente dita pelo general e cônsul romano Júlio César em 47 A.C "Veni, vidi, vici". Pois se saiu vitorioso na sua batalha.

Depois de tantas lutas conseguiu fixar-se na rua Vasco da Gama, ao fundo da minha tão querida Francisco Andrade e às margens do rio Almada, onde ali mesmo deitava suas oferendas para os orixás das águas doce, como Oxum.

Todas as festas do terreiro eram rituais de extrema beleza e a mais bela de todas era a festa principal da casa. A festa consagrada a Oxóssi, o orixá da caça e da fartura, realizada no dia 23 de abril.

O Sr. Joaquinzinho não era apenas um sacerdote da religião de matriz africana, era também um incentivador e participante ativo da vida cultural da cidade. A nobreza e a elegância do seu afoxé era um espetáculo a parte nos micaretas e ele nunca se negou a dar sua parcela de contribuição aos eventos culturais realizados em Coaraci.

Quando o afoxé de Joaquinzinho passava, todos paravam e admiravam a sua imponência e beleza. Os oguns tocando seus instrumentos, uns com vestes representando seus orixás e outros de índios. As Iaôs com suas indumentárias, portando belos estandartes, mas todos entoando seus lindos cânticos sagrados.

Era com essa beleza plástica que o Afoxé Filhos de Ogum desfilava pelas ruas de Coaraci.

Foram tantos os filhos e filhas de santo feitos pelo mais famoso babalorixá de Coaraci que, segundo informações ultrapassam os 200, espalhados pelo mundo a fora disseminando os ensinamentos e a sabedoria desse grande sacerdote.

 

Carlos Bastos Junior (China)

 

A GALERIA DOS EXCENTRICOS OU A LIGA DOS HERÓIS

 

Se fizéssemos uma analogia com a Liga dos super-heróis das HQ certamente os nossos personagens formariam uma liga mais rica e mais humana do que aquela dos “gibís” da nossa infância. Seria a Liga dos nossos Heróis Extraordinários. Seriam heróis e anti-heróis ao mesmo tempo por serem apenas humanos, com todos os defeitos e qualidades das pessoas comuns.

Imagino a nossa querida Coaraci sendo ameaçada por alguma invasão alienígena e o nosso Super Mendengue, subiria ao paço municipal e começaria a convocar esses anti-heróis/heróis. O primeiro a surgir seria o nosso querido Rei Zulu, empunhando sua marreta de quebrar pedras, tal qual o herói nórdico Thor. Em seguida aparecia o velocíssimo Jeep, tão veloz quanto The Flash, porém menos fictício, pronto para mais uma batalha ao lado dos seus amigos invencíveis.

Começariam a surgir os bravos e destemidos para livrar Coaraci City dos perversos invasores: o simpaticíssimo Zé Dunda, ladeado a Camilo com sua barba enorme, acompanhado dos seus bravos cães e montado no seu alazão, como o Cavaleiro Solitário. Aos poucos a liga vai se ampliando, todos querendo combater a ameaça que circunda a urbis. Gogó de Sola, sem quaisquer dos atributos físicos da Mulher Maravilha, porém mais determinada e destemida que a primeira surge, no meio de tantos personagens masculinos, para assumir seu lugar de heroína e trazendo consigo mais três estrelas para juntar-se a essa constelação de heróis e heroínas, Dona Pulsina, Conceição e Donata. Quando se imaginava a liga estar completa eis que surge Pé de Pato com seu carro prontificando-se a carregar os derrotados invasores. Coaraci City tornava-se a cidade mais bem protegida. Aos poucos, novos e conhecidos heróis juntar-se-iam aos primeiros. Marca Passo surgiria repentinamente calçado com seu tamanco atômico formando assim a mais famosa Liga de Heróis e heroínas do Universo.

Esses são os nossos super-heróis que algum dia fizeram parte da nossa infância e que nos proporciona até hoje nos lembrarmos deles com tanto carinho e saudades.

Carlos Bastos Junior (China) - Sociólogo

 

 

Homenagem ao Dr. Jose Almiro Gomes Advogado,

Presidente de Honra da OAB.

 

 

Dr. Jose Almiro, aqui chegou em 1954, logo após se graduar nas ciências jurídicas - direito - e aqui montou seu escritório de advocacia.

Histórico: naquela ocasião, Coaraci pertencia á comarca de ilhéus, e esse advogado laborou muito naquela comarca e em toda a região, na área criminal, cível, eleitoral trabalhista, etc., na defesa dos injustiçados, dos pobres, dos indefesos e também dos aquinhoados de bens, porém com o mesmo afinco, com o mesmo zelo, denodo, como se remunerado fosse. Atuou como diretor do saudoso colégio de Coaraci, por várias gestões.

o Dr. Jose Almiro Gomes era um verdadeiro paladino do direito e da justiça, no sentido verdadeiro da palavra, defensor da ética, vibrante, contundente em suas convicções na defesa do direito, o que nos orgulha e nos fez palmilhar por esse caminho, nosso reconhecimento

Dr. Jose Almiro Gomes de uma cultura invulgar, conhecia todos os ramos do direito, da filosofia, da sociologia, da musica, artes etc. Em seu acervo bibliográfico, detinha cerca de 30 mil volumes; conhecia tanto o direito nacional como o internacional; era estudante e amante da boa musica e das artes sempre cultuou o espírito puro e a mente ativa;

Dr. Jose Almiro Gomes, como advogado lutou bravamente em nossa comarca de Coaraci, que á época compreendia os distritos judiciários de Coaraci, Itapitanga (hoje comarca) e Almadina, sempre colocando em primeiro lugar o direito e a justiça, intransigentemente, sem pestanejar, sem vacilar, sem submeter-se aos poderosos da época - tudo pela justiça, pelo direito e pela ética - era um verdadeiro exemplo de vida, e assumia, como seu modelo, intelectual os nossos expoentes maior - o grande rui Barbosa, Antonio mangabeira, Teixeira de Freitas e outros.

Dr. Jose Almiro Gomes, patrono da OAB subseção de Coaraci, eterno presidente de honra. Foi o mentor, incentivador, criador e instalador de nossa subseção da OAB. Foi seu primeiro presidente - instalador - e logo após reeleito para mais um mandato, porém, sempre estiveram ao lado das demais administrações, sempre se fez presente às reuniões;

Dr. Jose Almiro Gomes, foi homenageado por nossa subseção, com título, placa de homenagem ao grande advogado e benfeitor da subseção e do direito, em 2005/2006, foi criado uma medalha de honra ao mérito "Dr. Jose Almiro Gomes" para os advogados que se destacassem no direito, pela justiça e no social.

Dr. Jose Almiro Gomes, casado com a Sra. Edileusa Andrade Gomes, deixou 05 (cinco) filhos, um único varão, o Dr. Franklin Jose Andrade Gomes, e as mulheres, rose, marta, Lilian e Edileusa Bernadete Andrade Gomes, todas profissionais e residentes na capital do estado;

Dr. Jose Almiro Gomes, foi convidado pelo Exmº Sr. Dr. Desembargador (atualmente aposentado) Paulo Gomes, para sua assessoria jurídica em seu gabinete e lá prestou relevantes serviços ao estado, á magistratura, ao direito e á justiça;

Dr. Jose Almiro Gomes, trabalhou como advogado, com excelentes juízes de direito e alguns outros que chegaram á corte máxima do estado, como desembargadores, a exemplo dos Exmos. Srs. Drs. Osvaldo sento sé, Dr. Mario lbiana, Dr. Luis pedreira, Dr. Benito Figueiredo, Dr. Antonio pinheiro, Dra. Maria das graças Pimentel, Dr. Gilberto caribe, Dr. Lourival Ferreira, e tantos outros, mantendo bons relacionamentos, boa urbanidade, lhaneza no trato, com respeito mutuo e independência.

Á família enlutada do eminente Dr. Jose Almiro Gomes, nossas condolências, pela passagem de nosso amigo, irmão, colega, dessa vida para a nova morada na casa do pai eterno, nosso deus e salvador, eterna saudade...

“Ele, Dr. Jose Almiro Gomes, homem de fé, acreditava em Jesus cristo, vivia sua fé, era católico apostólico romano, buscou em sua vida viver a sua fé, proclamou, rito, viveu a oração que Jesus ensinou “pai nosso”, professou a fé dos apóstolos” o credo”, sempre acreditou na vida eterna, na ressurreição dos mortos, assim como Jesus cristo afirmou em suas palavras " eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá." (jo11,25-26); e ainda Jesus cristo reafirma: "quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no ultimo dia" (Jô,6,54)

por isso nós seus amigos, podemos afirmar, a saudade será eterna, o espaço que ele ocupou permanecerá aberto, mas, essa lacuna será preenchida na lembrança, no amor, no acervo patrimonial - espiritual que ele nos legou - e, associado ainda na crença de nossa fé, no cristo ressuscitado, que subiu aos céus e que está sentado á direito do pai, que ele, Dr. Jose Almiro Gomes, vive e está com nosso deus pai.

Essa é a nossa manifestação de amor á família enlutada de Dr. Jose Almiro Gomes. Contem conosco seus colegas e amigos da subseção de Coaraci - assino como presidente e em nome de todos os colegas advogados desta subseção e de outras, pois sei o quanto ele, Dr. Jose Almiro Gomes, era estimado e admirado.

Dr. Jose Nilton Vieira dos Santos

 

 

PROFESSORA RITA AMADO

 

A professora Rita Fiel Amado foi uma personalidade marcante na área da educação coaraciense, foi secretária escolar do Colégio Municipal de Coaraci, Orientadora Educacional no Centro Educacional de Coaraci (CEC), professora na educação infantil nas escolas Reino das Fadas e a Casinha de Bambi, durante 35 anos. A professora Rita educou diversas gerações de coaracienses, principalmente as criancinhas, do pré a alfabetização.

As minhas filhas Pauline e Flavine foram durante alguns anos alunas da Pró Rita, lembro-me que na época a mãe das meninas passava por problemas graves de saúde, e quando eu as deixava na Escolinha de Bambi, ficavam em boas mãos, e nas horas subsequentes felizes e até esqueciam dos traumas intensos e diários causados pelos efeitos colaterais da doença que a mãe estava acometida .As minhas filhas tinham um afeto muito grandioso pela professora Rita Amado. Eu uma imensa admiração.

A Pró Rita Amado, cumpriu religiosamente suas atribuições terrestres, abnegada, dedicada, preparada, seguia cotidianamente cumprindo o seu papel de educadora, até os seus últimos dias, foi discreta e valente, desta forma acredito, esteja hoje desempenhando as suas habilidades educacionais em outra esfera.

Paulo CSU

 

BILHETE DE JUVÊNCIO PERI LIMA, PARA SR. SATURNINO, EM COARACI, NO DIA 10 DE SETEMBRO DE 1946, SOBRE NIVELAMENTO DAS RUAS,

Obras de Nivelamento,

 

Amigo Saturnino

As obras de nivelamento das ruas em Coaraci, antes fortemente combatidas, constituem hoje, para mim, o melhor título com que eu poderia me apresentar perante o público desta Vila, caso solicitasse dele da nota uma resenha das minhas atividades. É que as obras em apreço, concorrendo para o nosso entrelaçamento urbanístico, tiveram a grande virtude de movimentar o capital, em beneficio do trabalho. Daí o principal motivo de termos hoje entre nós, bastante valorizado, o trabalho do operário coaraciense, que tem sido o fator principal da beleza estética da nossa Vila, sendo também um de seus mais uteis valores morais. Pelo seu intermédio reafirmo a esta gente sincera e boa os meus agradecimentos pelas demonstrações da estima a mim dispensadas por motivo da passagem da minha data natalícia.

Coaraci, 10/9º/1946, Administrador Juvêncio Peri Lima

 

ENOCK, UM ESCRITOR COARACICENSE

 

Por. Luiz Cunha

 

Sempre que posso ou necessito, procuro ler ou reler o livro “COARACI: O ÙLTIMO SOPRO” do nosso conterrâneo Enock Dias de Cerqueira, sem dúvida alguma uma importante fonte de conhecimento a respeito da nossa realidade. Ao longo das suas páginas o autor discorre sobre vários aspectos do nosso município, como sua geografia, o início da povoação e seus pioneiros, a sua emancipação política, sua educação, o esporte o lazer a cultura etc. Enfim, é o tipo de publicação que no meu entender deveria fazer parte das bibliotecas dos coaracienses, principalmente daqueles que lidam com o aprendizado a exemplo dos nossos professores e alunos.

Publicado em 2002, consumiu quatro anos de trabalho do autor, o qual, de forma solitária e sem apoio público ou privado, empreendeu suas pesquisas literalmente com recursos próprios desde a fase de coleta dos dados até a sua edição final. Vale salientar que essa publicação se reveste de mais importância na medida em que a maioria das informações nela contida é fruto quase exclusivo de um trabalho de pesquisa de campo em que o autor nas suas vindas à Coaraci, já que reside há bastante tempo em Salvador, procurava conversar com um morador, entrevistar outro, recolher material, para finalmente poder formatar os seus textos, diante de pouca ou quase nenhuma existência de registros escritos que pudessem subsidiá-lo nessa tarefa.

É sobre todos os aspectos um trabalho pioneiro, o que o coloca na galeria de tantas outras obras de outros autores que também tiveram a competência e a coragem de abordarem na historiografia, realidades pouco conhecidas.

Acho por tudo isso, que o nosso escritor ainda não obteve da nossa comunidade e das autoridades constituídas, o devido reconhecimento pelos seus relevantes serviços prestados em prol da cultura local, o que é lamentável, pois se deixa de reverenciar os méritos de quem por dedicação a essa cidade, deu seu máximo na construção desse valioso livro.

Como sugestão, proponho à Secretária de Educação Municipal que realize a aquisição e posterior distribuição dessa obra em todas as unidades escolares do município, bem como, uma campanha junto aos professores de história e geografia no sentido da sua utilização como fonte de estudo perante o alunado, dentro da tão almejada contextualização do ensino.

Email – lcunha.ssa@gmaill.com

 

PROFESSOR NORBERTO RIBEIRO SANTOS.

“UMA VIDA CIDADÔ

 

Vice Prefeito Municipal, Presidente da Câmara de Vereadores, Vereador, Vice Diretor do Centro Educacional de Coaraci, Professor e Instrutor de Musica, este Cidadão representou e ainda representa um exemplo de honestidade, competência e dedicação em prol da Comunidade Coaraciense. Pai, Avô, Amigo, jamais deixou de ajudar aqueles que o procuravam e procuram pedindo um auxilio, uma atenção um conselho. Jamais demonstrou impaciência, agressividade, e nunca foi acusado de injusto ou indiferente. O Professor Norberto Ribeiro dos Santos ainda hoje com seus 80 e poucos anos, é respeitado, admirado e convidado de honra de eventos importantes da esfera política e social de Coaraci. E mesmo debilitado pelo tempo de vida, arranja força e energia para estar presente em todos eles. É presença certa nos Cultos Religiosos da Igreja Batista onde é considerado exemplo de Chefe de Família. Nas visitas periódicas ao Centro Educacional de Coaraci onde é muito querido por todos que ali trabalham é recebido com respeito e dignidade mesmo estando aposentado. Humilde, não evita um bate papo com as pessoas simples, a maioria de seus correligionários fiéis. Se houvesse ainda interesse e energia, com certeza seria convocado por esse povo para representá-lo na câmara de vereadores municipal. Hoje após uma caminhada longa, é reconhecido por onde passa pelas crianças, jovens e adultos, que fazem questão de cumprimentá-lo efusivamente. Este Cidadão é orgulho para os coaraciense da Terra do Sol, Terra Santa que a tanta gente acolhe com os braços abertos de uma Mãe.

Meu Amigo Norberto Ribeiro dos Santos, esta é uma homenagem do seu amigo Paulo SN Santana e Equipe do Caderno Cultural de Coaraci.

 

 

RAIMUNDO BENEVIDES

 

Em 1941 o Sr. Raimundo Benevides Santana vem a Coaraci para inauguração das Casa Comerciais “Casa Nova” do Sr. Pedro Cavalcante de Albuquerque, Casa Prediletas do Sr. Pedro Augusto, pai de Zeca Branco e o Comércio do Sr. João Catalão também uma casa de tecidos. O Administrador de Coaraci na época era o Sr. Juvêncio Pery Lima.

O Sr. Benevides serviu no Exercito Brasileiro, no 3º, 18, Regimento de Infantaria de Ilhéus, foi escolhido para embarcar e só não foi à Guerra por interferência do Sr. Eduardo Catalão que conseguiu a sua dispensa. Logo que retornou do exército, investiu em um empreendimento comercial: “A Casa Comercial Carioca” em 29 de Setembro de 1946, nas imediações do atual Calçadão. Era uma loja de tecidos. Para a inauguração da loja convidou o Administrador Peri Lima ,divulgou a evento na voz da cidade, contratou um “Sanfoneiro” em Ipiaú, cognominado de “Antonio Três Morros”, dando início a construção do seu patrimônio. O Sr. Raimundo Benevides ao contrário de alguns fazendeiros da região, viajava todos os anos levando consigo familiares, assistiu a Copa Mundial de Futebol em 1950. De 1946 à 1956 negociou com tecidos. Em 1956 comprou mais duas lojas uma em Itajuípe e a outra em Itabuna do Sr. Antonio Barbosa Teixeira. Em 01 de Dezembro de 1956 fechou a Loja Carioca, com uma grandiosa queima de estoques das três lojas de sua propriedade. O movimento no dia foi tão intenso que precisou do apoio dos amigos da época, entre eles o Sr. Alberto Aziz. O resto do estoque vendeu ao Sr. Zeca Trombone, Pai da Drª. Sonia. A loja Carioca fechou as suas portas no dia 31 de Dezembro de 1956. Mas manteve um escritório comercial, a “Casa Benevides”.

Começou então a negociar com de gado.

Foi no Ouro que comprou as suas duas primeiras fazendas, depois ampliou para catorze fazendas (Fazenda Monte Alegre, Planalto, Bom Jesus, Lealdade, Stª. Maria, Stº. Antonio, São José, Serra do Almada, Palmeirinha , J. Pereira, São Luis, Stª. Rita e Cafundó) espalhadas pelos quatro cantos da região.

Afastou-se pouco tempo de Coaraci, quando foi morar em Itabuna em 1970,e em Salvador em 1974 em um belíssimo apartamento no Corredor da Vitória. Voltou à Coaraci em 1978 onde permaneceu até 1982, depois foi morar na Cidade de Ilhéus, (casa com piscinas e elevador) onde permaneceu até 2004, quando faleceu sua esposa Lígia Alves de Santana. Prometeu então nunca mais afastar-se de Coaraci. Disse então: ”Daqui não saiu daqui ninguém me tira”. O Sr. Raimundo Benevides é uma referência, um exemplo de administrador bem sucedido e respeitado. Do casamento com a Srª. Lígia veio cinco filhos, três homens e duas mulheres: Érico Benevides, nascido em 10 de dezembro de 1956, Eduardo Augusto Alves de Santana nascido em 07 de Setembro de 1957 e falecido no dia 03 de Janeiro de 2007. Edson Alves de Santana nascido em 10 de Março de 1958,Adélia Virginia Alves Santana nascida em 10 de Dezembro de 1960 e Maria de Fátima Alves de Santana nascida em 22 de Março de 1968.

O Sr. Raimundo Benevides jamais se candidatou, mas se assim fosse teria sido um excelente político, porém ajudou a eleger muitos candidatos em Coaraci. Dr. Lomanto Junior em sua opinião foi um dos maiores Políticos que já passou por Coaraci. Contribuiu para grandes obras realizadas na região. Sr. Raimundo é cético quando se fala em política atual, evitando nomes, mas sem muitas perspectivas para o futuro de Coaraci. Conversar com o Sr. Raimundo Benevides foi um privilégio, por se tratar de uma lenda, de um mito uma grande Personalidade Coaraciense.

Entre suas lembranças surgiu o nome do maior Comerciante na sua ótica já estabelecido em Coaraci, O Sr. Charfic Lued. Após outra breve pausa o Sr. Benevides possuidor de uma memória fantástica, aos 90 anos de idade, lembra com clareza do Professor Diógenes Mascarenhas, um abnegado homem das letras, que além de professor, foi um dos responsáveis pela Emancipação Política de Coaraci. Fundador do “Ginásio de Coaraci”, depois Colégio Antonio Lima de Oliveira e finalmente Colégio Municipal de Coaraci, abandonou o comércio para dedicar-se inteiramente à Educação. Foi para Salvador onde convidou alunos coaracienses que estudavam no ICEIA, Maristas, Dois de Julho, Americano, Ipiranga e com esta comissão, juntou-se a Políticos e Personalidades da região do cacau dirigindo-se ao Governador Dr. Regis Pacheco para a assinatura simbólica dos documentos da “Emancipação Política da Terra do Sol”. Este homem também foi um dos fundadores do Clube Social de Coaraci, foi quem convenceu o Sr. Antonio Ferreira a vender o terreno onde hoje esta localizado o Clube. A construção do Clube aconteceu no Governo de Gildarte Galvão. Este homem para Sr. Benevides foi esquecido, e não possuindo se quer o seu nome gravado em placas e ruas da Cidade de Coaraci. Finalmente, agradeço ao Sr. Raimundo Benevides pela oportunidade, de ouvi-lo, no dia 10 de Março de 2012.

                      Entrevista com o Sr. Raimundo Benevides (10/03/2012) Texto de Paulo SN Santana

 

COARACI: PAIXÃO DE ALBERTO AZIZ

 

Coaraci, na plenitude dos anos 40, esbanjava riqueza e alegria. A plantação de cacau já se havia chegado ao fim, e estava numa grande produção. José Ângelo e Waldir Freitas chegavam para instalar os equipamentos do Parque Estrela do Norte já no mês de outubro à espera das festas natalinas; o Cine Teatro Coaraci com o próprio nome escrito em alto relevo na parte mais elevada de sua fachada, tinha suas quase quinhentas poltronas, diariamente ocupadas pelos admiradores da sétima arte. A Banda de Música 13 de Junho surpreendia os moradores com os seus acordes, percorrendo as principais ruas e arrastando uma multidão em que meninada de perna curta, tinha dificuldade em acompanhar as marchas e dobrados de andamento rápido.

E foi em meio a essas e tantas outras alegrias que chegava em Coaraci no dia 15 de setembro de 1947, um jovem de 17 anos de nome Alberto Aziz. A intenção de Alberto era fixar residência em Itajuípe, mas, quis o destino que ele viesse parar em Coaraci. Morar em Coaraci, quando o destino era Itajuípe já constava na história de Alípio Guerra, em 1925, na de Antônio Barbosa Teixeira alguns poucos anos depois, na de Antônio da Silveira, em 1937, na de Antônio Ribeiro Santiago, e na de tantos outros conhecidos.

Ao chegar, Alberto foi residir no polêmico Sétimo Céu, - uma república de solteiros que já acomodava Dió do Ouro, Raimundo Benevides, José Meleira, Zé das Velhas, Adaltivo e outros dignos representantes da nobreza do distrito. Nas janelas do sobrado, construído por Elias Leal em 1943, tinha-se a mais panorâmica visão do distrito, - a praça Eusínio Lavigne, movimentada, dia e noite, e com suas árvores plantadas pelo próprio administrador Juvêncio Peri Lima.

Ao atingir a maioridade, Alberto foi trabalhar na agência do poderoso Instituto de Cacau da Bahia, gerenciado na época, por Eduardo Leal de Andrade.

Alberto foi recebido carinhosamente pelo povo coaraciense, como se um filho da terra fosse. De caráter irretocável e muita segurança em suas convicções, logo foi integrado na sociedade.

Para mostrar que era homem sério, casou-se em 1950 com Maria de Lourdes, filha de Firmo Bernardino dos Santos, grande produtor de cacau, e primeiro prefeito de Itajuípe, de onde tiveram os filhos: Luis Alberto, Antônio Marcos, Catarina e Júlio César. .

Ao longo desses 64 anos de Coaraci, Alberto foi comerciante, produtor e comprador de cacau, funcionário da prefeitura, presidente do Rotary, presidente do Clube Social por quatro anos, além de Venerável da Loja Maçônica. Nos momentos de lazer atuava pela equipe do Flamengo, no palco sagrado do futebol.

Em setembro passado, Alberto e Lourdes, por questões de saúde, tiveram que tomar a mais difícil decisão de suas vidas: deixar Coaraci. Negociaram parte do patrimônio, e partiram para Salvador. Lá, certamente não vão ter o que encontraram em Coaraci. Coaraci é único, é absoluto!

Para Alberto e Maria, Coaraci era, ao mesmo tempo, pai, filho, irmão, ou qualquer outro superlativo encontrado na linguagem do homem.

Alberto e Lourdes, Coaraci não vai esquecer de vocês, queremos apenas que vocês não esqueçam da gente.

Enock Dias de Cerqueira

histórias de Coaraci

População estimada 2014 (1)20.183

População 201020.964

Área da unidade territorial (km²)274,500

Densidade demográfica (hab/km²)74,17

Código do Município2908002

Gentílicocoaraciense

Prefeito

JOSEFINA MARIA CASTRO DOS SANTOS

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