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DISTRITO DE SÃO ROQUE O POVOADO DO SÃO ROQUE

 

Por Solon Planeta em 14/01/2013

 

Supõe-se que o Distrito do São Roque seja mais velho que Coaraci, vez que o povoado tenha surgido por alguém que aproveitou as aparições do Coronel Basílio de Oliveira nas desbravações das terras da Serra do Corcovado. Eu conheço o Distrito de São Roque desde 1940. Naquela época era uma única rua, quase que todas as casas cobertas de palhas, que iniciava da cerca da propriedade de Benedito Santiago Santos, hoje dos herdeiros de Jairo Góes e que findava na bifurcação das estradas com destino à Pedra Lascada e a outra no sentido do Brejo do Almada e era conhecido como Ruinha do Garganta. Por várias décadas eu andava por essas duas estradas pelo fato de meu pai ter uma pequena propriedade na região conhecida como Jussara de Querubim. A estrada que demandava a Pedra Lascada ficou por muitos anos comentada pelo fato de ter sido naquelas paragens que mataram o bandoleiro mais respeitado da época, conhecido como Zé Nique, membro de uma família tradicional de Itabuna. Mataram Zé Nique com o olho do machado, (lado oposto ao da lâmina de corte da ferramenta), pois se acreditava ter ele o corpo fechado, (fetiche que impedia o iniciado de morrer por armas, e só uma poderia matá-lo e só o iniciado saberia qual), tanto que segundo a lenda pelo enorme sofrimento e pela demora em morrer, Zé Nique pediu a seus executores que lhe golpeasse com o seu próprio punhal, pois era o único ferro que entrava em seu corpo.

A outra estrada que rumava pela direita começava numa propriedade dos irmãos Dórea, passava pela fazenda de Ramiro Viana, depois por José Paulino, hoje Nilton Araújo, Raimundo Ribeiro Brandão, onde foi enterrado Zé Nique, dando acesso ao Ribeirão do Luxo e Vila de Palestina, hoje Ibicaraí.

Segundo os mais velhos moradores, naquela época, ainda pequenos produtores como “Seo” Tiano, Joaquim Eurico, José Bonina e outros, se juntavam, cada um com seus 2 ou 3 burrinhos carregados com cacau para vender em Itabuna, passando por Barro Preto, atingindo o entroncamento de Itapé, na época Estreito D’Água, depois Itauna, e finalmente Itacaré, numa jornada de 8 a 10 dias.

Os primeiros comerciantes do povoado, segundo os mais antigos foram: Oscar Romualdo, Antônio Borba, Manoel Dórea, já mais recente Viralino José dos Santos, Francolino José da Silva, Etelvino Souza de Andrade e atualmente os mais destacados são: Gildásio na rua Ananias Dórea ( que juntamente com Etelvino foram vereadores) e Saturnino na Rua do Asfalto e Jorge Luis de França do Bar São Jorge.

Em 1966, pelo fato de ter votado em Joaquim Torquato para Prefeito, e que foi derrotado, seu adversário eleito, exonerou a professora Alaíde, do Distrito de São Roque, nós então nos reunimos com abnegados companheiros, inclusive Torquato, Waldo Matos, Demostinho, Levino Nassif e outros e pagamos um salário mensal à professora Alaíde para continuar ensinando até 1971, quando Joaquim foi eleito readmitindo a professora no quadro de professores municipais.

Hoje, São Roque é distrito de Coaraci, com todos os recursos possíveis à uma pequena localidade. Tem uma igreja, cuja imagem de São Roque foi doada pela abnegada senhora Dona Antonieta Araújo. Tem uma pracinha muito aprazível, um colégio de primeira linha, é bem abastecida de água e energia, possui uma antena de telefone celular e transportes a toda hora e todas as ruas são calçadas. Lembro que para ir ao povoado do Garganta, a estrada começava, onde hoje está localizada a Praça Elias Leal, perto da fazenda do Sr. João Dias, e como não existia ponte, o caminho atravessava os cacauais de Josafá Lopes, saindo na fazenda Taboleiro de Mariano Atanásio, hoje, herdeiros de Batistinha, alcançava-se a fazenda de Anísio Evaristo, depois Antonio Gomes e finalmente São Roque.

Não posso deixar passar em branco que, nos anos 1950, comprei de Otávio, morador do povoado de Garganta, conhecido como, “caçador de capivara”, uma espingarda muito cobiçada, de fabricação alemã (milaporte troxada), cujo valor era inestimável. Outro episódio interessante durante a construção da estrada de rodagem Coaraci-Almadina, foi quando o intrépido João Peruna decidiu viajar para Almadina, naquelas condições, antes mesmo da inauguração da estrada, dirigindo seu caminhão velho com destino à Almadina, pelo rasgão de terra, onde só haviam lama e buracos. Uma viagem que segundo o noticias da época durou vinte dias.

Chegando a São Roque, João Peruna mandou lavar o caminhão, pois não se sabia se era de ferro ou de barro. Para a criançada do povoado foi uma festa, pois algumas delas nunca tinham visto um carro, naquele estado.

Mas tudo foi resolvido, e o aventureiro prosseguiu viagem, com muita dificuldade, mais com um final feliz.

 

 

GARGANTA A SÃO ROQUE

 

Enock Dias de Cerqueira

 

Desde que o rei de Portugal dividiu o Brasil em Capitanias Hereditárias, no século XVI, que a tropa se tornou o único meio de transporte para levar riquezas e mercadorias para as diferentes regiões do país, inclusive abastecer a sede do Governo Geral, em Salvador.

Essas trilhas foram aproveitadas para transportar o cacau até Ilhéus, desde que foi introduzido nas proximidades de Canavieiras em 1752. Todas elas tinham seus pontos de apoio, utilizados para pernoites e descanso dos animais e dos viajantes, em decorrência das grandes distâncias a percorrer. Localizavam-se, de preferência, nos sopés das montanhas e nas margens de rios pela necessidade de água farta, limpa e corrente.

A atual Praça Getúlio Vargas, em Coaraci, foi até por volta de 1925/26, um desses pontos-de-apoio, e conhecido através do nome Beira-do-Rio, o mesmo acontecendo com Ruinha dos Três Braços, Ribeirão do Terto e Cafondó.

São Roque foi também, num passado distante, e anterior a Beira-do-Rio, um importante ponto-de-apoio, e conhecido através do nome Garganta, em decorrência dos sucessivos caminhos íngremes e apertados entre as montanhas da região.

Indiferentemente da condição de ponto-de-apoio, serviu como base de sustentação enquanto Ananias Dórea realizava sua plantação de cacau, como uma das primeiras do futuro município de Coaraci, na primeira década do Brasil República.

 

 

HISTÓRIA DE ITAMOTINGA

 

Por: Josenita Costa de Souza

 

 Não conheço a pessoa que publicou a história sobre Itamotinga, gostei muito, mas há necessidade de alguns acréscimos. Um dos primeiros moradores do Terto foi meu bisavô João Mendes da Costa, mais conhecido por João Vital, e seus filhos Clementino Mendes da Costa, Jiru, e outro filho mais velho, Paizinho, que não conheci e morreu numa disputa, por uma mulher, com seu melhor amigo. Oriundo da Guerra dos Canudos e primo de Antônio Conselheiro, veio com sobrinhos, primos e amigos a exemplo dos Vila Nova, que eram comerciantes. Derrubaram e titularam uma grande extensão de terra, derrubaram a mata e plantaram cacau o que lhe custou uma das pernas na labuta. Na fazenda Terra Boa conhecida por a Serra, construiu casas de taipa e se estabeleceram. Os filhos foram casando e tendo filhos e Pai Velho, como chamava , abriu uma escola  na Serra para os filhos, netos e os filhos dos trabalhadores, cujo professor foi o senhor Afonso, pai de Olga e avô de Simone e demais. Quanto ao terreno do Terto pertencia a ele assim como a maioria das casas hoje ainda existentes que ficaram para os herdeiros os quais nunca reivindicaram nem o terreno nem as casas. Foi um homem, que embora analfabeto, sempre teve preocupação com a educação não só dos filhos e netos, mas de todos que estavam em seu entorno, contribuindo monetariamente para a construção do Colégio de Coaraci. Homem de grande visão na sua casa na Serra possui água encanada, proveniente da "bica", um nascedouro no alto da serra assim como produzia tudo: álcool, cachaça, vinagre, rapadura, requeijão, manteiga, farinha, feijão além de frutas, inclusive uva, cravo e canela na sede. A produção não era vendida e sim dividida entre as famílias dos trabalhadores. Desse modo, espero ter contribuído um pouco com esta história construída em grande parte pela minha família.

 

OBS: Josenita Costa de Souza é filha de Dona Edelzuíta (filha de Jiru) e José Quinto de Souza. 

 

A VERDADEIRA HISTÓRIA DA UNIÃO QUEIMADA

 

Na edição trigésima quarta, publicamos na página dez, uma matéria intitulada: ROTA DO CACAU, onde pode-se ler o surgimento da ’’UNIÃO QUEIMAVA’’, na versão do Sr. Valmir Negrão, contestada por Roberto Povoas, através de um E-MAIL. Roberto nos enviou um texto com a história verdadeira, da ’’ União Queimada’’. Publicamos a baixo:

 

União Queimada.

   ’’ Posso afirmar que não aconteceu o episódio que serviu para denominar o lugarejo, ’’União Queimada’’ como conta no Caderno Cultural no 34, na página 10.

    Meu avô, Octávio Portella Póvoas, foi o desbravador da região denominada Braço do Norte, que se inicia precisamente na fazenda de Irineu Batista dos Santos, chamada Fazenda Entroncamento, (hoje pertencente a seus herdeiros, sendo José Batista dos Santos, um deles)  porque tinha uma saída de pedestre que dava na fazenda de Clarindo Teixeira, que ficou para sua viúva. Dona Edite. Voltemos a história. As terras onde está localizado o povoado da União Queimada foram doadas por meu avô, já citado, e isto foi na época que havia grandes lutas armados entre os senhores cheios de dinheiro e títulos comprados do governo, tais como: capitão, major e coronel de acordo as posses do pretendente. Meu avô era chamado de doutor, garanto que já pesquisei e não encontrei nas escolas superiores de Salvador e Rio de Janeiro nenhuma pista que levasse ao seu título. Agora, garanto que já encontrei várias titulações de terra, onde quem assinava como responsável técnico era meu avô, junto a Delegacia de Terra Estadual. Retornemos de novo: Então como havia lutas pela posse das terras, cada um querendo aumentar seu patrimônio, e em Itajuípe quem mandava eram os Badaró (ascendentes da atual prefeita). Estes mandaram um aviso para meu avô, dizendo que viriam em data tal, expulsá-lo das terras que ocupava. O povoado, cujo nome desconheço, era na margem direita  do rio, junto ao ponto em que dava vau (passagem) para pessoas e animais, e as casas eram de pau a pique, com varas cruzadas preenchidas com barro e cobertas de palha, pois não havia telha e nem tijolos para construções melhores. Meu avô, Octávio Portella Póvoas, ao se aproximar o dia previsto da invasão pelos  Badaró, armou os trabalhadores e convenceu moradores do local e circunvizinhança a resistirem a invasão, assim, cavou trincheiras no lado esquerdo do rio, em frente da vau, derrubou todas as casas e tocou fogo para impedir que servissem de abrigo e trincheira aos homens dos Badaró, que apesar da ameaça, ao saberem da espera, não apareceram conforme haviam prometido. 

 

Esta é a história de como surgiu o nome União Queimada. De Roberto Povoas’’.

 

 

QUILOMBOLAS

 

Entrevista com o Agricultor Aroldo Cardoso França

 

Texto Adaptado por PauloSNSantana

 

Existem varias versões sobre a nascente do Rio Almada. Uma delas é que está na Serra dos Pereiras. Outra versão é que esta localizada na Serra do Xuxu. Ainda existe outra versão de que a nascente de Almada está na Serra dos Sete Paus. Aroldo adquiriu aquela área em 1980, e em julho tomou posse. Uma permuta com uma área na localidade de Duas Barras, adquirida do Sr. Jorge Luís Orrico da Costa, popularmente conhecido por Jorge Bareco.

Ainda persistiam as dúvidas sobre a verdadeira nascente do Rio Almada. Alguns técnicos, geógrafos, biólogos, jornalistas, ligados ao meio ambiente, inclusive técnicos da CEPLAC,  informaram-no que a nascente do rio Almada estava na Serra dos Sete Paus.

Lá existe ainda hoje uma comunidade remanescente de escravos, os quilombolas, que sobreviveram muitos anos plantando mandioca, e ainda mantém essa cultura tradicional.

Ainda hoje os quilombolas subsistem adaptados aos novos tempos e suas evoluções. Muitas famílias quilombolas foram embora, mais ainda existem remanescentes desta comunidade, desejosos de ver a sua comunidade reconhecida por parte da fundação palmares e do INCRA.

Lá existe uma associação criada a mais ou menos 15 anos da qual Aroldo foi presidente, secretário e tesoureiro, denominada Associação dos Pequenos Agricultores e Produtores de Alimentos do Rio Almada.

Essa Associação é reconhecida no Conselho da APA, como, Conselho da APA do Município de Almadina. Aroldo ajudou a  criar uma Comissão Técnica, para discutir as questões ambientais...

 

 

DUAS BARRAS

 

Texto adaptado por PauloSNSantana

 

Em outubro de 54, Duas Barras também faria sua festa especial. O patriarca Antônia Dias de Cerqueira utilizou-se de um dos serviços de alto falante de Coaraci, para convidar o povo a comparecer à sua fazenda, onde estariam sendo comemorados seus 80 anos de vida. Dezenas de perus, dúzias de galinhas, muitos porcos, e até um boi, foram abatidos para essa comemoração. Conjuntos musicais revezavam-se para que a festa não parasse. Quem não queria retornar à Coaraci, passava anoite na fazenda, onde foram disponibilizadas acomodações, para isso havia um revezamento. O Diário da Tarde, jornal editado em Ilhéus publicou o fato com destaque. Antônio Dias com 80 anos tinha, 12 filhos, 33 netos, 16 bisnetos e 3 trinetos. Foi uma das maiores festas da região na época. As décadas de 40 e 50 constituíram-se no apogeu de Coaraci urbano e rural. A partir daí sucessivos momentos de tristeza atingiram as Duas Barras. A presença da energia elétrica e a estrada de Itamotinga já transformada em rodovia em decorrência dos esforços das administrações de Gilberto Lyrio e a primeira administração de Joaquim Torquato com linhas regulares de ônibus  não foram suficientes pra trazer de volta nenhuma das alegrias vividas nos anos 50. As Duas Barras paraíso mais alegre do interior coaraciense, estava assim, com seu destino definitivamente selado dentro da história do município. As Duas Barras ao completar sua participação na história do município teve a companhia do Brejo Mole, Ribeirão do Terto, Itamotinga e Lagoa. A região das Duas Barras ficava compreendida entre o antigo Brejo Mole é o atual Matadouro Municipal, onde em épocas passadas havia uma pequena  venda, um misto de comércio e residência. O início das Duas Barras limitava-se os ao Engenho e a Fazenda do Senhor Francisco Eutíquio Andrade.

Fonte: Livro Coaraci Ultimo Sopro de Enock Dias, pgs.65,66,259,260.

 

ALAMBIQUE DUAS BARRAS

 

Pioneiro Francisco Eutíquio Andrade.

 

Fonte Livro Coaraci Ultimo Sopro

 

Texto adaptado por PauloSNSantana

 

As Duas Barras limitavam-se ao engenho da fazenda do senhor Francisco Eutíquio Andrade, um Santo Amarense da Purificação que por volta de 1932 fornecia cana de açúcar aos usineiros locais. Mais tarde ele resolveu vir para a região do cacau para produzir cana de açúcar, e passou a  fornecer aguardente em toda região cacaueira. Francisco Andrade adaptou-se a região, e aceitava sorridente as gozações de amigos como Elias Leal, Clarindo Teixeira, Manoel Paulino, Manoel Peruna, Antônio Dias e outros pelo fato de plantar cana de açúcar numa região produtora de cacau.

Doutor Mário Pessoa da Costa e Silva destacado assessor político do município de ilhéus sempre ligado aos destinos de Itacaré, reconheceu a bravura de Francisco dando a ele como recompensa o cargo de delegado de polícia de Itacaré. Logo que assumiu Andrade deu início a uma implacável caçada aos candomblezeiros da região, seguindo orientações, do Governo do Estado. No segundo dia de caça às bruxas, a delegacia localizada na esquina da atual Rua J. J. Seabra com a Juvêncio Peri Lima onde hoje existe a Casa Mercúrio, estava superlotada dos seguidores do candomblé, inclusive Mãe Vitória, a mais tradicional Mãe de Santo da região.

Francisco Andrade casou-se em 1926 com dona Maria de Oliveira, irmã do comerciante Álvaro Pinto de Oliveira, senhor Varu, pai de Antônio Lima, Álvaro, Jorge, Maria Alcina, e tiveram os filhos, Fernando, Mílton e Bernadete, que mais tarde casou-se com o  senhor Hilton Fortunato.

Os ideais de Francisco Andrade foram coroados de êxito, ele inicialmente construiu um grande engenho, semelhante aos existentes nas terras de Santo Amaro. Era uma imponente obra, onde uma gigantesca roda d'água girava aproveitando a força hidráulica de uma pequena represa, localizada a cerca de 200 metros acima.

 Por volta de 1930 a 1936, Francisco Andrade construiu a primeira casa projetada de Itacaré, a inauguração contou mais uma vez com a presença do Secretário Municipal de Ilhéus, Dr. Mário Pessoa e do administrador Juvêncio Peri Lima, que numa demonstração de amizade e consideração, homenagearam Andrade com uma placa onde estava gravado, Rua Francisco Andrade, que a partir daquela data passou a ser assim denominada, e permanece inalterado até os dias de hoje.

A placa original em esmalte encontra-se preservada e extremamente conservada até os dias atuais, na fachada lateral da casa da Senhora  Bernadete, esposa de Hilton Fortunato e filha de Andrade, ainda residindo no mesmo local. Infelizmente a casa dos Andrades, localizada na Praça Regis Pacheco, encontrava-se a anos atrás precisando de reformas. O senhor Filomeno Almeida, casado com dona Risoleta Almeida, pai das professoras, Risolina e Fátima, foi um dos mestres que fez parte da equipe que construiu aquela importante residência.

Pelo fato da represa não produzir força suficiente para movimentar toda aquela engrenagem em decorrência do pequeno volume da água do Ribeirão Duas Barras, Francisco Andrade realizou o mais ousado empreendimento da história de Itacaré. Trouxe de Santo Amaro por via terrestre uma pequena locomotiva a vapor, uma operação complexa, usando juntas de bois, numa luta que consumiu mais de dez meses de trabalho.

Em seu apogeu o Alambique chegou a produzir mil litros de aguardente por dia, distribuídos com a logomarca ’’Aguardente Duas Barras’’. Quando tudo caminhava satisfatoriamente surgiu a noticia da doença de Francisco, que foi transmitida a todo povoado,  ele foi transferido para o hospital São José, em ilhéus, por sugestão do farmacêutico Anatólio. La constatou-se, ser febre tifoide e da qual veio a falecer, provocando profunda consternação em toda a região. O doutor Granja, que  atendeu a Francisco Andrade, ficou abatido e surpreso com a sua morte prematura em 1937. Boatos espalhados em Itacaré diziam que a moléstia que atingiu Andrade foi uma praga da Mãe Vitória, uma das candomblezeiras, presa por ele, quando da repressão ao culto africano. Com a morte de Francisco Andrade, todo seu patrimônio passará a ser administrado pela Viúva, Dona Maria, mas ela não possuía nenhuma habilidade nesse ramo de atividades, e pediu ao seu irmão Lázaro, para ajudá-la a gerir o negócio. Mais tarde o seu filho Fernando, que também não tinha experiência, passou a gerenciar o empreendimento, mas diante de dificuldades para cumprir alguns compromissos, pediu a ajuda de Hilton Fortunato e juntos conseguiram amenizar os prejuízos. Mais tarde a fazenda dos Andrades foi negociada com o senhor Josemar Quadros, encerrando-se aí o clico de José Eustáquio Andrade e de seu aguardente ’’Duas Barras’’.

 

 

 

NOSSOS VIZINHOS:

IBICARAÍ,IBICUÍ,ILHÉUS, ALMADINA, ITAPITANGA, ITAJUIPE.

 

PauloSNSantana (Fato Histórico)

 

Coaraci limita-se com os municípios de Itapitanga, Almadina, Ibicaraí, Itajuípe, Ilhéus e Ibicuí. A distância entre Coaraci, Itajuípe, Itapitanga e Almadina é mínima. São municípios jovens, que nasceram quase na mesma época, e emanciparam-se proximamente. Desde então as comunidades dessas cidades vem compartilhando da riqueza desta bela região: a cultura do cacau, a agropecuária, e a agricultura familiar. Os municípios compartilham bancos, comércio, escolas, igrejas e instituições municipais, estaduais e federais. É comum encontrar coaracienses em todas essas cidades vizinhas e o inverso também e verdadeiro, a passeio, em eventos sociais, religiosos ou trabalhando. Muitos são funcionários públicos circulando nessa região, nas mais diversas profissões, trabalhando na educação, cultura e justiça. A relação de Coaraci, com os vizinhos é amistosa, e próspera. As pessoas se conhecem, algumas se completam e existem centenas de famílias que foram constituídas a partir da da relação entre esses municípios. Não existe rivalidade, nem motivos para isso, já que todos os projetos realizados nos quatro municípios são abertos e compartilhados, nunca existiu preconceitos nem perseguições ou qualquer outro motivo para haver animosidade e rancores entre as comunidades dessas cidades. (O historiador Jackson Novais publicou uma histórica sobre a cidade de Almadina. A seguir publicamos trechos do documento.) ’’A ocupação das terras de Almadina deu-se a partir do início do século XX, com a chegada dos primeiros “desbravadores”, atraídos pelas oportunidades econômicas abertas com a exploração do cacau, a presença humana nessa região é, comprovadamente, de origem pré-histórica. A esse respeito vale destacar a presença de vestígios arqueológicos encontrados em escavações realizadas por acadêmicos da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), no ano de 2005, lideradas pelo arqueólogo Prof. Elves Barbosa. O início da exploração econômica destas terras se deu por volta da segunda década do século XX. Assim, em meados de 1910, o ciclo de expansão da economia cacaueira no Sul da Bahia fez com que os primeiros desbravadores interessados em explorar as terras devolutas do Estado chegassem a essas terras. O período que marcou o início da exploração das terras situadas próximas as nascentes do Almada, ou seja, nas primeiras décadas do século passado, foi caracterizado pelo alargamento das fronteiras agrícolas da monocultura do cacau. Uma das principais características dessa fase foi a grande influência do fenômeno do coronelismo na política nacional e crescente poderio dos potentados, ou seja, dos coronéis. Assim, visando ampliar seus domínios o Cel. Basílio Oliveira, um dos pioneiros no processo de “desbravamentos” dessas terras, resolve deslocar seu eixo de atuação, que se concentrava nas terras do município de Itabuna, e decide ocupar, chefiando um grupo de homens, as terras devolutas existentes nas margens do Almada. Esse grupo de homens era composto por personagens como Agapito Lemos, Abílio Tavares, Gustavo Oliveira, Domingos Brandão, Euzébio Ferreira, Francisco Santos e Firmino Caldas, dentre outros. O que teria motivado a mudança do foco de exploração econômica do Cel. Basílio Oliveira teria sido um conflito com a família dos Badaró, envolvendo disputa de terras próximas à cidade de Itajuípe-Ba. O conflito referido acima se originou, provavelmente, por disputas por terra e foi tão marcante para a história da região que serviu de inspiração para Jorge Amado escrever seu livro “Terras do sem fim”. Nele, o Cel. Basílio é retratado pelo pseudônimo de Horácio da Silveira que em oposição ao seu grande inimigo Juca Badaró teria iniciado um violento conflito, envolvendo centenas de jagunços, “adubando com sangue” as primeiras plantações de cacau dessa região. O Cel. Basílio Oliveira teve como colaborador no “desbravamento” das terras do Almada o seu compadre o Cel. João Xavier da Costa, apelidado de João Branco. Ao chegarem às terras, que hoje formam o território de Almadina-Ba, o Cel. Basílio se estabeleceu em uma fazenda nas proximidades da Pedra do Corcovado, localizada no quilometro cinco da rodovia que, atualmente, liga Almadina à Coaraci. Os laços entre Basílio Oliveira e João Branco se tornaram ainda mais estreitos por ocasião da união matrimonial de Durval Francisco de Oliveira, filho Cel. Basílio, e Clotildes Xavier da Costa, filha de João Branco, casamento que significou a união das duas das famílias mais poderosas da região. Coube a João Branco a porção de terra que atualmente abriga o perímetro urbano da cidade de Almadina. Na “fazenda de João Branco”, que mais tarde daria origem ao arraial de Pouso Alegre, seu proprietário instalou um alambique. Lá, por volta da década de 30, passou a ser ponto obrigatório para o descanso dos tropeiros que transportavam cacau e outras mercadorias da região de Rio Novo (atual Ipiaú-Ba) para a região de Itabuna-BA. Geralmente esses homens passavam a noite nas propriedades de João Branco. Local estratégico, por localizar-se em uma rota de grande afluxo de pessoas que se dedicavam ao transporte comercial de mercadorias para outras localidades, a fazenda de João Branco passa a abrigar uma pousada para o descanso dos tropeiros. Daí vem o nome Pouso Alegre, que denominaria o futuro povoado que se desenvolveria nas terras de João Branco. Teria sido a senhora Idalina Caldas, segunda esposa de João Branco, a pessoa que o incentivaria a criar um estabelecimento comercial em suas propriedades. E, ao redor desse estabelecimento começou a se desenvolver um pequeno arraial. O marco inicial do surgimento desse povoado foi a realização da primeira feira, organizada por João Branco, entre os anos de 33 e 34, não havendo consenso quanto à data exata desta. A disponibilidade de terrenos e o desenvolvimento econômico das principais fazendas da região atraiam gente de outras regiões, sobretudo, pessoas fugindo das regiões áridas do sertão baiano e mesmo moradores de cidades circunvizinhas em busca de novas oportunidades. Isso fez com que o povoado crescesse, cada vez mais, até torna-se vila. Em 1952, após vários anos fazendo parte do território de Ilhéus-BA, o povoado de Pouso Alegre passa a integrar o recém-criado município de Coaraci-Ba, por ocasião da emancipação desta cidade ocorrida no dia 12 de dezembro de 1952, através da Lei nº. 515 do referido ano. No ano seguinte, sob o dispositivo de Lei n° 628 de 30 de dezembro de 1953, o povoado é elevado à condição de vila. Nos anos seguintes, verificou-se que o crescimento da Vila de Pouso Alegre deu-se de forma rápida por conta da alta produção de cacau, que não parava de atrair trabalhadores para as primeiras propriedades rurais.

A emancipação política de Almadina-Ba ocorreu no ano de 1962, sendo esta consolidada por meio da Lei nº. 1.641, de 15 de março, do ano supracitado, sancionada pelo então governador Juracy Magalhães.’’ Almadina.

 

CIDADE DE ITAPITANGA (Fato Histórico)

 

Em 1924, Benedito Cardoso comprou uma Fazenda nas imediações da Altamira. No final de 1925 e início de 1926 surgiu o nome Baforé. No ano de 1929 o Arraial estava em franco desenvolvimento, pois a cortina de matas ia desaparecendo, e o lugar ganhando novos habitantes. Em 1930 houve grande descontentamento no arraial , pois JOÃO DO “O”, famoso bandido paraibano havia roubado 16

(dezesseis) arrobas de cacau do Senhor Manoel Leôncio, sendo denunciado por Benedito Cardoso. Não satisfeito com a denúncia, João do Ó mandou dizer a Benedito Cardoso que viria com 20 (vinte) homens e 06 (seis) cargas de armas para atacar e destruir totalmente o arraial. Os moradores do local

correram todos, inclusive o escrivão de polícia – Senhor João Macaúba. Ficou sozinho, o Senhor Benedito Cardoso, por ser um homem muito destemido e de muita coragem. O bandido João do Ó vindo em direção ao arraial, não pôde alcançá-lo, devido a um temporal com duração de um dia, o qual mais

parecia um dilúvio, encheu o Rio Pontal do Sul, obrigando o bandido voltar com os seus comandados, para Pimenteira, fazendo ameaças de voltar pra completar o serviço. João do Ó sempre ameaçava voltar a Baforé para destruí-lo. Mas como diz um velho ditado: “depois da tempestade vem a bonança”, e

chegou o dia de João do Ó. Em 1930, a Revolução abalou o Brasil. Em 1939, os chefes e os bandidos foram caçados. Entre esses, aqui na região, falou-se que Tranquilizo, Marcionílio, Manoel Leôncio e João do Ó. Em 1931 Alfredo Ferreira, vindo da Gruta Baiana resolveu morar no povoado, onde mais tarde

tornou-se um forte comerciante. Uniu-se a Benedito Cardoso para lutar em benefício do arraial. Em 17 de setembro do mesmo ano houve a primeira feira livre e foi abatida apenas uma rês. Ainda em 1931 inúmeros flagelados chegaram ao povoado e com ajuda do Major Serafim, construíram alguns

casebres e adquiriram áreas de terra para fazerem roças. Ainda no mesmo ano Cesário Falcão incentiva a Benedito Cardoso a mudar o nome do arraial. Como havia muitas pedras e muitas pitangueiras, Benedito Cardoso achou um nome: Itapitanga. Ita(Pedra); Pitanga (Vermelha). Motivado pela

alegria daquele acontecimento, tirou o chapéu de palha da cabeça, jogou-o ao chão, abriu os braços, e em voz alta gritou:

 

IT A P I T A N G A!!!! Fonte NET.

PauloSNSantana

 

 

CAFUNDÓ DE ITAPITANGA

LUGAR PACATO DE NATUREZA EXUBERANTE.

 

Fonte Noticias Sideral

 

Cafundó é um pequeno povoado, um distrito de Itapitanga no sul da Bahia. Produtor de agropecuária, lindas serras e represas, o local é procurado por muitos visitantes pela sua tranquilidade e  natureza exuberante.

O povoado também é famoso por promover uma das melhores festas de São Pedro da região. No mês de janeiro, o evento que movimenta o distrito é o “Encontro dos Barros”, família tradicional que se reuni todos os anos para rever parentes e amigos próximos.

 

O POVOADO DO SÃO ROQUE

 

Texto de PauloSNSantana

 

Fonte Solon Planeta

 

O Distrito do São Roque é mais velho que Coaraci, vez que o povoado surgiu através de alguém que aproveitou a chegada do Coronel Basílio de Oliveira para desbravar as terras da Serra do Corcovado. O Distrito de São Roque surgiu nos anos 1940. Naquela época era uma única rua, quase que todas as casas eram cobertas de palhas, a rua iniciava-se da cerca da propriedade de Benedito Santiago Santos, hoje dos herdeiros de Jairo Góes e findava na bifurcação das estradas com destino à Pedra Lascada e a outra no sentido do Brejo do Almada e era conhecida como Ruinha do Garganta. A estrada da Pedra Lascada ficou por muitos anos comentada pelo fato de ter sido naquelas paragens que mataram o bandoleiro mais respeitado da época, conhecido como Zé Nique, membro de uma família tradicional de Itabuna. Tentaram matar Zé Nique com o olho do machado, lado oposto ao da lâmina de corte da ferramenta, pois se acreditava que ele tivesse o corpo fechado, fetiche que impedia o bandido de morrer por armas, e só uma poderia matá-lo, a próprio arma. Segundo a lenda, Zé Nique pediu a seus executores que lhe golpeasse com o seu próprio punhal, pois era o único ferro que  poderia matá-lo.

A outra estrada que rumava pela direita, começava na propriedade dos irmãos Dórea, passando pela fazenda de Ramiro Viana, depois pela de José Paulino, hoje Nilton Araújo, Raimundo Ribeiro Brandão, onde foi enterrado Zé Nique, dando acesso ao Ribeirão do Luxo e Vila de Palestina, hoje Ibicaraí.

Segundo os mais velhos moradores, naquela época, pequenos produtores como senhor Tiano, Joaquim Eurico, José Bonina e outros, viajavam juntos, com seus dois ou três burros carregados com cacau, para vender em Itabuna, passavam por Barro Preto, pelo entroncamento de Itapé, na época Estreito D'Água, depois Itaúna, e finalmente Itacaré, numa jornada de oito a dez dias.

Os primeiros comerciantes do povoado foram, Oscar Romualdo, Antônio Borba, Manoel Dórea, e mais recente Vitalino José dos Santos, Francolino José da Silva, Etelvino Souza de Andrade e atualmente os mais destacados são, Gildásio na rua Ananias Dórea (que juntamente com Etelvino foram vereadores) e Saturnino na rua do Asfalto e Jorge Luís de França do Bar São Jorge.

Em 1966, o então prefeito eleito exonerou a professora Alaíde do Distrito de São Roque, porque era eleitora de Joaquim Torquato. O próprio Torquato, junto a Waldo Matos, Solon Planeta, Demostinho, Levino Nassif entre outros pagaram um salário à professora e a mantiveram ensinando até 1971, quando Joaquim retornou à prefeitura, a professora foi recontratada e inserida no quadro de professores municipais.

São Roque é uma pequena cidade onde se encontra de tudo que uma pequena cidade tem. Tem uma igreja, cuja imagem de São Roque foi doada pela abnegada senhora Dona Antonieta Araújo. Tem uma pracinha muito aprazível, um colégio de primeira linha, é bem abastecida de água e energia, tem telefone fixo e celular e transporte a toda hora e todas as ruas são calçadas. Para ir ao Garganta um povoado da região, a estrada começa na Praça Elias Leal, passando pelas fazendas de Sr. João Dias, de Josafá Lopes, pela fazenda Taboleiro, de Mariano Atanásio e herdeiros de Batistinha, pela fazenda de Anísio Evaristo, de Antônio Gomes e finalmente São Roque.  Em 1950, Solon Planeta comprou na mão de um caçador de capivara, conhecido como Otávio, que era morador do Garganta, uma espingarda muito cobiçada, de fabricação alemã (Laport Troxados), cujo valor era importante. Durante a construção da estrada Coaraci-Almadina, o intrépido João Peruna querendo inaugurá-la antes da hora, pegou seu caminhão velho e enveredou pelo rasgão de terra batida, onde só havia lama e buracos. Com espírito aventureiro, partiu para realizar a proeza que segundo o noticiário levou vinte dias de sofrimento. Na passagem por São Roque, deu uma parada para descansar alguns dias, mandou lavar o caminhão, pela lama colada na chaparia não se sabia se era de ferro ou de barro. A criançada  fez uma festa,  elas nunca tinham visto um carro naquele estado, o movimento trouxe dificuldades para João Peruna que queria mexer no motor e revisar a suspensão do caminhão mas tudo foi resolvido, e o aventureiro prosseguiu viagem para realizar o seu intento, o que foi difícil, mais alcançado.

 

 

 

 

histórias de Coaraci

População estimada 2014 (1)20.183

População 201020.964

Área da unidade territorial (km²)274,500

Densidade demográfica (hab/km²)74,17

Código do Município2908002

Gentílicocoaraciense

Prefeito

JOSEFINA MARIA CASTRO DOS SANTOS

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