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MANOEL CAFUNDÓ JOSÉ TEIXEIRA

 

Transformou-se num grande Coaraciense, chegou a Terra do Sol por volta de 1915. Cafundó nasceu na cidade de Itabaiana, no vizinho estado de Sergipe e era casado com a Sra. Cecilia Santos, nascida em Aracajú, com quem teve dez filhos: José, Jandira, João, Vanda, Hugo, Efigênia, Jaci, Eugênia, Maria e Hermenegilda.

Ele possuiu uma fazenda de cacau, conhecida como “Fazenda Segurança”, e outra de pecuária, a “Fazenda Encruzilhada”.

Sua casa, foi adquirida nas mãos de Elias leal, situa-se até hoje ao lado da Prefeitura Municipal de Coaraci, num local privilegiado e histórico. Como em Coaraci residiam outras pessoas com o nome de Manoel, a população logo lhe acrescentou um apelido, Cafundó, que serviu para distingui-lo dos demais.

Cafundó faleceu no dia 25 de Julho de 1959.

                                                 Enock Dias Cerqueira

 

DR. JOÃO BATISTA HOMEM DEL REI

(hoje nome de rua)

 

Era um homem muito bonito. Vermelhão, rosto ovalado, feições esculpidas, cabelos loiros “de capucho de milho”, olhos azuis deslumbrantes. Parecia um artista de cinema da época. Batista era um excelente pediatra. Em Coaraci, porém fazia de tudo. Todos faziam. Torcedor apaixonado do Fluminense comprou um paletó tricolor, em plena moda. Traje vistoso, berrante. O dentista Silvio Brito, também tricolor, tinha um paletó igual.

Era dia de Domingo. Batista vestiu o paletó e saiu lá pros lados do Arraial do Garganta, hoje São Roque. Passo manso, distraído, olhando a selva do cacau. Montado apareceu um trabalhador rural: - Dr. Batista, o senhor vai para onde? – Eu vou para o lado do Garganta, até a fazenda de Elias Leal, mais ou menos. – Olha doutor, é melhor o senhor voltar daqui mesmo! – Por quê? – Por nada. Mas volte doutor. Batista insistiu. O Doutor só queria espairecer. – Doutor, volte pelo amor de Deus. Intrigado, Batista resolveu voltar. Já em casa, folheando um livro, foi chamado para ver um doente no consultório, passando mal, talvez até já morto. Batista chegou, e, como médico, confirmou sereno a morte do paciente, com um balaço no peito, bem no meio do escudo do Fluminense do paletó tricolor que o morto vestia. E aí, de sereno, o médico tremeu, ao concluir: o paletó era o sinal de identificação, vestido na vitima, para alvo dos pistoleiros na espreita! Escapou por pouco. Dr. João continuou torcendo para o Fluminense, mas... sem exageros, “à paisana”.(....)(Dr. Eldebrando Moraes Pires).

 

DONA KACIMIRA

 

Kacimira Pinto Araújo natural de Jacobina tem 106 anos, ela chegou a Coaraci em 1929 quando era um povoado, ainda nem era conhecido como Macacos. O Caderno Cultural foi convidado pra fazer uma visita a Kacimira, e conhecer uma fonte de agua límpida no quintal de sua casa. A casa fica localizada no Bairro da Barragem, um bairro próximo à entrada da cidade. Trabalhou na lavoura. Podou, quebrou e secou cacau. É uma senhora lucida, comunicativa e educada. Kacimira tem quatro filhos, a mais velha é Adelina com 84 anos, as outras filhas são Ana Maria e Maria dos Santos a caçula e um filho falecido. Dona Kacimira lembra com carinho dos tempos antigos especialmente das festas juninas e dos natais, comemorados no terreiro frente a sua casa e na roça depois em frente da Igreja, quando dançava, cantava, divertia-se muito. Mas quando chegou ao povoado não havia muita coisa nem mesmo Igrejas.

Kacimira não se esquece de “sua Jacobina, no sertão arto!”. Acha que os tempos modernos são bons pelas facilidades que tem pra sobreviver, adquirir remédios, alimentar-se, e pelo atendimento médico, pois antigamente doença se curava com remédio caseiro, chás de plantas e paus. Lembra que Macacos, era mata, não tinha nada, só terra e roça, e quando chovia virava rio, a enxurrada levava tudo a sua frente, até casa, chovia muito e era pé d'agua. Lembra-se dos Coronéis, fala bem deles diz que eram homens do poder e bondade.

A casa de Kacimira é simples, mas fica em plena avenida, e no quintal da casinha que foi levantada pela Dona Kacimira a 44 anos atrás, tem um minadouro, um pequeno lago, com água corrente, repleto de peixinhos, mansos, que mostram-se sem medo, quando são atirados farelos de pão na agua, eles vem comer na mão. Incrível! (Foto).

Quando chegamos à casa de Kacimira, fomos recebidos pela filha Adelina, e lá estava visitando Kacimira uma sobrinha que reside em Itabuna. Essa sobrinha quis saber mais sobre o Caderno Cultural, se era da politica, se era bancado pelo município. Disse decepcionada que é uma vergonha ver tantas ruas esburacadas e algumas ao lado da sede da prefeitura municipal. E questionou: - Como é que o povo que governa a cidade deixa chegar a um ponto deste? Quando finalizou, perguntou se nós já havíamos publicado alguma matéria sobre o assunto.  Depois pediu um exemplar do Caderno Cultural para conferir com calma e retirou-se.

Kacimira que a tudo assistia silenciosamente, recomeçou a falar afirmando que foi quem abriu a primeira rua do bairro da Barragem, um trabalho a facão, no local que só havia uma pinguela de pau, onde os animais passavam, que ela abriu tudo a facão, foice e machado. Ela disse que naquele tempo tudo era calmo, não havia essa violência de hoje, e que não conheceu nenhum jagunço. Sua sobrinha ouviu e disse que tinha muitos, ocultos. Dona Kacimira voltou a dizer que a vida que levou era muito boa, tinha fartura, sossego e alegria. Ninguém passava fome. Que era melhor em tudo mesmo. E continuou: “Nós tinha animal, criava galinha, criava porco, criava pato, só não criava “coca” por que avuava muito sumia no mundo. Com muita lucidez lembrou-se de Aristides de Oliveira o primeiro prefeito da terra do sol. Lembrou-se do Doutor Ângelo, de quem falou muito bem, disse que era um medico bom que sabia tratar seus pacientes. Finalmente.

Nos despedimos e Dona Kacimira, exigiu que o Caderno Cultural, enviasse pra ela o exemplar com suas fotos e história, um compromisso aceito no ato pela equipe presente na casa dela.

 

ZÉ MESSIAS

 

Jose Alves de Carvalho

 

Texto de PauloSNSantana

 

Zé Messias nasceu em 18 de fevereiro de 1923. Foi batizado no dia 25 de junho de 1923. O pai de Zé Messias como é conhecido em Coaraci, era um pequeno proprietário rural na região de Pirangi. Ele comprou uma propriedade na região de Cafondó. Com sete anos José Alves de Carvalho já residia na região de Cafondó. Foi criado nesta região até ir morar em Itajuípe depois veio para  Coaraci. Zé Messias casou-se por cinco vezes a primeira esposa foi a senhora Maria José Santos com quem teve filhos, depois se casou com Maria José Silva, casou-se pela terceira vez com a Dona Nalva. Zé casou-se mais duas vezes o quarto matrimonio foi com a senhora Edite e o quinto casamento foi com a senhora Dionélia Souza com quem criou seis filhos (de parentes).

Senhor Zé Messias conta que antigamente, havia um mangueiro onde hoje esta situada a Igreja Católica Nossa Senhora de Lourdes, onde os animais descansavam e se alimentavam. Eles vinham de Pirangi para Cafondó, uma viagem de dois dias, pernoitavam em Macacos, na casa de Manoel Dunda e Guiomar a sua mulher. No outro dia cedinho seguiam para Cafondo. Os primeiros habitantes de Macacos que o Senhor Messias conheceu foram os senhores Manuel Dunda, Manuel Paulino, João de Amorim, que residia onde mais tarde estabeleceu-se Joaquim Moreira.

Para Zé Messias Macacos era um lugar perigoso, ou o sujeito era homem ou perdia a mulher. Os jagunços do Coronel Basílio, de Dandão Leal, de Braz de Damásio, se gostassem de uma mulher, que fosse casada ou vivesse com outro homem, costumavam toma-la a força. Damásio era dono da fazendo do Acampamento. Nesta fazenda se passasse um homem com uma mulher bonita eles tomavam a mulher, surravam o homem, quando não o matavam. Mas com tudo isso Macacos era um lugar calmo, aqui não tinha jagunços, havia comerciantes, pessoas ordeiras. Jagunços eram vistos nas fazendas dos Coronéis.

A politica naquela época era mais normal, os homens tinham palavra, e não havia esses desmandos dos dias atuais. Se o politico prometesse algo, se dissesse é isso se mandasse chover, chovia mesmo. Chovia muito, o rio era caudaloso, com muitos peixes, e o povo costumava se banhar em suas aguas. As viagens de Pirangi para Cafondo, quando estava chovendo era difícil, penosa e lenta, gastava-se dois a três dias percorrendo estradas enlameadas e intransitáveis e perigosas, atravessava-se o rio, era um sofrimento. A época do ano que se ganhava mais dinheiro com o cacau começava a partir do mês de junho ia até dezembro, nessa época começavam as viagens penosas. A região desenvolveu-se muito quando passou de Macacos a Itacaré do Almada. E como Coaraci, transformou-se no que é hoje, uma beleza de cidade.

Zé Messias deixa um conselho para os novos coaracienses: - Procurar se corrigir, se conservar, porque a maioria dos jovens de hoje vive drogado e isso é muito triste. Destruindo-se por si próprio. Zé Messias tem 92 anos com muita saúde, um  coração forte, não faz dieta, leva uma vida de qualidade. Para passar o tempo, Zé tem uma boa prosa com os amigos, viaja muito, sempre esta conferindo as novidades no comercio local. E acima de tudo procura amar o próximo como Deus ama a todos. Ele contou que no inicio de Outubro fez um passeio a Eunápolis, para visitar parentes. Tem parentes em Porto Seguro, da família Agustine da Platina, são parentes por parte da sua Mãe. Zé Messias tem uma saúde de ferro. Ele conta que bebia e fumava até os seus vinte anos. De lá pra cá, leva uma vida saudável sem vicio nenhum. Ele conta que os Médicos disseram a ele que a sua saúde é tão solida que provavelmente vai viver pra mais de trezentos anos. Ele terminou a entrevista dando aquela gargalhada, características das pessoas de bem com a vida.

 

PATO

 

Moacir Cardoso Santos mais conhecido como “Pato”, filho de José Cardoso Santos e de Dona Joaninha Cardoso Santos irmão de Juraci, Wildes, Janeci, Iracema, Iraci, Jocelma, Joelma, Jean, começou a jogar futebol desde menino no CSU, na “Escolinha do Professor Cuca”, depois passou a jogar no “Grêmio de José Leonel”. Mais tarde foi selecionado para jogar na Seleção de Futebol Amador de Coaraci onde permaneceu por onze anos. Destacou-se no Intermunicipal como excelente meio campista, titular absoluto da seleção. Pato no início da sua carreira recebeu um convite do Botafogo do Rio de Janeiro, para jogar na equipe profissional, ele atendeu ao convite, mas só permaneceu treinando por uns quinze dias, depois decidiu retornar a sua cidade natal, por motivos pessoais.

Moacir Cardoso sempre foi uma pessoa calma, educada e sem vícios. O único vicio que tem conforme ele mesmo afirma é jogar bola e esporadicamente beber um copinho de cerveja. O “Futebol” lhe proporcionou excelentes amizades, todos os companheiros de equipe tornaram-se seus amigos.  Mas os seus melhores amigos são pessoas que nunca jogaram futebol, entre eles, Cesar, Ito e Carlão.

Ele disse que nunca foi muito de fazer amizades. Relembra com satisfação dos tempos bons do CSU, quando jogava os babas nas tardes de terças e quintas feiras, sábados à tarde e domingos pela manhã, quando as arquibancadas ficavam cheias de torcedores e amigos. Ele lembra que no CSU também havia muitas pessoas violentas que agrediam com palavras e até fisicamente os mais fracos, tudo porque queriam ganhar de qualquer maneira, que ele se afastava deste tipo de pessoas.

Atualmente Pato esta jogando futebol no Clube dos Quarenta em Ibicaraí, faz parte do “Campeonato dos Quarenta”, e sua equipe manda buscá-lo quando algum jogo vai ser realizado.

. Aqui em Coaraci ele joga no campo de Tel.

Pato é um comerciante informal, possui uma barraca no calçadão da Rua Ruy Barbosa, onde vende produtos importados.

 

ITABUNA

 

Quem não se lembra de Itabuna, “o ponta direita driblador”, aquele que jogou pelos melhores times da cidade. Ele era meio surdo, mais muito criativo e comunicativo. Brincalhão tinha um sorriso aberto, era bem conceituado no meio esportivo, e uma pessoa do bem, que deixou muitas saudades. Mudou-se para Porto Seguro, na Bahia e lá permaneceu. Lembro que o inscrevi na Seleção do CSU para participar do primeiro Caxeiral no Estádio Barbosão, quando nos sagramos campeões. Nosso querido amigo, inesquecível figura, deixou muitas saudades quando partiu definitivamente deste mundo. Mas ficaram as lembranças.

 

 

DEMOSTINHO

 

Entrevista dia 24.11.2014

 

Texto de PauloSNSantana

 

Sr. Demostinho como é conhecido, chegou a Coaraci 1955, começou a trabalhar no ramo de compra e venda de cacau. Começou como simples vendedor e comprador depois passou a ser Gerente, quinze anos mais tarde, passou a comprar cacau na empresa do Dr. Abelardo, conhecida como ''Bercau'', nesta empresa foi agente comprador. Ele comprava muito cacau, porque a produção naquela época era muito alta. Demostinho constituiu família em 1959,casou-se com a Senhora Laurinda Gonzaga de Matos e tiveram cinco filhos, Diógenes, Wellington e Demostenes Pinheiro de Matos, Lindóia Gonzaga de Matos e Tereza Cristina  de Matos. Demostenes nasceu no dia 02 de Outubro de 1928, filho do Senhor Florêncio Pinheiro de Matos e de Eufrosina Almeida de Matos. Uma família antiga de Itabuna, procedentes de São Miguel e de Santo Antônio de Jesus.

Demostinho nasceu em Itabuna é avô e bisavô de quinze netos e oito bisnetos

Na sua opinião:

 

GOVERNADOR REGIS PACHECO

 

O Governador Régis Pacheco fora o nome de consenso para substituir Lauro Farani de Freitas, falecido durante a campanha em acidente aéreo no dia 11 de setembro de 1950, 23 dias antes das eleições, na região de Bom Jesus da Lapa, e cuja eleição realizar-se-ia no dia 03 de outubro. Régis Pacheco era médico e político em Vitória da Conquista, e havia sido indicado pela coligação PSD/PTB, o que já significava apoio total e irrestrito do candidato a presidente, Getúlio Dorneles Vargas. Depois de uma campanha de alto nível, elegeu-se Régis Pacheco com 290.853 votos, contra 235,719 de Juracy Magalhães. Getúlio fora eleito presidente com uma quantidade de votos igual aos outros dois concorrentes.

 

 

 

 

 

BIOGRAFIA DE AUGUSTO OLIVEIRA CHALUP

De Augusto A. O. Chalup.

 

Augusto César Oliveira Chalup, popular (Guto) nasceu no dia 03 de novembro de 1975 na cidade de Coaraci-Bahia. Filho de Glenildo Moreno Chalup e Marilene de Oliveira Chalup.

 Sempre sonhou em ser um jogador de futebol, quando iniciou tinha apenas 08 anos de idade e não era aceito nas escolinhas de futebol de Coaraci por causa de sua deficiência técnica, foi o que prejudicou muito no início de carreira, porém sempre teve uma força de vontade imensa e uma persistência fora do comum, conquistando assim diversos títulos mundo a fora. Aloiso Nunes foi o responsável direto pelo seu sucesso como jogador. Pois não tinha vaga na Escolinha Nova Geração de Coaraci, em 1989 fez um teste e não passou, mesmo assim Aloísio Nunes insistia com o mesmo em várias posições, onde começou como goleiro e terminou como cabeça de área. Depois que saiu da Escolinha Nova Geração foi para São Paulo onde chegando lá atuou pelo Santa Marina Esporte Clube e depois Nacional da Barra Funda, depois foi direto para o Corinthians um dos times mais populares do Brasil, lá atuou por três anos 1.991, 1.992 e 1.993 onde foi emprestado para o São Bento de Sorocaba em 1.994. Em 1996 veio embora para sua cidade natal Coaraci-Bahia e ai passou a jogar o campeonato intermunicipal atuando de 1.996 até 2013 como jogador e em 2014 passou a treinador do município de Santo Antônio de Jesus, como jogador atuou 11 anos seguidos pela seleção de Coaraci, aqui conquistou o único título que Coaraci tem no intermunicipal que foi no ano de 2001...

Em toda sua trajetória como atleta conquistou 49 municipais em várias cidades da Bahia, 3 Copas Bahia de futebol, 1 Copa dos Campeões, 1 rede Bahia de futsal, 2 finais de intermunicipais e vários títulos na sua cidade como 3 finais de  interbairros e  5 títulos de campeão do campeonato de futsal local.

Depois graduou-se em Educação Física na UNIME e hoje é Técnico de Futebol.

Guto sugere que sejam abertas novas escolinhas de futebol para atletas de 17 e 23 anos, dando mais uma oportunidade a esses jovens, pois quando chegam aos 17 anos já não podem mais participar da escolinha na qual faziam parte. Por isso, se faz necessário a criação da categoria de juniores, para que esses jovens não fiquem com o tempo ocioso, e procurem o mundo das drogas e que possam ser novos cidadãos de bem.

Valdir J. Barbanti (2001) salienta: “Os técnicos, treinadores, preparadores físicos, instrutores, monitores têm grande influência sobre as pessoas com quem trabalham através daquilo que dizem e fazem. Por isso eles são modelos. Devem ter valores a defender, entusiasmar os outros, ser otimistas e motivar as pessoas, sem esquecer que cada uma delas deve ser respeitada na sua individualidade, contribuindo sempre para elas alcançarem o que desejam, tanto no esporte como na própria vida”.

 

O Coronel a quem vamos chamar de “Dente de Ouro”, imediatamente enviou um mensageiro ao povoado para convocar seus jagunços, com urgência. Cinco homens violentos e traiçoeiros foram contratados por dois mil reis para matar “Olho de Serpente”.

A missão deveria ser executada com urgência, pois o coronel “Dente de Ouro” era um viajante que não poderia viver na insegurança de ser assassinado em uma tocaia. Enquanto isso, “Olho de Serpente”  arrastava-se bêbado despreocupadamente pelo povoado, arquitetando seu plano de vingança. Tornou-se descuidado, e era facilmente encontrado zanzando em vários lugares do povoado, expondo-se, sem saber o que lhe esperava. Frequentava diariamente um armazém, no limite do povoado, ao qual vamos dar o nome de “Mercadinho de Deusdeth”, onde se vendia de tudo, desde balas calibre 32, 38, 45, a cartuchos, chumbos, armas de fogo, facão, fumo, cachaça, açúcar, farinha, charque, feijão, café. No local espaçoso havia três mesas e banquinhos de madeira, duas nos cantos encostadas na parede e uma no meio da sala de frente pra rua, era nessa mesa que “Olho de Serpente” gostava de ficar por horas, de onde era possível admirar uma roça de cacau e ao mesmo tempo vigiar quem chegava e saia.

Quando ele já estava na terceira dose de cachaça destilada, chegaram cinco desconhecidos montados a cavalo, vestidos como vaqueiros, apearam, amarraram os animais e entraram no armazém, cumprimentando com a aba do chapéu o freguês e o balconista. O grupo se dividiu, três sentaram-se em um canto e outros dois no outro canto do salão, “Olho de Serpente” ficou entre os dois grupos, conferiu sua arma, seu facão, seu punhal e permaneceu em alerta ali mesmo, atento a todos os movimentos dos estranhos. Os cabras que chegaram eram os jagunços do “Coronel Dente de Ouro”, e estavam armados até os dentes.

Pediram doses de cachaça, beberam e após algumas doses, um deles,  dirigiu-se a “Olho de Serpente”, para distraí-lo, e logo em seguida os outros passaram a atirar pelas costas, a vitima mesmo baleada conseguiu levantar-se, cambaleou, tentou sacar sua arma, mas não houve tempo, não conseguiu, recebeu tiros frontais, dos três capangas da outra mesa, que atingiram em seu tórax, na sua virilha e na perna direita, no joelho, mas a bala resvalou sem quebrar o osso da rótula, atingindo uma das prateleiras do mercado. Mesmo baleado o homem ainda cambaleava tentando pegar o seu facão que estava colado na bainha pelo sangue que escorria do abdômen. Alguém gritou: - “Deixa o homem que ele já esta morto!”. Os tiros cessaram e os jagunços saíram deixando a vitima ainda cambaleante cair na porta do mercado esvaindo-se em sangue. Começaram os gritos de socorro e  apareceu um vizinho, condoído com a situação, colocou o corpo em uma velha picape e conduziu a vitima para o único hospital da região, onde acredite se quiser, “Olho de Serpente” ainda chegou vivo. Meses se passaram até que ’’Olho de Serpente’’ recebeu alta. Um Coronel que vamos chamar de Rodrigues, homem da lei, justo e poderoso, e que conhecia os familiares de “Olho de Serpente”, plantou cinco jagunços perto do hospital, para protegê-lo durante seu internamento. “Olho de Serpente” tinha o corpo fechado! Tentaram matá-lo mais de uma vez e não conseguiram. 

O tempo passou e ele continuou com seu plano de vingança, agora com o apoio do Coronel Rodrigues e seus jagunços. A execução do plano foi perfeita, e em uma fria e escura madrugada de um dia qualquer, quando os cabras do Coronel Rodrigues estavam desprevenidos, foram assassinados e ’’Olho de Serpente’’ ficou encarregado do “Coronel Dente de Ouro”, de quem antes de matar arrancou dentes de ouro, cortou a genitália e deu aos cachorros, arrancou o fígado, assou e comeu, depois de beber aguardente e fumar cigarros de palha. Você acredita nessa história? Será que aconteceu desta forma?

 

Acredite se quiser!

 

EUFLAVIO GÓIS LIMA

 

É soldador elétrico aposenta -do, em São Paulo, desde 1961. Natural de Estancia SE. viveu sua infância em Coaraci. Formado em Administração tração também é  Escultor, Entalhador, Luther e Poeta. Tem um trabalho exposto na Igreja de São Francisco de Assis em São Paulo, é “Autodidata.” Em Coaraci foi um menino ativo, nadou, montou, caçou passarinho e outros bichos. Expôs suas obras na USP-Leste, e em outros Centros Educacionais e Culturais. Em Coaraci foi aluno das professoras Carmem Dias, Ilda Rocha, Irene Fita, Djanira e Liana Rocha. Tem 30 anos de metalúrgico e 10 anos como funcionário público estadual em São Paulo.

 

 

ALOÍSIO NUNES S. SILVA FILHO

 

Alísio é um Professor Autodidata da Escolinha de Futebol Nova Geração, que já existe ha muitos anos em Coaraci. Aloísio já descobriu muitos valores, que se tornaram jogadores profissionais e foram contratados por grandes equipes do país. Por outro lado àqueles que não tiveram a sorte de ser contratados por grandes equipes tornaram-se grandes homens. A Escolinha Nova Geração exige de seus alunos, assiduidade nas aulas e boas notas durante o ano letivo e que sejam aprovados nas provas finais. Acho que o Projeto de Aloisio tem algum apoio do Município, mas ainda é preciso criar-se uma estrutura melhor para atender a demanda de jovens e crianças interessados na prática do esporte em Coaraci.

 

TONHO DOS PÔNEIS

 

Esse jovem coaraciense oferece excelente opção de lazer à comunidade. Ele aluga seus animais para crianças e adultos passearem pela cidade nos dias ensolarados de verão. É um Projeto Cultural que deu certo. Já faz tempo que Tonho percorre as ruas da cidade acompanhando crianças e adultos montados em seus belos animais. Aluga os animais por um hora a preços acessíveis possibilitando que os pais tenham a oportunidade de oferecer aos seus filhos momentos de prazer nos finais de semana.

 

JUDITH BATISTA DE MENEZES

 

Novenário N.S.de Lourdes 2014

 

Falar de uma pessoa que se foi pode-se guardar uma leve tristeza, uma lembrança boa, uma saudade, às vezes um inexplicável sossego, sentimento de alivio, um indefinível remorso. Sentimentos diversos, mas que no fundo  nos coloca no mistério da vida. Aceitamos a perda por que crescemos vivenciando a dor da perda seja ela definitiva ou não, nos questionamos. As perdas ao longo da minha caminhada me fizeram muito bem. Aprendi a respeitar a dor dos outros e me fez crescer espiritualmente, aceitando certos fatos que no decorrer das nossas etapas de crescimento nos faz vivenciar e refletir como conduzir nossa vida, nossos relacionamentos. Sei que muito aprendi com minha mãe Judith Batista de Menezes. Mulher guerreira que teve seus momentos de crise emocional muito forte, mas que não sucumbiu as decepções, as crises no casamento, a criação dos filhos e dificuldades financeiras que a maioria das pessoas passam. Minha mãe nasceu no pedaço de terra que Antonio João Batista, seu pai se apoderou, desbravando matas, comprando alimentos em Itajuípe no lombo de uma mula com toda dificuldade, mas sobreviveu criando seus filhos com D. Maria Soares mulher dedicada, mãe excelente e fiel à religião. Judith nascida em 18 de março de 1930, com 7 anos foi entregue a Professora Nair pelas mãos de seu pai para aprender a ler e escrever. Aos nove anos já fazia a 1ª Eucaristia. Cresceu cantando no coral da Igreja Nossa Senhora de Lourdes, igreja esta que nunca abandonou mesmo nas tempestades. Foi Presidente do Apostolo da Oração, Ministra da Eucaristia, e sempre esteve a serviço da sua fé em Deus e em Nosso Senhor Jesus Cristo. Os

Últimos dias dela foram de silencio, meditações, costuras (rsrsrs estava tendo um prazer enorme em confeccionar colchas de retalhos). Um dia após o almoço eu descansando no sofá e ela me disse: Bete, Olindino não me deixou dormir essa noite, puxando minha coberta, olhei para ela e disse Ju será se tu já não estás perto de partir? Ela sorriu e disse movimentando os ombros: será? E não disse mais nada. Ju era mulher culta. Não concluiu o ensino primário, mas seus conhecimentos a levaram a fazer muitas leituras, lendo inclusive Confissões de Santo Agostinho e tantos outros autores. Suas celebrações levaram muitos a refletir a Palavra de Deus e aplica-las a própria vida.

Às vezes suas atitudes nos surpreendiam: trazia pessoas que chegavam à porta pedindo comida para sentar à mesa e fazer as refeições junto conosco; pessoas que ela dava abrigo e que passavam um longo tempo habitando a nossa casa, ela dizia que eram os filhos de Deus e que nunca deixariam passar fome nem sede.

O prazer dela era servir sem olhar a quem. Uma das ultimas ações dela foi comparecer a Escola João Apóstolo e ser entrevistada pelas crianças.

Nos seus 84 anos, contou histórias, cantou e dançou fez a festa. Três meses já se passaram e ficou a boa lembrança de uma pessoa que fez a vontade do Pai, onde se colocou à sua disposição lendo sua palavra e colocando-a em prática. Novenário de Nossa Senhora de Lourdes não vai ser o mesmo, mas temos a certeza que ela está junto ao Pai intercedendo por todos aqueles que a conheciam e a tinham como mãe.

Ft. Filha Beth Sete.

 

histórias de Coaraci

População estimada 2014 (1)20.183

População 201020.964

Área da unidade territorial (km²)274,500

Densidade demográfica (hab/km²)74,17

Código do Município2908002

Gentílicocoaraciense

Prefeito

JOSEFINA MARIA CASTRO DOS SANTOS

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