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OLHO DE SERPENTE, O HOMEM DO CORPO FECHADO!

 

De PauloSNSantana

 

Baseado em fatos reais.

 

Essa história aconteceu quando a região do cacau era muito rica e havia muito dinheiro nas mãos de fazendeiros, cada vez mais ricos e poderosos. O bandido de aluguel era comum naquela época, e em todos os lugares podia-se encontrá-los, principalmente em prostíbulos, bares ou escondidos em grandes propriedades. Foram tempos difíceis aqueles, onde a lei do mais forte, poderoso e temido prevalecia.

Poucos bandidos permaneciam muito tempo nas cadeias sujas da época. Os bandidos, jagunços e cangaceiros, eram homens bem tratados pelos coronéis, seja para protegê-los, ou para executar planos maquiavélicos de posses de terras, queima de arquivos, crimes passionais, ou para resolver desavenças econômicas. A lei se fazia na base do gatilho. Havia preconceito contra o preto e pobre, por isso muitos deles passaram a ser respeitados pela violência que aplicavam aos seus desafetos, e pelas balas quarenta e cinco certeiras. 

No mundo do crime não havia lugar para preconceitos de cor ou de raça,  o “cabra” tinha que ser homem! Brancos, Pretos, Sararás, Amarelos, Caboclos, se fossem machos e bons no gatilho eram contratados e nos seus bolsos jamais faltaria dinheiro.

...Havia um cabra da molesta muito valente e temido na região, que por desventura, foi preso e recambiado para uma penitenciaria na capital, onde cumpriu pena, mas depois de alguns anos por bom comportamento, ganhou o direito de passar o natal com sua família no interior, na região do cacau.

Naquele tempo as estradas eram péssimas, e a viagem era longa, demorada e cansativa, viajava-se por horas e mais horas.

Quando o condenado já estava perto de casa, aconteceu um acidente entre dois carros, e uma das vitimas era uma senhora, que havia quebrado o pescoço. Um jipe se chocou no fundo de um velho caminhão.

O ônibus foi forçado a parar, e o detento que vamos chamar de ’’Olho de Serpente’’, desceu junto com outros passageiros, para ver de perto o acontecido. A estrada estava obstruída, e para sua decepção, a vitima fatal era a sua mãe. Que azar! Mas o homem duro que nem uma rocha, não verteu uma lágrima, nem esbouçou desespero, apenas identificou-se e ajudou a retirar o corpo sem vida das ferragens. Carregou o corpo banhado em sangue, era uma idosa, desgastada pelo tempo, mãos calejadas, cabelos brancos tingidos de sangue, colocou o corpo delicadamente no chão que estava muito quente, não havia arvores no local, e procurou seus pertences, encontrando uma certidão de nascimento, papeis pra cigarro, fumo em um saquinho e algum dinheiro. Os acidentados estavam voltando de alguma roça da região. O enterro aconteceu no mesmo dia, eles estavam bem perto da cidade que vamos chamar de Esperança, quando aconteceu o acidente fatal.

’’Olho de Serpente’’ passou o final de ano na casa de uma antiga companheira, que havia se prostituindo depois da sua prisão e condenação. Foram semanas terríveis, ele sempre bêbado e violento batia na mulher, que já estava bastante machucada pelas bordoadas que recebia.

Antes do retorno do condenado, sua companheira mantinha um caso com um fazendeiro da região, poderoso e perverso, e que a obrigava a praticar todo tipo de promiscuidade, a pobre coitada não tinha sossego. ’’Olho de Serpente’’ havia bebido muito no dia anterior e com ressaca voltava pra casa da companheira que vamos chamar de Deusinha, pra descansar, quando entrou pelos fundos da pequena choupana, deparou-se com a sua concubina embaixo do fazendeiro, naquela posição desconcertante, e assim como havia entrado, retirou-se. Angustiado, irritado e raivoso por ter assistido aquela cena, pensou logo em vingança e tratou de preparar-se comprando uma parabélum, e munição. Quando bebia, resmungava ou conversava mais que a conta, ameaçando a tudo e a todos de morte inclusive o coronel. Um dos ouvintes, empregado do fazendeiro, correu e contou ao seu patrão o que havia escutado.

 

AS SAUDOSAS LAVADEIRAS E ENGOMADEIRAS

 

Quantas engomadeiras utilizaram o ’’Ferro de Engomar’’ para  ganhar o pão de cada dia! Quantas engomadeiras promoveram condições à educação de seus rebentos. O ferro de engomar, representa uma época na qual se podia sustentar uma família lavando e passando roupas. Bons tempos que se foram....Tenho saudades das lavadeiras da beira dos rios e das engomadeiras que utilizavam goma para manter os frisos das roupas de linho.

 

 

O HOMEM DE CASCAVEL

 

Texto adaptado por PauloSNSantana

 

Havia uma cidade conhecida pelo machismo, diziam que lá só existiam garanhões, homens de verdade, era um lugar muito respeitado e reverenciado pelas mulheres. No município vizinho, conhecido por Tocaia, havia fórum, Juiz de Direito, Promotores, Defensores Públicos, a população ao contrário dos dez mil de Cascavel, possuía quarenta mil habitantes. O Juiz da comarca era um homem respeitado que fazia cumprir a lei e a justiça, naquela região marcada pela violência. Nos finais de semana ele convidava à sua casa, uma bela casa, os amigos e juntos saborearem uma boa destilada, acompanhada de cervejas e churrasco, ao som de um violão. O Juiz destacava-se pela afinação. Naquele domingo os convidados chegaram às dez horas, e tudo corria como esperado. A esposa do Juiz e as outras esposas conversavam alegremente entre a copa e a cozinha, gerenciando as cozinheiras e os tira-gostos. Lá pelas tantas, aproximadamente às quinze horas, alguém tocou a campainha, e a esposa do Juiz, foi atender a porta. Havia um rapaz muito nervoso, um jovem de aproximadamente vinte e cinco anos, pedindo para falar com o Dr. Juiz. Minutos depois o Juiz atendeu o cidadão que queria prestar uma queixa. O Juiz pediu que ele entrasse no seu gabinete, e perguntou o que tinha se passado? O rapaz, então respondeu:

-Vim aqui dar uma queixa de um estrupo! O Juiz, disse que não era estrupo e sim estupro! E perguntou o que houvera:

-O rapaz disse ser ele mesmo a vitima, que foi agredido sexualmente, que ele não queria, mas que foi forçado a ter relações sexuais com um homem. O Dr. Juiz fitou o sujeito. Não parecia vitima, e sim um revoltado que partia para queixa. Todo maneiroso, a voz forçadamente feminil e a informação cheia de trejeitos: eu não queria, resisti, fui forçado ele me obrigou. Eu não sou dessas coisas, doutor. Estou desmoralizado, quero processar ele pelo crime de “estupro”. Esta bem. O senhor vai ao Fórum, procura o escrivão, em meu nome, registra a queixa e nós vamos tomar as providencias.

-Obrigado Dr. Juiz. Eu moro em Cascavel, lá não tem Juiz. Para qualquer coisa eu venho quando o doutor marcar. Até logo.

Passados alguns dias, o cara apareceu na casa do Juiz. O Juiz ficou na dúvida, pois atendia semanalmente muita gente.

Ele percebeu o titubeio do Juiz, fitou sério e afirmou categoricamente:

-Doutor, não se lembra de mim?

-Eu sou “o homem” de Cascavel!

O Juiz segurou-se como pode e completou:

-Está bem pode ir lá para o Fórum, que eu vou em seguida.

Fechou a porta e desabafou: vem cá, Maria (esposa)! Olha essa.

E o povo de Cascavel? Eles sabem desse representante?

Fonte: Livro Garatujas,  Dr. Hildebrando Morais Pires, PGS. 129,130.

 

 

 

FAROFA DE PIMENTA

 

Fonte Miguel Magalhães

 

Texto adaptado por PauloSNSantana

 

Domingão era um motorista do município de Coaraci, que trabalhava na administração de Gilberto Lírio, e dirigia uma Rural e um Corcel pertencentes à Prefeitura Municipal. Continuou com o Prefeito Joaquim Almeida Torquato, e nesta oportunidade dirigia caminhões e caçambas. Era pai de duas filhas que residiam em Coaraci, conhecidas como Alba Regina de Almeida e Ana Cristina Oliveira Almeida.

Waldetinho (pepino), contou a Miguel que uma ocasião presenciou ele dirigindo uma caçamba com problemas na concha, que destravava e elevava-se perigosamente, para resolver o problema ele colocou uma grande pedra na caçamba para evitar a elevação e o atrito da concha com o chassis do caminhão.

Já a Dona Pequenita, esposa de Sr. Carlos Magalhães, mãe de Miguel Magalhães, conta que uma vez Domingão foi almoçar em sua casa, e vendo pimentas em uma conserva, derramou uma quantidade considerável em um prato de barro, fez uma farofa e comeu às colheradas. Motoristas e barbeiros são duas categorias de profissionais que sabem contar muitas histórias e o motorista Domingão era uma dessas figuras. Dizem as suas filhas que Zé Adolfo, Chico Cigano e Senhor Bruno da Venda sabem muitas histórias interessantes sobre ele.

 

Antônio Sena

 

CRIADO SOBRE AS PILHAS DE CACAU

 

De Guthierry Sousa Nunes

 

Certo dia um moleque estava como de costume perturbando a turma de trapicheiros que trabalhava em Corrêa Ribeiro (empresa de compra e venda de cacau).Era tempo da safra do cacau e naquele dia o armazém fervilhava, muitas sacas de cacau chegando e saindo e aquele menino seco pulando de uma “pilha de cacau” (coluna com mais ou menos 10 sacas de cacau empilhadas) para outra. Então seu Elias que era o responsável pelos trapicheiros e vendo que o pivete estava atrapalhando o serviço, seguiu na direção dele e dando-lhe um puxão de orelha mandou que ele fosse embora, então em tom de promessa o moleque falou “oh seu Elias isso não vai ficar assim não, o senhor me paga”. Passado alguns dias já com a safra encerrada e a calmaria de volta ao armazém, estava seu Elias sentado de cabeça baixa costurando uma saca de cacau, quando o demônio, tendo em mãos um revólver de espoleta comprado na loja de seu Missinho, grande comerciante que tinha a melhor loja de brinquedos de Coaraci, adentrou o recinto. O maldito do filé de grilo sorrateiramente chegara na ponta dos pés e colocando o cano da arma de brinquedo no ouvido do seu Elias efetuou o disparo. De repente o silêncio da tarde foi rompido por um estampido, os outros trapicheiros que estavam do lado de fora correram para dentro do armazém e se depararam com seu Elias caído ao chão e o famigerado do filé dizendo a seguinte frase “não ti disse que tu me pagava”. Logo os gritos começaram: “seu Luiz seu menino matou seu Elias” o corre, corre foi geral e seu Luiz Sena ao chegar no fundo do armazém encontrou seu Elias tonto sem saber onde estava e o maldito do filé de arma em punho se vangloriando de sua façanha, depois de alguns tapas nas orelhas e promessa de castigo, seu Elias que tinha fama de homem valente caiu perante as travessuras de um moleque criado sobre as pilhas de cacau. 

 

Quanto ao Gerente, foi rebaixado de função e teve que viajar a Coaraci, para desculpar-se com Antônio Cantaria.

 Acredite se quiser!

 

 

O CORONEL

 

A desapropriação

 

Fonte: Um contador de estórias

 

De PauloSNSantana

 

Ouvi dizer através de um contador de histórias, que ouviu de outro contador de causos, que viveu nos tempos áureos do Cacau, que alguns, fazendeiros compravam o título de Coronel e muito ricos e poderosos quando  queriam apropriavam-se de áreas já beneficiadas de posseiros, pequenos agricultores, e conseguiam através de ameaças e propostas de venda irrisórias. Dizem que quando eles se encantavam por alguma terra ofereciam bagatelas ou simplesmente expulsavam os proprietários e familiares a força e com violência por seus jagunços.

Vou contar aqui a estória de um destes Coronéis violentos e astutos. 

Existia um fazendeiro na região Sul da Bahia, que era grande produtor de cacau, homem poderoso, astuto e traiçoeiro, rico e proprietário de terras em várias regiões da Bahia e do Brasil.

Este fazendeiro a quem vamos chamar de Coronel Stanislaw, para não haver nenhuma coincidência nominativa, possuía centenas de empregados em suas propriedades. Em uma delas, no coração da região do cacau, havia um vizinho a quem vamos chamar de Sebastião, um desbravador um destemido, religioso e trabalhador, que vivia com a esposa e dois filhos, uma menina e um menino em uma região prospera a qual gerenciava muito bem. Haviam outros vizinhos desbravadores, homens trabalhadores que muito lutaram para desenvolver as suas roças de cacau, esses agricultores causavam inveja principalmente ao Coronel Stanislaw, homem ambicioso.

As noticias sobre as riquezas das roças de Sebastião e de seu vizinho João Firmino, amigo de muitos anos e companheiro na lida diária, a grande produção das roças e o zelo como eram tratadas se espalhou pela região e foi cair nos ouvidos de Stanislaw, que resolveu visitar os vizinhos pra conferir se tudo que diziam era verdade, e ficou maravilhado com o potencial das duas roças. Retornou para sua fazenda cheio de ideias e segundas intenções, muita ambição e usura: Como adquirir aquelas terras? Como expulsar aquela gente? Os dias do Coronel Stanislaw começavam junto com seus pensamentos usurpadores. Enquanto isso as famílias de Sebastião e de Firmino viviam em paz absoluta e eram unidas e amigas, seus filhos eram criados juntos, tal a afinidade entre as duas proles.

O Coronel não tirava os olhos das mulheres dos posseiros e de suas propriedades. Até que numa noite fria e chuvosa de inverno, o vizinho traiçoeiro, ambicioso, e muito perigoso concluiu seu plano maquiavélico, e agendou a forma de execução. Quando tudo estava preparado, foi à fazenda de Sebastião, que era um homem simples, e trabalhador. Lá chegando foi muito bem recebido. Minutos depois passou a elogiar demasiadamente Sebastião:

 -Bastião, você é um homem de bem, você é organizado, trabalhador e possui esposa e filhos de dar inveja a qualquer pai. Eu gostaria de tê-lo na minha propriedade, trabalhando pra mim, um trabalhador que nem você  bota qualquer roça pra frente, estou impressionado, como sua roça progrediu!... Deu uma pausa na conversa, acendeu um charuto, pensou, astuciou e completou:-Bastião esta acontecendo uma coisa muito grave, que você vai ter que resolver, com urgência. Sebastião ficou assustado e ansioso pra saber qual o problema:

-Coronel de que se trata? Então o traiçoeiro disse sem pestanejar:

-Seu vizinho Firmino esta  tendo um caso com a sua mulher e você vai ter que tomar uma atitude. Sebastião ficou pálido e sem palavras. Respirou fundo e perguntou:

-Coronel o senhor tem certeza? O Coronel Stanislaw então completou: - Você vai ter que dar um fim no seu vizinho, e para isso eu vou ajudá-lo, emprestando uma arma, o meu rifle papo amarelo, aí você se esconde em um “pau de vela”, aguarda o homem, e passa fogo nele. Caso contrário aqui você não pode ficar. Você tem que lavar a sua honra. Sebastião baixou a cabeça pensativo, ficou calado envergonhado, mas o Coronel lhe deu um tapinha nas costas e disse:

- É isso mesmo, ou você lava a honra, ou não dá mais ordem em sua propriedade.

O Coronel inventou toda a história, pois na verdade nada havia acontecido nada entre a mulher de Sebastião e o seu amigo Firmino, era tudo uma trama sórdida. A conversa acabou ali. O rifle foi entregue pelo Coronel, pois já estava estrategicamente no seu carro.

Sebastião inseguro, nada comentou com a família e procurou vingança, seguiu a risca o conselho do falso amigo, e escondido atrás de um “pau de vela”, atirou em Firmino; ’’pau de vela’’ era um termo utilizado para  tocaia. A noticia da morte de Firmino espalhou-se, e com medo de ser descoberto, Sebastião procurou o Coronel para devolver a arma e pedir proteção. Quando chegou a fazenda do ambicioso fazendeiro, foi recebido friamente, e o Coronel sentenciou:

-Rapaz porque você fez isso? -Você matou seu vizinho!

-Você esta maluco? Sebastião surpreso com aquelas palavras ficou mais  assustado ainda, e arguiu Stanislaw: -Foi o senhor que me deu a ideia, por causa do senhor eu atirei no homem, e a arma, é sua ou não é?

O Coronel então respondeu:

-Nunca tive uma arma em minha vida, leve isso daqui, pois sou um homem de paz.

-Olha rapaz, vou te dar um conselho, pegue seus trapos e sua família e suma dessa região pra nunca mais voltar, pois se aqui ficar, mando você pra trás das grades e a sua mulher, pras mãos de outro, e seus filhos, como irão ficar? Pense bem! Advertiu.

Sebastião saiu sem dizer uma só palavra, chegou à sua fazenda a noitinha, decidido a  fugir imediatamente, deixando pra trás, toda uma vida e  seu patrimônio, conquistado a duras penas. Quanto ao falecido Firmino, sua família vendeu de mão beijada a propriedade pro Coronel Stanislaw, que de uma tacada só, conseguiu as duas propriedades que queria.

Essa triste história, aconteceu muito longe dos olhares da justiça.

 

Acredite se quiser!

 

FATOS HISTÓRICOS DO LIVRO GARATUJAS DO DR. ELDEBRANDO MORAIS PIRES. LADRÃO ARREPENDIDO

 

Em Coaraci um ladrão perigoso roubou a casa de Dr. Edgar, Medico do SESP e levou joias, dinheiro etc. No dia seguinte o comentário foi geral, roubaram a casa de doutor Edgar! Quando ele (ladrão), soube que havia roubado a casa do doutor encheu-se de remorso juntou o roubo peça por peça, partiu para a delegacia e se entregou arrependido.

 

OS MORTOS VOTARAM CONTRA MIM!

 

Fui candidato a prefeito em 1964 e perdi graças a Deus! Olha o mensalão tentador! Perdi por 61 votos,

tive votos demais, enfrentei cobras criadas do robusto PTB de Getúlio. Ganhei a eleição em Coaraci, isto é, ganhei no centro da cidade, no arraial dos Três Braços, ganhei no Garganta e só perdi em Itamotinga, o reduto do adversário. Anos depois quando da instalação da Comarca, alguém de lá de dentro fazendo a revisão do cartório eleitoral me disse: você foi derrotado pelos mortos de Itamotinga.

 

 

ASSASSINATO DO DELEGADO PRUDÊNCIO

 

Quando mataram Prudêncio tenente delegado de Coaraci, trouxeram um abestalhado confessando ser oassassino. Para que o processo fosse concluído era necessário que se fizesse a reconstituição doassassinato. A polícia civil e militar, o juiz, o promotor entre outras autoridades estavam presentes. E o povão todo atrás. E no meio eu. Era a minha primeira reconstituição. Uma balela. O cara errava tudo, entrou na rua errada e não acertou o lugar de onde teria disparado o único tiro que matou Prudêncio. O crime foi a noite, do outro lado do rio, na saída da casa de Antoninho e o local tinha baixa iluminação! Eu levei Prudêncio para ser operado no Hospital Santa Cruz em Itabuna. No dia seguinte ele morreu.

O réu confesso não se sabe se sob tortura ou não, durante o interrogatório citou o nome de Joaquim Moreira como mandante do crime. Foi um auê geral na região pois Joaquim era muito conhecido. Em Coaraci ninguém acreditou. Joaquim não era flor que se cheirasse, ele era capaz de matar um ou mais de um, mas mandar matar, isso não, não havia sido ele. Se ele tivesse alguma encrenca com Prudêncio e resolvesse matá-lo, seria com certeza na Praça Getúlio Vargas no meio dia, todo mundo vendo a troca de tiros com o delegado. Como no bang bang. Ele era meio assim como John Wayne. Nunca a traição. Joaquim foi intimado e nossa turma seguiu com ele para Ilhéus. Coaraci ainda não tinha comarca. Em Ilhéus se submeteu a uma identificação de primeira. Foi colocado em um grupo de cinco pessoas para o assassino poder identifica-lo. Joaquim era alto, claro, forte, tórax avantajado, um certo abdômen, cabelos lisos e grisalhos, cara grande, simpático, quase bonito. Foi colocado na exposição com Wanderlino, Zequinha e outros lá do fórum de ilhéus. Foram buscar o criminoso. O Delegado de frente ao grupo perguntou:- seu fulano o senhor reconhece junto a esses senhores o senhor Joaquim de Freitas Moreira, dito pelo senhor como mandante do crime do tenente Prudêncio?

-sim senhor, reconheço. (respondeu o criminoso).

-então o senhor se dirija para o senhor Joaquim e ponha a sua mão sobre o ombro dele. O cara partiu direto, firme e resoluto, ficou de frente e colocou a mão no ombro de Zequinha. O físico de Zequinha era totalmente diferente de Joaquim. Para alívio geral. Claro que depois todos foram tomar umas para celebrar. O resto é fácil de prever: abraços, risos, alegria, felicidade. Já em Coaraci, beberam e festejaram até as duas horas da madrugada.

 

histórias de Coaraci

População estimada 2014 (1)20.183

População 201020.964

Área da unidade territorial (km²)274,500

Densidade demográfica (hab/km²)74,17

Código do Município2908002

Gentílicocoaraciense

Prefeito

JOSEFINA MARIA CASTRO DOS SANTOS

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