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OBSESSÃO!

 

Autor PauloSNSantana

 

O mau espirito existe e pode possuir qualquer um, é prudente vigiar e orar. Você pode ser o próximo a ser possuído por ele. Ele pode estar em qualquer lugar, desde que se interesse, por alguém em especial, um corpo adequado à suas pretensões diabólicas. Vamos contar a história de Rafael um bom filho de Deus, o oposto de Anastácio, seu falso amigo, que na verdade era tudo que o maligno admirava em termos de mente insana e perversidade. Anastácio era invejoso, arrogante, vingativo, dissimulado, agressivo, era um algoz, vivia a falar da vida alheia, injuriava, difamava, perseguia, era mau filho, péssimo marido, irmão e pai, e um amigo muito traiçoeiro. Seu corpo era uma porta aberta às maldades dos maus espíritos. E por isso mesmo tornou-se uma presa, que virou ferramenta nesta história.

Tem gente que trás consigo energia negativa muito forte, muitas vezes por conta do seu passado espiritual e essas pessoas tem o poder de destruir tudo o que esta ao seu alcance. Elas trazem consigo o poder negativo. São enganadores, envolventes, bem afeiçoadas, muito sedutoras, e bastante perigosas. Elas carregam o estigma da maldição. Tudo e todos a sua volta sentem o seu poder nefasto e a temem, e tentam em vão, fugir  do seu raio de ação e muitas vezes não conseguem, como no caso de Rafael, um ingênuo bondoso, prestativo, trabalhador bem sucedido, bom filho, amigo, esposo, mas tinha dividas com uma entidade maligna em vidas anteriores e não sabia.

Quando estava acompanhado pelo “amigo”, Rafael sentia que alguma coisa estava acontecendo com a sua vida, causando desordens, fracassos, perdas e danos, só não sabia que estava ao lado de um uma maldição que iria voltar-se contra ele. Quanto mais tentava distanciar-se de Anastácio, mas ele estava ali presente ao seu lado. As coisas foram se complicando, a vida de Rafael foi ficando difícil e ele não tinha a menor ideia do por que. A primeira grande perda de Rafael e vitória para a entidade vingativa foi a possessão da sua esposa, companheira de muitos anos, que foi seduzida e entregue a Anastácio, para ser usada sexualmente e depois abandonada.

A intenção da entidade era destruir Rafael, levá-lo à bancarrota. Para isso usou o seu poder e inseriu Anastácio no mesmo tipo de negócio.

A entidade queria a curto prazo aproximar-se do empresário através de Anastácio, e com pequenos golpes, minar a estrutura e os lucros da sua empresa. Passou a espionar seus negócios, plantou seguidores nos setores mais importantes da empresa de Rafael, e abduziu seus clientes com poder de possessão e persuasão

Os negócios foram sucumbindo, a inadimplência causava sérios danos, financiamentos foram negados, os débitos da empresa tornaram-se uma bola de neve, e o pobre Rafael pediu falência, saindo do mercado de construção, compra e venda de imóveis.

Mas a “Entidade” obscura queria mais, queria o espirito da sua vitima, e para isso teria de matá-lo. Passou a minar os seus melhores relacionamentos, promovendo intrigas, difamações, inverdades, e isso sobrecarregou a mente do desafortunado que passou a beber, a usar tranquilizantes, andar sem rumo pela noite, relacionar-se com pessoas ruins,  sempre seguido e observado de perto pelo invisível e perigoso anticristo.

Rafael estava sendo vencido aos poucos e seu final estava próximo, pelo menos era o que pretendia o espirito. O que ele não sabia é que havia um protetor espiritual por perto, que estava ao lado do espirito sofredor para protegê-lo do proscrito. Uma energia que veio com a missão de afastar o espirito malfazejo, expulsá-lo do  corpo de Anastácio.

Tudo estava preparado para o desfecho final; E neste episódio a vitima fatal foi Anastácio, que depois de possuído, tornou-se imprestável para os planos da entidade, que arrancou-lhe a vida através de um suicídio induzido.

O Protetor Espiritual de Rafael permanecia em silencio, esperando o seu chamado, as suas suplicas, preces e orações, mas Rafael não tinha o habito de orar, era um descrente, e estava desgovernado, desacreditado, falido; Ainda possuía o carro, a casa onde residia e a família de seus pais. Era um solitário e estava prestes e sofrer um acidente fatal.

O dia estava marcado, a hora era à meia noite, uma curva perigosa, um carro desgovernado.

Rafael sem limites, sem ideais, sem esperança, estava afundando-se em débitos, mulheres, álcool e drogas. Naquela noite o corpo receptivo aos males espirituais, após ser induzido a usar drogas e envolver-se com a perversão e promiscuidade, volta ao seu carro e segue para casa, por uma autoestrada escorregadia, em alta velocidade. Chovia torrencialmente; Bêbado, cochila ao volante, perde o controle do automóvel que deu algumas capotadas e foi espatifar-se em uma vala escura à beira da estrada. Estava morto, não conseguia respirar mais, sentia frio, seu corpo inerte, sem vida, mas mesmo assim ele conseguia ver luzes no final de um túnel, uma era vermelha e a outra azulada, as duas vinham para ele, a luz vermelha assemelhava-se a um grande incêndio, haviam vultos negros fantasmagóricos saindo de dentro das labaredas com os braços estendidos para levá-lo dali, queriam arrebatá-lo. A luz azul que Rafael via, na verdade eram vultos brancos como a neve, que flutuavam sobre o chão, emitindo raios brilhantes direcionados ao corpo de Rafael, apagou-se as chamas do fogo infernal; Ouviu-se, lamentações, gritos terríveis e diabólicos, ameaças e muito desespero; A entidade inconformada, retirou-se sob protesto. Fez-se silêncio, e uma paz reinou absoluta.

A luz incandescente envolveu o espirito de Rafael, conduzindo-o rumo ao desconhecido; Rafael estava confuso e não sabia que estava sendo levado para um hospital espiritual, e quando chegaram lá, pode ver todos vestidos de branco, não dava para identificar as feições nitidamente, o silêncio era absoluto e havia harmonia, o ar que respirava era leve e agradável, até emanava um cheiro especial.

Deitaram-no em uma cama macia e forrada com lençóis brancos, Rafael viu-se sem ferimentos, vestido em um roupão também em cor branca. Um senhor grisalho o esperada, junto à cabeceira de seu leito, onde havia uma mesinha, uma vasilha com um liquido parecido com água, e um copo.

O senhor com uma voz serena, o saudou:

- Irmão seja bem vindo e esteja em paz, nós vamos cuidar de suas chagas, e quando você estiver preparado, começara a trabalhar conosco e poderá visitar alguns parentes espirituais, que estão querendo revê-lo.

Fez-se silêncio... Segundos depois o Irmão Grisalho continuou:

- Quanto ao mal que tentou te possuir, não temais, foi dominado e retirado da tua vida. Era um inimigo oculto de épocas passadas, rancoroso, perverso e vingativo, um habitante do submundo espiritual. Fez-se silêncio mais uma vez... Então o Irmão Grisalho finalizou:

- Filho em nenhuma esfera, em tempo algum o mal suplantará o bem. É pena que os homens na terra não adotem a caridade como uma irmã, a fraternidade como companheira, a esperança como um rumo e a bondade como um dogma. Fica em paz... Rafael atordoado com tudo aquilo, fechou os olhos e dormiu um sono reparador.

 

ALEXANDRINA

 

AUTORA: A COARACIENSE, OLINDA BERNARDES COSTA

 

04-02-2015

 

Era uma linda menina negra, que tinha o corpo esculpido os cabelos escorridos, uma mistura de raça. Ela nasceu na senzala trabalhava com os outros escravos no cafezal, ela era chicoteada, castigada, e quando  perguntava aos capatazes por que sua mãe não tinha orelha e dois dedos da mão esquerda, a resposta era uma chicotada, pois era crime falar do assunto, Alexandrina além de muito inteligente era amiga de outra escrava, a Madalena que servia a sinhá, ia  escondido e a amiga ajudava ela a entrar na casa grande, ela se olhava no espelho fixava os olhos por muitas vezes no retrato da sinhazinha que ficava no escritório em cima da escrivaninha.

Mas o que a família não esperava era que seu único filho que estudava na capital se apaixonaria por aquela negra espevitada;

Manuel enlouqueceu de amor por Alexandrina, ela tinha uma magia que lhe envolvia. O amor foi mais forte que o seu racismo e ele não dormia, e quando dormia sonhava com ela, os dois juntos correndo no meio do cafezal, namorando. O dia amanhecia e ele mandava o negrinho José selar o cavalo e ia ao cafezal, e de longe via o seu amor trabalhando junto com os outros negros. Ele ajoelhava por de traz dos pés de café e observava sua diva, estava disposto a lutar e conquistar o seu amor. Ele já tinha ficado com outras negras só por prazer mais ela era única, mas ele sabia que o preconceito iria falar alto na sua família. Eles não iam aceitar que ele se casasse com aquela negra, iriam proibi-lo de voltar à fazenda, mas ele estava disposto a tudo. Sua mãe vendo a mudança do filho ficou desconfiada, perguntou o que estava acontecendo, ele revelou que estava apaixonado pela negra Alexandrina. A mãe irritada deu um tapa no seu rosto e cuspiu no chão como sinal de nojo, chamou o capataz e mandou levar o filho até a estação de volta à capital. E quando ele chegou ao colégio e contou para o seus amigos que havia se apaixonado por uma linda negra, escrava da fazenda do seu pai, seus colegas riram, e desdenharam: - Você só pode estar louco, ele baixava a cabeça e afastava-se dos colegas. Quatro meses depois o diretor do colégio passa um telegrama ao seu Pai, coronel Osório e comunica que seu filho estava muito mal, não se alimentava, faltava às aulas e ao colégio. A família ficou desesperada ao saber que o único filho estava doente e viajaram para a capital. Reuniram-se com Manuel que apelou para o seu pai,  libertar sua amada, que eles tanto maltratavam. O coronel levantou-se nervoso teve um piripaque e caiu, levaram-no ao  hospital, que nada pode fazer, o velho não resistiu e foi a óbito.

Alexandrina passou a pertencer a Manuel, ele ficou triste e ao mesmo tempo alegre, era o único herdeiro, e teria que enfrentar a fúria de sua mãe preconceituosa, mas estava disposto a tudo.

Seis meses depois retornam a fazenda, Manuel vai imediatamente ao cafezal ver o seu amor, já em casa mandou chamar o administrador e ordenou que trouxesse Alexandrina para a casa grande, a sua mãe ao ver o chamego dos dois revela que a negra espevitada era na verdade a sua irmã. Manuel se desespera e sofre, entra em uma tristeza enorme e o desespero o faz alforriar todos os escravos da fazenda e dividir a produção do café com eles. Manuel se insola no escritório, lendo papeis e descobre um documento que diz que ele não é filho legitimo do casal e que Alexandrina o seu amor é filha do seu pai, com a escrava Josefa que servia a sua mãe. Quando sua mãe descobriu que seu pai possuiu Josefa, quando descobriu o caso entre os dois, ordenou ao capataz Zé Queixo Duro que arrancasse uma das orelhas e dois dedos da negra. Sua mãe enciumada que estava, pois não admitia que Josefa desse ao seu esposo um filho que tanto ele queria, vingou-se com crueldade.

A negra Josefa já estava gravida e deu a luz a uma linda menina, mas a sua mãe impôs ao marido renegar a filha bastarda.

Manuel voltou a viver na fazenda definitivamente. Quatro meses depois se casou com Alexandrina a herdeira de fato do seu pai, tiveram dois filhos, João e Pedro.

Mas tarde veio a queda do preço do café, a senhora Margarete mãe de Manuel perdeu o prazer da vida na capital e voltou a morar na fazenda e teve que conviver com a escrava a quem ela mandou mutilar e com a nora. Por muitas vezes Josefa lhe serviu de companhia em suas viagens, e na fazenda era ela quem cuidava da sinhá. Mas Manuel fazia questão que nem a sua sogra e muito menos a sua esposa servissem a sua mãe, por ele, ela já velha, tinha que se virar. A senzala ele transformou em um grande armazém, o tronco mandou queimar em uma noite de lua cheia em uma grande festa em volta do casarão, os escravos livres, todas as noites ouviam gemidos e gritos, correntes arrastando no armazém, e assim logo veio à lei Aurea e muitos negros livres foram embora. Depois da morte da mãe, Manuel vendeu a sua parte na fazenda, deixando a outra parte para os negros que permaneceram nas terras. Foram morar na capital no casarão da família. Tempos depois morre Josefa já velhinha, Manuel e Alexandrina viveram em paz e foram felizes até o fim das suas vidas, os filhos do casal estudaram e se formaram em doutores. O amor com sua força venceu o preconceito.

 

ARRIEIRO MAU ENCARADO

 

Fonte Livro Coaraci Ultimo Sopro-Pag.252

 

Durante alguns anos residiu próximo ao largo de Pedro Procópio, um cidadão não muito simpático, com cara de poucos amigos. Saía religiosamente de sua casa, às primeiras horas do dia para seu pequeno ofício, uma pequena selaria, onde trabalhava como arrieiro, em pleno centro da cidade. Os anos passavam e estranhamente a amizade com seus vizinhos não acontecia, nem mesmo com seus fregueses, o que só servia para aumentar a desconfiança da população sobre sua vida. Para uns, sua oficina era apenas um disfarce para encobrir sua condição de pistoleiro. Nunca se soube, ao certo, de onde viera. O uso de um cachimbo não muito cheiroso, e um olho que quase não abria, dava-lhe uma aparência com o marinheiro “Popeye”, do cinema animado. Seu Josué André Curcino, o Juquinha marceneiro, fiel torcedor do Vasco da Gama, que mantinha dele certa distancia, não confirmava e muito menos negava o fato, mesmo residindo ao lado de sua casa.

Certa manhã, um cachorro desconhecido e estranho, com todos os sinais de raiva, amanhecera em frente à sua casa. De imediato, o arrieiro, na tentativa de proteger sua família e os vizinhos, surgiu à porta trazendo um revolver maior que os outros, e apoiando-se numa parede, descarregou todos os seus projéteis contra o desafortunado animal. Apesar de estar a três ou quatro metros do animal, o arrieiro não conseguiu acertar um único tiro. O cachorro fugiu assustado. Seu Juquinha, que da janela de sua casa, assistia a tudo, não conseguiu conter o riso, e riu sem parar por longos minutos, e a cada vez que contava a história a alguém. A partir daí, encarregou-se de espalhar pela cidade que de pistoleiro o cidadão não tinha nada, e, se o fosse, morreria de fome.

 

CASOS MARAVILHOSOS DA PROFESSORA EPONINA

 

Certa ocasião precisou viajar por uma semana e não pode comparecer para ministrar suas aulas, os seus alunos souberam de sua impossibilidade e nos dias e horários não permaneciam na sala, iam embora. É que naquela época se o professor não fosse dar aulas e se os alunos não estivessem presentes na sala, as faltas não eram registradas na caderneta do professor.

Em outra ocasião a professora Eponina estava tentando dar aulas a uma turma de alunos indisciplinados, bagunceiros e desinteressados, ela não suportava mais, gritava, esbravejava e nada, ninguém se calava ou prestava a atenção. Então surpreendentemente utilizou o seguinte recurso:

- Olha, não vou mais dar aulas, vou pedir minha demissão não vou receber mais salários vou ficar em casa sem nada fazer e nem direitos terei a reclamar, após o que saiu da sala; quando estava no corredor, andou a passos lentos rezando para a turma se manifestar e vir buscá-la evitando que a mesma voltasse atrás pois na verdade jamais faria o que prometeu em sala de aulas; Andou, andou e nada, mas quando já chegava perto da secretaria ouviu um barulho de gente correndo, gritos e suplicas:

-professora, professora por favor volte pra sala que nos vamos fazer silêncio, não queremos perdê-la, gostamos da senhora. A professora  voltou e conseguiu dar a sua aula e daquele dia em diante os alunos mudaram de comportamento.

Em outra ocasião no Educandário Pestalozzi havia uma escada para subir até às salas de aulas e outra usada pelos alunos para descer para o recreio ou irem embora. Quando queriam dar uma folga pra ela, ficavam espiando a professora subir os degraus da escada para sala de aulas enquanto isso eles os alunos desciam e iam embora pela outra escada. Assim a professora não levava falta e os alunos tiravam mais uma folguinha.

Ainda existe muitas histórias fantásticas sobre Eponina, “Professora Pó”, que serão contadas no Caderno Cultural de Coaraci, mas temos a certeza que o seu nome já esta escrito nos anais da história da Educação da Terra do Sol. 

 

O OUTRO LADO DA VIDA

 

Vidas passadas, verdade absoluta.

 

Autor PauloSNSantana

 

E Raul Seixas escreveu: “Eu nasci há mil anos atrás”

 

...Rafael não dormiu o sono dos justos. Não estava deitado em lençóis brancos, havia lama no seu caminho.  Neblina, choro e suplicas, estava sendo perseguido por seres desconhecidos e medonhos, caia e levantava-se. Por mais que se esforçasse não conseguia sair do lugar, havia uma densa neblina quase nem enxergava, quando pode enxergar viu-se com a aparência de uma velha entidade. Ele assustou-se: - Não, eu não sou este velho eu sou Rafael, fui perseguido por Anastácio, quase possuído pelo proscrito. 

 

Ele caminha no mesmo túnel onde avistou as luzes vermelha e azul no dia de sua morte, no acidente daquela noite. E reclama: Não é possível! O tempo não é o mesmo, não existe sol, as noite são trevas. Caminha no longo e escuro túnel, mas existe uma luz no seu final, esforça-se para chegar lá, anima-se, corre e cai, levanta-se e anda lentamente, a luz esta mais próxima, está chegando ao final do túnel. De repente a luz se apaga, mas ele continua caminhando no escuro, esbarra em alguma coisa e cai mais uma vez em uma espécie de lama. O que esta acontecendo com ele? - Seus amigos oram por ele, os inimigos têm rancor e ódio, Rafael agora esta  cego. Não enxerga o caminho e retrocede, volta a caminhar nas trevas. Cai e perde os sentidos.  Dorme por um dia, um ano, mil anos. Desperta mais uma vez e brevemente e enquanto esta acordado vê-se envolto em um turbilhão tenebroso. De onde presencia o próprio funeral, seus amigos choram, sua família joga flores no seu túmulo, os inimigos querem ver a sua alma nas trevas. Ele esta ali em pé e não aceita sua sorte, conversa com amigos mas ninguém lhe da atenção, ele grita mas ninguém o ouve, tenta abraçar alguém, puxa pela camisa de outra pessoa, segura nas mãos de sua mãe, fala nos ouvidos do pai, mas ninguém percebe sua presença, ele sofre e entra em desespero, reclama que não era a sua hora de desencarnar, que ainda tinha compromissos que deveriam ser cumpridos,  e  àquela reunião ele não poderia faltar. E sua família, os seus pais, as suas irmãs e sua ex-esposa, ele não se despediu de ninguém. Em outro momento pôde ver a sua esposa e ela estava acompanhada por outro homem  muito atencioso, coisa que ele nunca tinha sido, agora eles tem filhos moças e rapazes e estão felizes. Rafael revolta-se: Não pode ser! Como pode? - Ainda nem fui sepultado e ela já tem outra família!

Mais uma vez é arrebatado por uma força terrível e jogado num inferno de misérias, vê vultos, corpos cheios de queimaduras, pede água, seu corpo apodrece, ouvi gritos de dor, pedi  socorro, suplica por socorro, sem respostas. Rafael viaja no tempo, na escuridão, sente calor e frio, dores e ranger de dentes; O desespero o sufoca. Mas uma névoa azulada o envolve, ele relaxa e descansa, é restabelecida a sua paz, sofreu por um dia, um ano, cem anos, ele não sabe. Agora ele consegue rever o seu corpo, esta vestido no mesmo roupão branco, no leito daquele hospital. O Senhor, que o recebeu tão bem volta a contatá-lo; Rafael esta desorientado: As entidades conversam com ele sem falar, confortam seu espirito sem tocá-lo; De repente apagam-se as luzes, abre-se uma cortina e a introdução de um filme sobre sua vida terrestre é apresentada; Ele assusta-se e teme por seus pecados, esta aterrorizado:

 - Meu Deus! - Que vergonha! – Eu não quero ver este filme! - Não, eu não fiz isso, parem esse filme! O filme conta a sua história sem cortes. Ele questiona: - Porque tenho que assistir a essas cenas humilhantes? Perdoa-me Senhor!

As próximas cenas tornam-se brandas, são suas ações de caridade. Ele vê sua esposa abraçando-o e dando conselhos; vê a sua mãe rezando por ele, o pai preocupa-se com seu destino, Rafael foi ingrato, rude e teimoso. Sem fé. Ele suplica:

 - Meu Deus perdoa-me! Todas as entidades ali presentes assistem imóveis ao filme da vida de Rafael e o seu desespero. O silencio é absoluto, apenas ele sofre, apenas ele pode sentir todo o mal que protagonizou, esta envergonhado, suas feridas foram reabertas. Finalmente as luzes se acendem e o filme termina. 

Uma entidade vem consolá-lo:- Filho aqui 100 dias vive-se em um dia. Você terá que passar por um tratamento, uma depuração para alcançar a luz. Enquanto seus inimigos lembrarem-se de você, nunca chegaras à luz, quando não houver mais  ressentimentos e as orações forem um perdão, talvez você consiga chegar onde encontrará todos os que te quiseram bem e talvez tenha uma chance de reencarnar no seio de uma outra família, mas não será da tua escolha; Nasceras no meio deles, aqueles aquém fizestes mal, para você será uma prova de expiação e se conseguir conviver com eles e aceitar todos os espinhos que virão ferir os teus pés, se viver na paz, se entrar em sincronia com a harmonia divina, se forem curadas as tuas chagas, evoluirás e ao desencarnar, acordaras numa nova era, onde encontraras a sua verdade absoluta.

Rafael adormece mais uma vez, provavelmente acordará sem saber quem é ou por que veio a nascer novamente...

                         Acredite se quiser! 

 

“A MULA E A MENINA”

 

“Madame e Rosinha”

                                            Autora a Coaraciense Olinda Bernardes Costa

 

História adaptada por PauloSNSantana

 

A senhora era um animal, uma mula, que fazia todos os trabalhos pesados da fazenda de Ramiro, que era um fazendeiro muito cruel e severo, quando o dia ia amanhecendo ele já chamava Cruel seu capataz para pegar os animais e selar e correr o campo, contar os gados, reunir os carneiros e cavalos de raças.

Cruel era um trabalhador limpa botas que fazia tudo para agradar seu patrão, era malvado e maltratava os animais, a mula era a mais judiada. Seu lombo tinha varias feridas causadas por cangalhas e a selas. A filha única de Ramiro, Rosinha, era bondosa e não aguentava ver o pai mandando chicotear o animal indefeso, só por que não era arisca, ligeira.

Senhora carregava lenha para a casa de farinha e o panacum cheio de mandiocas. Todo o serviço pesado era ela que fazia. Rosinha à noite ia ao curral lavar as feridas dela, levava feno e água para alimentá-la. Dias se passavam e o fazendeiro desconfiava da relação bondosa de sua filha com seus animais, a mula sempre estava de barriga cheia, os ferimentos limpos com óleo de copaíba, quase sarando. A menina reclamava:- Não aquento, mas ver aquele animal trabalhando tanto e ainda sendo espancada, por Cruel. Ela saia à noite para cuidar dos animais. 

Os animais já conheciam Rosinha, aquela alma boa que sabia tratar tão bem deles, intendiam e a obedeciam ao seu chamado. O fazendeiro ordenou que Cruel seu “lava botas”, levasse a mula para o mangueiro e a deixasse amarrada em algum mourão bem distante da casa da sede, sua filha escuta e se prepara para ir à noite cuidar do pobre animal. O que ela não sabia era que seu pai ia tranca-la no quarto, mais ela resolve e salta a janela do casarão que tinha janelas por todos os lados. Seu pai pensava que assim ela não iria mexer com aquele animal doente.

Ao saltar da janela, Rosinha cai e machuca-se seriamente. O pai se sente culpado por ver a única filha que tem entre a vida e a morte. E reclama da mula:

- Maldita hora em que eu recebi aquele animal do tropeiro como pagamento de dividas. Levou a filha para a cidade, foi um alvoroço danado. E ao lado da filha ele promete:

-Me perdoa filha, não morra, seu pai vai encostar a Senhora, vai deixa-la no pasto descansando.

Rosinha ficou internada, e quando saiu do hospital, já em casa pediu ao pai para buscar o animal que estava no mangueiro, disse que ouviu sua promessa, por isso queria que cumprisse a palavra, deixando-a no pasto, sem trabalhar. Ele jurou não maltratar mais os animais da fazenda inclusive Senhora. E cumpriu a palavra.

A menina ia ao campo para conferir, pegava o animal e a deixava no terreiro do casarão. Meses se passaram, o animal estava cego de um olho, não se levantou mais, morrendo em horas. Rosinha enterra Senhora e planta uma arvore e da o seu nome de “Madame a mula velha”, e coloca uma placa, “A menina e a mula”.

 

histórias de Coaraci

População estimada 2014 (1)20.183

População 201020.964

Área da unidade territorial (km²)274,500

Densidade demográfica (hab/km²)74,17

Código do Município2908002

Gentílicocoaraciense

Prefeito

JOSEFINA MARIA CASTRO DOS SANTOS

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