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ANTIGOS MORADORES DA RUA RUI BARBOSA

De Enock Dias de Cerqueira

 

Continuação...Iniciando o penúltimo quarteirão, hoje na condição de calçadão, havia a padaria de Juvino e Valter, este, esposo da professora Efandil Soares. A loja A Sergipana do ilheense Alípio Guerra e do sergipano José Bento funcionava ao lado. Posteriormente tornaram-se sócios do Cine Rio Branco, em 1933/34. Também fazia parte deste contexto a loja de Valdivino, irmão de Joaquim Henrique, espaço hoje ocupado pela loja Star. Nesse mesmo lado e no primeiro andar de um sobrado ainda existente, morava Dona Justa que se tornou conhecida pela qualidade de seus bolos, mingaus e quitutes que atraíam diariamente muitos consumidores. Frontal a esse sobrado havia duas outras lojas: a de Otaviano e a de José Evangelista de Farias. Logo depois destas duas lojas via-se a Sapataria Galvão de Gildarte, que possuía uma grande e variada clientela, já que, além de confeccionar sapatos masculinos, femininos, selas, cangalhas, cintos, loros, bridas, cabrestos, fornecia componentes para um sem-número de profissionais arrieiros e seleiros espalhados tanto na zona urbana como nas fazendas da redondeza. Já no fim do quarteirão havia dois estabelecimentos comerciais. De um lado, a Loja Muniz de João Cardoso que tinha Leda, ainda residindo na rua Alm. Tamandaré, enquanto no outro lado, funcionavam o armarinho de Dona Anita e a loja de ferragens de Miguel Cardoso que tinha em Edvan Miranda, ainda residindo na cidade, seu funcionário de confiança. No último quarteirão, também na condição de calçadão, existia a farmácia de Clóvis, ao lado a padaria do grindo Fala pra Ele, atividade mantida até hoje por seu filho Valter Fraife. Também um armazém de secos e molhados dos irmãos Hermínio e Neca, em cuja frente existiu a Livraria Galvão pertencente à Gildarte que tinha Pedro Pereira como seu gerente. Essa livraria ao ser transferida para a parte térrea do sobrado onde residiu D. Justa, foi ocupado por um snooker  Na última esquina, já frontal a Praça Getúlio Vargas havia o comércio de Pedro Inocêncio. Muitas outras residências e estabelecimentos comerciais não puderam ser incluídos por falta de espaço. Hermenegildo, mais conhecido como Miné, era um engraxate que mantinha sua cadeira sob as marquises da Rui Barbosa, sempre próxima à praça. Era irmão de Manoel Peruna que não se conformava de seu irmão ser um engraxate, por isso resolveu interná-lo no Juliano Moreira em Salvador. Por capricho do destino, depois de muita conversa com médicos daquela unidade, quem ficou internado foi justamente o Manoel e não Miné.

 

Percorrendo a Rua Ruy Barbosa

De Evandro Lima

1ª. Parte

 

    Falar da cidade de Coaraci, localizada no Sul da Bahia, na microrregião cacaueira, não significa tão somente lembrar das suas belas paisagens e encantos e sim, trazer para os dias de hoje a contribuição de ilustres cidadãos que deixaram suas origens e se fixaram na terra do sol, onde iniciaram suas trajetórias, cada um dentro do seu perfil e das condições que a vida lhes oferecia naquela época.

     Neste 1º momento faço referência à Rua Ruy Barbosa, hoje batizada com o nome de “Calçadão”. Foi ali que teve início o maior setor comercial do lugar, sendo também por onde os armazéns de compra de cacau foram se fixando e se tornara mais tarde um grande aglomerado dessa espécie comercial. Assim, percorrer a Ruy Barbosa(Calçadão), é lembrar de Antonio Lima de Oliveira, ex-prefeito da cidade, que se estabeleceu no início da rua como grande comerciante no ramo de móveis e eletrodomésticos, seguido por Job Carvalho que apostando no sucesso construiu um prédio de dois andares, ainda hoje existente. Jaime Galvão com a sua loja a Girafa e com o seu jeito educado e prestativo, pai do hoje comerciante Chico Galvão, Raimundo Benevides, com o seu escritório de compra de cacau, também em um prédio que era seguido pela Loja Bom Jesus de Walmiro de Jesus, pai do empresário Lilico e que fica em frente ao estabelecimento da então comerciante Nilzete Rocha Lima, esposa do Sr. Odílio pai de Walmirando Matias. Do outro lado, seguia a loja vencedora de Euvaldo Galdino dos Reis(Vadinho) que era seguida pelos irmãos Neco e Hermínio Barreto no ramo de mercearia, inclusive com barraca na feira livre aos sábados na praça Jairo Góis. Ao lado vinha a  casa Barreto de Erasmo e Carmelita Barreto e na frente ficavam Waldo Matos e Alfeu Amaral com sua alfaiataria e ao lado, um pouco mais tarde veio o também alfaiate Lima, tudo isso em frente ao maior prédio da rua construído pelo então prefeito Gilberto Lyrio e foi onde também se estabeleceu a Associação Atlética Banco do Brasil(AABB), na época da sua fundação. Na frente, a padaria Confiança de Hélio e Walter Fraifer que era seguida pela mercearia do Sr. Joaquim Reis, pai de Walter Surubim e também de Luzia e logo ao lado a farmácia do Sr. Clóvis(o médico de muitos), hoje farmácia Esmeralda e ao lado, onde hoje é Chico Galvão, se estabeleceu a casa Jousa  de Josias José de Souza.

      Este foi o 1º quarteirão. Na sequência, iremos continuar a partir de Nelson de Almeida Sandes da Casa Santa Rita, local onde trabalhei e aprendi muito entre os anos de 70/73 e também do Sr. Pedro Vieira que ficava em frente.

OBS. Tentei registrar o máximo. Aqueles que por ventura ficaram de fora virão na continuidade. Evandro Lima,Jornalista-0345/95

 

Percorrendo a Rua Ruy Barbosa

 

*Evandro Lima - 2ª parte

 

   Nesta segunda parte do documentário – Percorrendo a Rua Ruy Barbosa -, vamos registrar as pessoas que marcaram presença no 2º quarteirão, a partir da Praça Getúlio Vargas. Pois Bem: Nó início desse seguimento, à esquerda vinha o Sr. Pedro Vieira, pai do meu colega bancário e advogado José Nilton Vieira e ao lado vinha o Sr. Miguelzinho Cardoso  da casa progresso que tinha Edvan da Silva Miranda na qualidade de balconista. Entre os dois tinha o Sr. Zito Brito com um Armarinho que vendia miudezas. Aliás, era um caçador de 1ª qualidade. Derrubava um pássaro com muita tranquilidade sem nenhum esforço....

    Em seguida vinha a livraria de Genilson Sacramento, no mesmo ponto onde em dado momento funcionou a Sapataria do então prefeito Gildarte Galvão, onde hoje se estabelece o bar do Neldes, seguindo pela mercearia do Sr. Luis Mendonça – hoje Supermercado de Natanael Galvão Reis, por onde passaram também Dona Adalgisa e Sr. Permínio. Logo em seguida vinha a Alfaiataria do Sr. Mentinho que divisava com as irmãs Challup, local hoje habitado por Glenilce Challup. Adiante tinha a casa Triunfante do Sr. Dourival Mascarenhas de Almeida, onde em seguida passou para Getúlio, que foi do antigo Banco da Bahia que divisava com o Armazém de compra de cacau do Sr. Ulisses Pereira dos Reis, cujo local era administrado por seu irmão Eulício Pereira dos Reis, casado com a professora Romilse Nunes, irmã do professor Renilson Nunes.

Pois bem, finalizando este lado esquerdo do quarteirão, ainda tinha o Armazém de cacau do Sr. Claudionor Leal, pai dos irmãos Paulo, Jorge e Nô Leal que era seguido pelo Sr. Jovino da loja de ferramentas e finalizando já na esquina da Avenida Juracy Magalhães, tinha os irmãos Alcides e Nelson de Almeida Sandes, antes do Nelson se desligar para assumir o comando da Casa Santa Rita, então pertencente à Sra. Jacinta.

    Agora vamos descer o lado direito desse mesmo quarteirão, iniciando pelo Sr. Nelson de Almeida Sandes, da Casa Santa Rita, após se desligar do seu irmão Alcides Sandes. Ao lado, onde hoje é a Câmara Municipal de Vereadores, já funcionou o Clube Social que realizava matinês nas tardes de domingo e também o Fórum Mário Albiani Alves. Na parte de baixo era o Armarinho da Sra. Nilzete Rocha Lima, esposa do Sr. Odílio. Na sequência, vinha o Sr. Theodoro Oliveira com uma Mercearia na qual trabalhei entre os anos de 1967 a 1970. Ele era inclusive o meu padrinho e pai da professora e Diretora do Colégio de Coaraci, Sônia Angélica. Na parte de cima morava o Sr. Jan Janos, esposa da Dona Neném. Ele Tinha uma oficina que funcionava na Av. Juracy Magalhães, em frente à oficina do Sr. Veco. Em seguida vinha um terreno baldio que era uma espécie de ponto de apoio para os tropeiros que deixavam seus animais enquanto faziam feira na Praça Jairo Góes, hoje praça de eventos, onde tem o ginásio de esportes.

   Para concluir este lado, vinham os irmãos Almir e Hamilton Henrique dos Santos que eram seguidos pelo Sr. Valdivino Henrique dos Santos, pai do professor Elivaldo Henrique dos Santos e finalmente a loja de dona Anita e Sr. Viana que eram os pais da professora e depois Diretora do Colégio de Coaraci, Maria da Conceição de Oliveira Farias, (Concinha)* e na ponta ficava um outro terreno baldio que mais tarde foi erguido o prédio que pertence aos herdeiros do Sr. Ulisses Pereira dos Reis, pai dos irmãos Eduardo e Helder Reis.

  * O Sr. Otaviano Viana  era um dos diretores da Cooperativa Cultural de Coaraci, mantenedora do então Colégio de Coaraci, ao lado de homens enérgicos e que se uniram para fundar o Colégio no ano de 1952, ao lado de Joaquim de Souza Barreto, pai da Dra. Célia Barreto, ele que também foi comerciante na Ruy Barbosa. Ainda, José Rodrigues Sobrinho, Sr. Juca da Padaria Vitória, Valdivino Henrique, citado acima, Francisco Ribeiro Torres (Francisquinho da Padaria Torres) Dourival Mascarenhas de Almeida da Casa Triunfante, entre tantos outros... que administraram o Colégio de Coaraci, bem como o Colégio Comercial Sebastião Nunes Viana, que ministrava o Curso Técnico de Contabilidade no turno noturno, onde tive o privilégio de conhecer abnegados diretores como José Alves de Matos, funcionário do Banco do Brasil, José Almiro Gomes, advogado, Carmem Pereira – mãe de Pereirinha, Fernando Amorim de Oliveira, também funcionário do Banco do Brasil, entre outros nomes.

*Evandro Lima – Jornalista

  e-mail: evandrolima.agora@hotmail.com

  WWW.portaldosjornalistas.com.br

 

 

PERCORRENDO A RUA RUY BARBOSA – PARTE III

*Evandro Lima

 

Depois de tantas recordações que marcaram a edição anterior do nosso Informativo Cultural, eis que continuaremos viajando pelas décadas de 60 e 70, época em que os personagens em referência marcaram presença, quer como comerciantes e empresários, quer como moradores dos locais aqui citados.

Este terceiro quarteirão se inicia pelo prédio da esquina onde morou o Sr. Clarindo e que na parte térrea funcionou o Armarinho de Cremilson Quadros, conhecido por Missinho que mudou para este local, depois de funcionar por muito tempo numa pequena porta ao lado da loja de Alcides Sandes, bem em frente. Do outro lado da rua morava uma família que utilizava o local para vender leite com um balde na porta. Ao lado, a Farmácia Esmeralda de Gironda Campelo Soares que divisava com escritório de compra de cacau, farmácia que antes pertencia ao Sr. Zeca Capenga(como era conhecido) e que trazia em seguida a Padaria Torres de Francisco Ribeiro Torres,(Francisquinho), que era professor de contabilidade no então Colégio Comercial  Sebastião Nunes Viana. Em frente vinha a Alfaiataria do Sr. Silveira, responsável por capacitar tantos oficiais que por ali passaram e aprenderam a profissão de alfaiate.

A Loja de móveis de Edmundo Ferreira dos Santos, também conhecido como Benedito, vinha logo em seguida e era seguida pela Funerária do Sr. João e que com a sua morte passou a ser administrada por Evandro da Silva Castro, Bizu da Prefeitura. Em seguida vinha o Consultório Médico do Dr. Ângelo Carlos de Brito e ao lado o Armazém de compra de cacau que era administrado pelo Sr. José Andrade. Pelo outro lado, vinha a Padaria Vitória do Sr. José Rodrigues Sobrinho que acabou tendo um triste fim, morrendo soterrado às margens da rodovia BR-101 em um deslizamento de terra que soterrou vários ônibus e automóveis próximo à entrada do acesso para  Uruçuca.

Na sequência vinha a Loja Inovação de Edmundo Oliveira, conhecido como Edinho da Inovação e que tinha como atendente a professora Telma que mais tarde se casaria com Renan Medrado. Dando continuidade vinha a Loja Predileta do Sr. Josias José de Souza que depois se mudou para o prédio onde hoje é a Loja de Francisco Galvão. Ao lado morava o Sr. Ulisses Pereira dos Reis que era seguido Pelo Sr. Isaías Andrade e mais na frente morava o Sr. Carlito Quadros com sua família. Este prédio acabou sendo demolido e na esquina, no 1º. Andar morou o médico Abraão que chegou junto com o Dr. Ângelo na cidade. Pelo outro lado, logo após o armazém do Zé Andrade vinha a casa de Missinho do Armarinho, ao lado da Marcenaria do Sr. Acelino Pinto da Silva e o armazém de compra de cacau que atendia tanto ao Sr. Izaias Andrade quanto  ao Sr. Carlito Quadros. Depois seguia a residência da Sra. Aydil Soares mãe dos irmãos: Efandil, Emerson, Epifânio, Evalda, Evandro, Evanildo, Gironda, Jerusa e Lalinha Soares. Uma grande família que foi formada para o sucesso e com grandes contribuições para o progresso de Coaraci.

Assim, concluo aqui este III quarteirão e aguarde o IV que começa na esquina onde morou o agricultor Agostinho Pereira dos Reis e sua esposa a professora Aline Reis.

 *Evandro Lima Alves

e-mail:evandrfolima.agora@hotmail.com

WWW.portaldosjornalistas.com.

 

 

FARMACÊUTICOS PIONEIROS DA TERRA DO SOL

FAMÍLIA SOARES DO BOMFIM

 

Fonte Entrevista com Evandro Soares Filho

 

Texto de PauloSNSantana

 

Tudo começou com união do Casal Epifânio Soares do Bonfim e Aidil Campelo Soares, muito unidos gerando os filhos: Efandil Soares, Evandro Soares (Lulu), Evanildo Soares (Soarinho), Euvalda Soares (vavadinha), Evanilda Soares (Dudu), Emerson Soares, Gerusa Soares, Lalinha Soares e Epifânio Soares.

Quando o Sr. Epifânio faleceu, Evandro Soares conhecido por Lulu, ficou à frente dos negócios da família. Alguns membros da família Soares faleceram, deixando muitas saudades, mas continuam conosco o Dr. Emerson, Lala e Faninho.

A segunda geração da família veio com Soares Neto, de Soarinho, Eduardo Soares, de Fanda, Junior Soares, de Soarinho, Odilia, de Fanda, Eminho, de Soarinho, Junior Soares, de Soarinho; De Lulu vieram Aidil, Tatiana e Patrícia (médica), Evandro Soares, Dr. George e Zaira Soares; Os filhos de Gironda são, Aninha Alexandre e Alex Soares.

Sete netos compõem a terceira geração da família Soares, os três de Evandro são: Gisele formada em comunicação, Natália, Dentista, e Evandro Soares Neto formando-se em Farmácia na UFBA em Salvador a mesma Universidade na qual estudou o seu avo Lulu, Patrícia tem Djinha, e Zaira tem Laura.

Uma parte da família reside em Coaraci, alguns em Itabuna e em outros municípios baianos.

O Dr. Emerson Soares é médico conceituado que atende em Itabuna, onde faz parte do quadro de Médicos da Maternidade Manuel Novaes.

As farmácia Humanitária, Farmácia Dois Irmãos e Farmácia do Gironda, são conhecidas na região cacaueira.

Os negócios nem sempre estiveram navegando na calmaria, sobreviveram ate os dias atuais com muitas dificuldades, causadas pelos planos cruzado, plano Color, e logo em seguida pela vassoura de bruxa, praga que atingiu violentamente a todos da região do cacau.

Por tudo isso e pelo perfil exemplar da família Soares, o Caderno Cultural de Coaraci faz essa justa homenagem.

 

 

COARACI FESTEJAVA REIZADO

 

   O marceneiro, Vitalino de Souza Ribeiro, jamais deixou de comemorar os ternos de reis, desde os tempos de vila. Os festejos de reisado eram comemorações simples e variadas, que indicavam o encerramento das festividades natalinas.

Nas ruas de Coaraci, como em algumas fazendas, o terno de reis sempre foi lembrado por homens e mulheres que em trajes axadrezados, enfeitados de espelhos e lantejoulas, deslocavam-se em danças com vários passos, num vai e vem, corrupio, gingado, esquipança, às vezes imitando o galope de um cavalo, sapateado, pisa-mansinho e outras evoluções típicas, que ninguém  executava melhor que Vitalino Ribeiro e sua gente. No natal, cantavam e dançavam, sob ritmo de zabumba, sanfona ou gaita de boca, e ao chegarem em locais predeterminados, realizavam os pedidos de licença, ou aberturas de portas, com louvores aos donos da casa, agradecendo os comes e bebes oferecidos. A partir dos anos 50 essas atividades culturais foram caindo no esquecimento, e totalmente desativadas.

 

 

UM PERFIL DE COARACI DE 1953 ÀOS ANOS 80

 

Fonte  Livro Minhas Garatujas de Dr. Eldebrando Morais Pires

 

Texto adaptado por PauloSNSantana

 

Em 1953 cidade não tinha calçamento, havia muita poeira no verão e lama densa no inverno, chovia todos os dias. Não havia luz, nem água encanada, nem telefone, nem estrada asfaltada, nem banco, o dinheiro vinha de Ilhéus em espécie, não havia ginásio, nem Comarca, nem Hospital! Havia uma Unidade Sanitária do SESP, a Maçonaria e por mais incrível que pareça dois excelentes cinemas que exibiam filmes atualizadíssimos que estavam em exibição nos cinemas da capital baiana.

O povo era ordeiro e cativante, a sociedade  unida e alegre, os idosos ensimesmados e os jovens bairristas e de fácil amizade. Um povo acolhedor, os visitantes sentiam-se em casa, admirados pelo respeito e organização da comunidade.

Mais tarde calçaram as ruas, colocaram luz elétrica, substituíram as cisternas por água encanada, asfaltaram a estrada, instalaram telefone, criaram diversos e bons Ginásios, fundaram dois Clubes Sociais, o Rotary Clube, instalaram a comarca e edificaram o Fórum, fizeram o hospital, o Mercado Municipal, e muito mais. Coaraci ficou um brinco!

 

PERI LIMA

 

O projeto da construção de Coaraci, de Peri Lima, foi árduo, os funcionários utilizavam várias ferramentas entre elas: enxadas, picaretas, pás, algumas caçambas e várias galeotas, que eram pequenas carroças de duas rodas, puxadas por uma e às vezes duas pessoas.

A missão da construção do aterro durou três anos, até alcançar o nível desejado pelos engenheiros.

Todos os esforços de Peri Lima foram concentrados em torno do largo, para transformá-lo na Praça Getúlio Vargas e na área comercial existente até hoje.

 

PRAÇA GETÚLIO VARGAS

 

Na época de Peri Lima, as ruas mesmo sem calçamento eram limpas especialmente iluminadas e enfeitadas para as festas do ano novo. O comercio era progressista, o povo festeiro encomendavam ternos de linho branco, vestidos de seda e compravam sapatos e presentes para toda a família. O Sr. José Augusto de Souza, pai do falecido Zeca Branco, era um forte comerciante da cidade de Santo Antônio de Jesus que veio morar em Coaraci e trouxe consigo uma verdadeira colônia de comerciantes, entre eles os Barretos, os Sandes e muitos outros. 

O que mudou em relação aos dias de hoje, foi que naquela época havia os Coronéis, homens ricos e respeitados que residiam aqui, e faziam questão de permanecer na cidade ou em suas fazendas durante o período das festas juninas e natalinas e no carnaval.

Os jovens que estudavam nas capitais vinham passar as férias e as festas de final de ano, com amigos, namoradas, pais e familiares.

As residências eram reformadas e pintadas com cores vivas. Grandes arvores de natal eram compradas do Rio de Janeiro, Salvador, Itabuna e Ilhéus, as Igrejas ficavam lotadas de fieis, havia um clima envolvente e contagiante e harmonioso. O mês de janeiro chegava ao som de orquestras famosas e musicas carnavalescas, trazendo consigo esperança de bons negócios, e expectativas para o carnaval.  

Naquele período havia respeito as leis e a ordem, as famílias desenvolviam-se em um ambiente de muito trabalho, religião e compartilhamento social.

 Hoje se vive novos tempos, conturbados, sob a influencia midiática, onde reina a violência, corrupção, desrespeito às leis, sem ordem nem disciplina, é nesse clima que as famílias criam seus filhos, ameaçados pelas drogas, prostituição e marginalização. Os tempos mudaram, a sociedade mudou, já não existem limites, os lares são invadidos e bombardeados por informações que mexem com as cabeças de pais e filhos.

 

 

SR.TATÚ

 

Fonte Livro Coaraci Último Sopro de Enock Dias Cerqueira

 

Texto adaptado por PauloSNSantana

 

Peri Lima reconheceu que a sede do povoado deveria permanecer em torno do largo onde hoje está construída a Praça Getúlio Vargas, mesmo levando em consideração as imperfeições do relevo da área. As imperfeições ficavam por conta de um morro com aproximadamente duzentos metros de comprimento por três a quatro de altura, que se estendia no sentido norte-sul acompanhada de uma extensa região baixa, sempre alagada em decorrência das constantes chuvas e enchentes do rio. Peri aproveitou então as maquinas e caminhões e operários da rodovia Pirangi-Itacaré, em 1934, começando por derrubar o morro, mesmo sob protestos dos moradores, as casas desmontadas na sua maioria foram construídas com tábuas e cobertas com palhas de catolé, por isso conhecida por rua da palha.

Grande parte do material desmontado das casas foi aplicado na correção do largo, aumentando-se o nível para três ou quatro metros, como proteção das grandes repetidas enchentes do rio Almada. Enquanto as máquinas e os operários davam início aos trabalhos, um reforçado cais de pedra bruta, ainda existente, fora logo construído e necessário para suportar a pressão do aterro, e consequentemente servir de apoio à estrutura de uma ponte que seria construída. Em pouco tempo esse largo fora transformado num movimentado canteiro de obras, onde vários barracões de madeira e combustível para as máquinas foram levantados. Com o inicio das obras, a travessia de pessoas e animais no local fora imediatamente suspensa. Juvêncio contornou o problema colocando um pouco abaixo, em frente a casa comercial de João Maurício e José Laudelino, um imenso e pesado tronco de árvore secionado, que só permitia a travessia de pessoas, e logo apelidado pelo povo de ’’Pau de Peri’’, aí permanecendo por cerca de quarenta anos, até hoje existente, porém, em forma de passarela de concreto armado, construída no Governo de Joaquim Almeida Torquato. Peri Lima recebeu muitas criticas e criou muitas inimizades, mas, que foram insuficientes para modificar o seu projeto, mesmo depois de ganhar da população o apelido de Dr. Tatú, continuou incentivado pelas sucessivas doações, em dinheiro, que recebia de comerciantes e fazendeiros, entre eles, João Vital. Entre os prejudicados, estava Alípio de Souza Guerra que fora obrigado a construir uma rústica escada de madeira para seus fregueses manterem o acesso ao seu Cinema Rio Branco.

 

 

 

OS PRIMEIROS PROFESSORES E ESCOLAS DE COARACI

 

Período de 1937 à 1954 / Pesquisa – PauloSNSantana

 

Fonte. Coaraci Ultimo Sopro de Enock Dias Cerqueira

 

Por volta de 1937 iniciou-se a história da Educação em Coaraci. A Professora Rita Lima, ministrava aulas na fazenda de Manoel Simplício o Manezinho Rico na região de Brejo Mole. Mais tarde a Professora Rita transferia sua escola para a sede do povoado já elevado à condição de vila, sendo então a primeira escola particular da vila. A Professora Rita também era mãe da Professora Maria Perpétua Lima e seu pai chamava-se Sr. Rufino Celestino Lima. Professora Rita viveu até 1988. Em sua homenagem Doutor. Milton Câmara deu o seu nome a um pequeno edifício localizado na avenida Juracy Magalhães, no centro de Coaraci. Em 1938 a professora Conceição Belmonte de Jequié, também deu aulas nas instalações anexas à Primeira Igreja Batista. Era esposa do Sr. Juvenal Belmonte. Vendedor de produtos homeopáticos do laboratório Almeida Cardoso. Mais tarde foi criada outra Escola , pertencente à professora Carmem Del Rey, esposa do Dr. João Batista Homem Del Rey, Médico instalado neste município nos idos de 1936. Outros Professores (as) também contribuíram para o surgimento de outras escolas como no caso das Professoras Carmem Dias (1941), Nair Gomes, Carmé, Adi Guerra, Hilda Rocha, Maria Sinhá Dantas de Mercedes, Eunice Miranda, Carmelita Pimenta a primeira professora nomeada pelo Estado, além de Gustavo Silva e Antonio Sérvulo do Sacramento, vindos de outras regiões. Em 1948 surge a escola do Professor Diógenes Mascarenhas de Almeida casado com a professora Nair Veloso, natural da Cidade de Ilhéus. O Professor Diógenes abandonou a carreira de Gerente do Instituto do Cacau da Bahia para dedicar-se inteiramente ao magistério quando criou o curso do quarto ano e exame de admissão. Nos anos 30,40 e 50 o material escolar era composto de tinteiros, cadernos, pena e pedra de escrever que substituía o caderno para desenvolvimento dos exercícios na sala de aulas. Essa pedra era uma ferramenta muito importante para o ensino em sala de aulas e era vendida em tamanhos diferentes, era muito frágil e constantemente despedaçava-se virando pó, mesmo protegida por molduras de madeira macia. Para escrever naquela pedra frágil, era utilizado um pequeno bastão um tipo de giz, que era facilmente apagado com um pano ou esponja ou a mão. As Escolas, Professoras e Alunos tiveram papel importante na recepção de visitantes Políticos e outras personalidades importantes da Região do Cacau e de Salvador e até de outros Estados. Ficavam esperando a chegada dos visitantes por horas e seguiam a filarmônica e os visitantes até a Praça Getúlio Vargas. A disciplina naquela época era rígida e houve muitos casos interessantes entre eles o de um aluno chamado Nerolício Bonina, que foi colocado de castigo em pé na porta da escola, por várias horas e que em determinado momento abandona o castigo depois é perseguido por alunos a mando da professora Nair Veloso. Mas ninguém volta e o castigo fica suspenso. Este fato foi registrado em 1950. O professor Anésio Ferreira Leão, trouxe uma desconhecida metodologia de ensino, criou uma formula revolucionária de ensino, aboliu os livros e registrava nos Cadernos os Conteúdos de Português, Matemática, Geografia e História, exigidos no exame de admissão, um cursinho à moda antiga. Este professor trabalhava sempre com dois tinteiros com os quais preenchia cuidadosamente cada caderno, destacando conteúdos importantes com tinta vermelha. O professor Anésio preenchia cada caderno, recluso em sua escola e sem nenhuma fonte de consulta externa. Foi Anésio que escreveu a letra do hino de Coaraci e compôs a musica.

No turno noturno Anésio dava aulas no SENAC de sua propriedade. Então surge a necessidade de um Ginásio para atender às famílias coaracienses e que mantiam seus filhos estudando em Ilhéus e Jaguaquara. Nos anos 1952 e 1953 foram criadas turmas de segunda série em salas improvisadas no primeiro andar da Loja A Carioca, esquina da Praça Getúlio Vargas. Em 1954 entra em funcionamento o Ginásio de Coaraci com seis salas, três para o ensino, e as outras para secretaria, diretoria e grêmio estudantil. O Ginásio está localizado até hoje próximo ao Estádio Barbosão. (continua...)

 

 

CÂMARA MUNICIPAL

 

“Um presente para os vereadores”

 

Texto adaptado por PauloSNSantana

 

A Câmara Municipal de Coaraci funcionava num prédio antigo e sem condições apropriadas para o desenvolvimento dos trabalhos do poder Legislativo. Foi na administração de Joaquim Torquato que o município ganhou uma nova câmara, moderna e bem estruturada.

Foi nessa nova sede que os legisladores se reuniram numa sessão solene que marcou o aniversário da cidade.

Na verdade, foi uma sessão extraordinária convocada pelo próprio prefeito, para entregar a nova câmara, mas que pela data de realização (dia 14 de dezembro) serviu, também para comemorar o aniversário de emancipação político administrativa de Coaraci.

 

A BAHIA E SALVADOR NO ANO DA EMANCIPAÇÃO

POLITICA DE COARACI 1952

 

Adaptação PauloSNSantana

 

Trecho do Prefácio do “Livro Garatujas!

 

Autor  Florisvaldo Mattos

 

A Bahia e Salvador no ano da emancipação politica de Coaraci 1952 ainda cultivava encruados ares de província. A vida urbana transcorria na pacatez rangedora dos bondes elétricos da Companhia Linha Circular, com seus motorneiros e seus cobradores acrobatas, pendurados nos estribos; das pouquíssimas linhas de ônibus que se inauguravam; dos hotéis, bares, pastelarias, casas-de-chá, lojas e esquinas concorridas da Rua Chile, com seu indefectível trottoir de fins de tarde; de uma Avenida Sete ainda sem a invasão de ativo comércio e vendedores ambulantes; da peregrinação contrita pelas missas de domingo, do reverente sinal-da-cruz à hora do Ângelus; da voz troante do locutor Ubaldo Câncio de Carvalho ainda ao microfone da Rádio Sociedade da Bahia e do alarido dos já então crepusculares programas de auditório; do tolerado e múltiplo meretrício, cassinos e dancings. Indústrias pouquíssimas, mas, na Cidade Baixa, um comércio exportador de commodites ainda pujante, onde despontam os Magalhães, os Corrêa Ribeiro, os Manoel Joaquim de Carvalho, os Wildberger, os Suerdieck e Dannemann dos charutos, e o hoje sepultado Instituto de Cacau da Bahia.

Fulgia no Campo da Pólvora o frontispício do recém-inaugurado Fórum Rui Barbosa. A Polícia atuava, sim, numa cidade ainda impune. Governava o Estado o médico Régis Pacheco, já no segundo ano  de seu mandato recheado de integridade e anedotas. No seu primeiro ano de governo, Régis fora paraninfo da turma de diplomados em Medicina com uma festa de arromba em palácio. Esta era a Salvador com que eu me deparava, ao chegar para frequentar o Curso Clássico do Colégio da Bahia, depois Central, que honrava o ensino público, preparando-me para dois anos após ingressar na Faculdade de Direito.

 

 

PRIMEIRO DESFILE CÍVICO EM COARACI: DIA 7 DE SETEMBRO DE 1954. ALUNOS DO GINÁSIO DE COARACI.

 

Texto de PauloSNSantana

 

Em 1954, a primeira manifestação pública realizada pelo Ginásio de Coaraci foi o desfile de 7 de Setembro, até então realizado por alunos do curso primário. A partir de então começou a fazer parte do contexto cívico da cidade. A população eufórica, não continha a emoção e orgulho com os desfiles, e as evoluções da banda marcial, sob a batuta do maestro Airton Adami. No inicio da tarde os alguns preparavam-se para o desfile em Itajuípe e em Coaraci Este intercâmbio serviu para aproximar os dois municípios, e diminuir a tensão causada pela rivalidade no futebol e a relação natural entre municípios. Mais tarde Coaraci ampliou este intercâmbio com outros municípios da região.

 

Fonte Coaraci Último Sopro de Enock Dias.

histórias de Coaraci

População estimada 2014 (1)20.183

População 201020.964

Área da unidade territorial (km²)274,500

Densidade demográfica (hab/km²)74,17

Código do Município2908002

Gentílicocoaraciense

Prefeito

JOSEFINA MARIA CASTRO DOS SANTOS

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