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OS AMIGOS ERNESTO SÁ, O PRIMEIRO MOTORISTA DO POVOADO E O SR. ANTONIO DA SILVEIRA ALFAIATE, MARCARAM UMA ÉPOCA.

 

Em 1935, chega a Itacaré Sr. Ernesto Sá Feitosa, e constatando que o povoado precisava de um motorista, passou então a transportar cacau para Ilhéus. O Sr. Ernesto foi também motorista da Policia Militar, transportava tropas de policiais, no interior de Pernambuco. O Sr. Ernesto contava que foi amigo de infância de Virgulino Lampião, mas foi ameaçado de morte e ouviu desaforos do mesmo. Para sua segurança, mudou-se para o Estado da Bahia, região do cacau. O Sr. Ernesto fez amizade duradoura com o Sr. Antonio da Silveira, que conheceu quando deu carona ao mesmo com destino ao povoado. O Sr. Silveira torna-se então um grande alfaiate, de muito prestígio, e o prédio da sua alfaiataria existe até hoje na Rua Rui Barbosa. O Sr. Silveira bateu recorde de encomendas de Ternos Brancos, na época de Natal e de Eleição, em 03 de outubro de 1950, pois os eleitores queriam votar de branco. Sr. Silveirinha foi um grande incentivador do futebol, na época.

Fonte Historias de Coaraci na NET. Texto PauloSNSantana

 

 

MARABÁ – UM INSTRUTOR NOTA 1000

 

Marabá, Marabá, abre a porta que eu quero...

Marabá, Marabá, abre a porta que eu quero...

 

Com esse toque, e batendo uma baqueta na outra, os instrumentistas da Banda Marcial do Colégio do Educandário Pestalozzi homenageavam o seu mestre-instrutor Tony da Silva Moura, o popular Marabá.

Marabá foi um daqueles homens que fizeram parte das nossas vidas e nos deixaram ensinamentos valiosos, era mais do que um instrutor de banda de colégio, era um educador dedicado e zeloso com os seus discípulos.

Ele nos dizia que tocar na Banda do Pestalozzi não era apenas soprar a corneta ou bater com as baquetas (cambitos) na pele dos instrumentos. Tínhamos que conhecer e saber preparar o que estávamos tocando. De como amolecer o couro imerso num tanque de água, depois encourar, colocar para secar até chegar ao ponto de colocar as cordas e, por fim, afinar para tirar dele o melhor som. Na época eram raras as peles de nylon e as cordas não eram em esteiras como as da atualidade. Eram usadas cordas de violão mesmo.

Assim era o nosso querido instrutor, não media esforços para nos ensinar a sua arte, éramos verdadeiros aprendizes de um mestre austero e ao mesmo tempo cordial. Quantas vezes ficamos depois das aulas e dos ensaios, no pavimento superior do colégio, na igreja ainda em construção, preparando os instrumentos para não decepcionarmos dona Lourdes no desfile de 7 de Setembro.

Na saída do colégio, Marabá à frente, sempre com um par de baquetas nas mãos para socorrer os que tinham as suas danificadas, levantava o braço e mandava o caixa mor puxar o toque então, todos entravamos uníssonos com os repiques, os surdos, os bumbos e as marcações, o espetáculo começava.

Na descida da Rua Rui Barbosa, mais uma vez, o mestre levantava a mão direita e com os dedos fazia um sinal que todos sabíamos, hora de mudar o toque. As cornetas entravam vibrantes, e, pela acústica da rua, o som reverberava fortemente, esse era o segredo do grande mestre. Ali, naquela rua estreita era o melhor lugar para ele avaliar se o som estava saindo embolado ou se alguém estava desafinando, mas pelo empenho da turma nunca isso acontecia e a cara de satisfação dele era nítida, os seus meninos estavam fazendo bonito. Porém se houvesse um erro, por menor que fosse, ele brigava, xingava, olhava com cara feia, mas logo passava a raiva. Acho que nessa hora até a diretora Dona Lourdes tinha medo do seu instrutor.

Williams Santana (Linho) certa vez furou a pele do bumbo, o mestre deu uma bronca que quem estava no final da banda ouviu e a partir desse episódio todos começaram a poupar os instrumentos. Não me recordo se depois disso mais alguém rompeu alguma pele.

Como que obedecendo a uma orientação hierárquica, os calouros entravam na banda do Pestalozzi para tocar corneta, e assim aconteceu com a minha turma. Porem havia um colega que percebíamos que ele não tocava, era o que chamávamos de chupa-sangue. Certa vez, depois dos ensaios, o grupo de corneteiros pressionou o instrutor com ameaças de não desfilar caso aquele colega não fosse sacado da banda. Já pensou o educandário desfilar sem cornetas? Foi um bafafá, o bom mestre calejado em tratar com a juventude rebelde, conseguiu nos demover da ideia e aceitamos desfilar com o colega assim mesmo. No ano seguinte todos, ou quase todos, migramos para tocar repique e marcação.

Marabá também foi um grande desportista, praticante de luta livre. Participava de eventos do tipo “telecatch” e tinha como o seu maior adversário o famoso Mareta, de Ibicaraí. Sempre torcíamos pelo nosso professor e vibrávamos com as suas vitórias, muitas vezes mesmo sem poder assisti-las.

Numa das últimas vezes que estive em Coaraci, para mais um aniversário do Jazz Bolacha, fui levado até a casa do meu querido instrutor pelo amigo Zé (Milome) Moreno. Fomos eu, Pedro Rui e Zé, e foi para mim um momento de enorme satisfação passar quase uma hora conversando e relembrando os tempos maravilhosos que vivemos. Até hoje ecoa a frase dita pelo querido e bom mestre: “Aquela turma não era mole, vocês me davam um trabalho retado”. Caímos na risada e nos despedimos.

Marabá e Jaime, com certeza, foram os melhores instrutores de banda que Coaraci já viu. 

              

                        Carlos Bastos Junior (China)- Novembro de 2013

 

histórias de Coaraci

População estimada 2014 (1)20.183

População 201020.964

Área da unidade territorial (km²)274,500

Densidade demográfica (hab/km²)74,17

Código do Município2908002

Gentílicocoaraciense

Prefeito

JOSEFINA MARIA CASTRO DOS SANTOS

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